Os esquecidos
O comportamento social é objeto de estudo, análises e observações, isto é um fato. Não obstante, nos sentimos compelidos a registrar, comentar, enfim, nos manifestar principalmente em relação aos últimos acontecimentos com mais ênfase, detalhamento e paixão do que em relação aos acontecimentos mais distantes no tempo. Eles, aos poucos, vão caindo no esquecimento. Esse talvez seja um dos maiores defeitos da mente humana ou talvez seja um dispositivo de adequação necessário e proporcional à nossa capacidade de conforto metal. Entretanto essa suposta falha tem efeitos colaterais significativos: um deles é nos fazer incorrer no mesmo erro por não lembrar os dissabores já passados em outra oportunidade. Isso ocorre em vários setores da vida como: voltar a confiar em alguém que nos traiu; crucificar os réus de hoje como se seus crimes fossem maiores que o de outros que acompanhamos e quanto aos quais passamos ao largo sequer de melhor atenção, enfim, passar por situações difíceis outra vez nas mesmíssimas circunstâncias que já havíamos passado por puro “esquecimento”. Evidentemente algumas pessoas conseguem manter vivo um rol de experiências que embasam suas considerações sobre os atuais eventos, e estas, muitas vezes são vistas como defasadas somente porque, na verdade, possuem discernimento pelo acumulado vivona memória. Aliás a frase “o Brasil mão tem memória” é certamente em função desse lapso que, em grande parte, reputo à imprensa do nosso pais e sua ânsia de novidades que, incluem inversão de valores de acordo com seus interesses.