Idiotice é ser milionário no cemitério

Idiotice é ser milionário no cemitério

Outro dia, uma velha amiga pediu-me para ser sua fiadora junto ao banco onde estava negociando empréstimo de valor significativo. Não tive como negar. Fui convocado para fazer o cadastro. A gerente que me atendeu – uma bela bancária-fonoaudióloga - solicitou a relação dos bens que possuía. Imóvel, nenhum. Veículo, nem bicicleta. De valor só uns 1.500 livros.. Valor inestimável, frisei. Ela nem ligou. Pediu-me o holerite. Só isso, disse-me com um olhar um tanto penalizado. É que pago duas pensões, duas ex, você sabe, justifiquei.

É claro que não fui aceito.

Sou péssimo administrador no tocante a dinheiro. Aposentei-me pouco antes de o Collor confiscar o nosso dinheiro. Tinha sacado o Fundo de Garantia e colocado na poupança. Estava estudando na Unesp de Bauru na época e esqueci-me do dinheiro. Só uns dez anos após, o gerente da agência de Capão Bonito ficou intrigado com aquele dinheiro parado e me localizou. Tinha apurado que eu tinha deixado certa quantia também em Bauru onde trabalhara. Dei-lhe , de presente, um computador. Quanto ao dinheiro gastei adquirindo dois carros: um para minha mulher e outro para mim. Um deles foi furtado pouco depois lá na capital, sem seguro.

Nem liguei. O que tinha vindo de surpresa, assim também tinha ido. Era a sina. Porque nunca pretendi mesmo é ser milionário no cemitério.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 06/10/2012
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