IRMÃOS

Sábado, 7 de Julho de 2012

IRMÃOS

A escolha do modo ou da maneira que queremos viver, dizem que é nossa. Mas é claro que não é. A vida da gente, a bem da verdade, não está somente em nossas mãos. Indiretamente está ligada a uma série de fatos e fatores que em muitas das vezes nos foge ao nosso controle e domínio. A começar pela família onde nascemos.

Quem conhece alguma coisa da religião espírita já ouviu dizer que os amigos que angariamos nessa vida são os irmãos que escolhemos. Isto porque não podemos escolher os nossos irmãos sanguíneos. Eles estão intrinsecamente ligados a nós pela força do que chamam de destino. É claro que cabe controvérsias, não é? Mas o fato é que em muitas das vezes nos relacionamos com pessoas cuja relação afetiva e fraterna é muito superior àquela a qual se dá com aqueles que são nossos irmãos de sangue. Neste caso, a nossa responsabilidade fica maior, lembrando uma das afirmações do famoso livro de Antoine de Saint-Exupery, "O Pequeno Príncipe": "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Quando mais novo eu imaginava haver famílias perfeitas. Mas o tempo incumbiu-se de mostrar-me o contrário. Hoje, eu diria que são raras, raríssimas, as famílias que podem se considerar homogêneas e harmônicas, unidas como deveria ser pela teoria do que aprendemos de fraternidade.

No entanto, a maioria das pessoas não tem a exata percepção do que é uma família unida. Com seus entes em completa harmonia e entendimento. Proporcionando a todos praticarem as ações de apoio entre si, principalmente nas circunstâncias em que a vida nos prega peças, às vezes pesadas e desagradáveis e, também, em certas ocasiões de forma trágica e/ou sofrida.

Há um adesivo que circula nos vidros de alguns automóveis que diz mais ou menos o seguinte: "Família: criação maravilhosa de Deus". Daí eu diria: Feliz aqueles que possuem uma família unida. Quando algum dos seus entes caírem em situações de risco ou penosas, os demais se unem numa só corrente de solidariedade e respaldam o menos infeliz circunstancialmente.

São muitos os fatores responsáveis pela desunião de uma família. Já tive a oportunidade de falar sobre isso, onde disse que a culpa cabia ou caberia aos pais. Porque são eles os controladores da mesma enquanto os filhos estão iniciando suas vidas, até os tempos que possam seguir sozinhos, por conta própria a partir de um certo tempo. E não pode haver diferenciação no trato entre um ou outro filho. Mas o maior problema entre todos podemos atribuir a um fator muito conhecido por todos: O Ego.

Se todos soubessem da importância que é ter os irmãos juntos, com o sentimento fraterno entre eles, sabendo que podem contar uns com os outros em quaisquer circunstâncias, muita coisa ruim deixaria de acontecer a eles e ao mundo. Mas, infelizmente, a realidade se dá de forma totalmente contrária a isso. Um irmão se destaca muito e afasta-se dos outros; um outro não se desenvolve e fica na dependência eterna dos demais; também há aqueles que só pensam em si; e há outros que não se conscientizam que deve cooperar com os demais; dentre outros motivos.

A literatura está repleta de fábulas que exemplificam as relações positivas e/ou negativas entre os entes familiares. E temos o exemplo bíblico de Caim e Abel. Teoricamente seria simples a assimilação das mensagens que nos são passadas dessa ou de outra forma, no sentido de tomarmos consciência para fazer com que sejamos coesos com os nossos entes queridos. Mas entre a teoria e a prática, vai uma distância muito grande.

Infelizmente.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 06/10/2012
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