O Homem-dos-três-estados

Ela perguntou ao que-nada-sabe onde andaria o homem que ela havia amado, ao que ele respondeu:

-O homem que você amou e uma farsa minha filha! O homem que você amou e uma fantasia que tu procuraste, mas aquilo que tu não vês, não tem o alcance da alma, isso e muito mais profundo e você só consegue ver a superfície do todo.

O bom, e escancarar o cerne; gritar burburinhos no silencio...

O rio em fúria nunca mostra o teu rosto da mesma forma que as águas placidas dum lago... e ai que as coisas todas tomam forma; e dentro da serenidade do coração que habita o amor, não e nunca no estado caótico das grandes cidades nem dos vulcões destruidores, nem dos abalos da terra, nem dos maremotos ou das guerras.

O homem que você amou, não se esconde nem e triste: ele e uma epifania daquilo que tu mesmo inventaste. E uma musica a oito tempos, e e audacioso demais para que consigas vislumbrar nem que seja a sombra projetada do seu cadáver... Ele já não existe, porque você o matou muito antes de o saber amar!

Assim falou o que-não-sabe nada a ex-amante! Assim que excomungado da sua vida se evaporou e andou, assim asilado de todas as formas ele deixou-se ao sortilégio vagando por meio mundo defunto, assim nos Antípodas Boreais descobriu que ver um filme pornográfico tem a garantia de fazer gozar a mente ou fazer aborrecer o corpo.

Geralmente aquilo que veem de nos e um egoismo doentio quase obsceno das nossas formas, quando na realidade somos todos demos informes e ninguém foge a regra de ser um bom sacana de vez enquanto.

-Sou gasoso, liquido e solido...

O tamanho do meu amor não e para tacanhos ele sussurrou-lhe; porque quando abro os meus bracos tudo o que vês de ponta-a-ponta e o tamanho do Universo, dentro dele vês o tamanho do meu amor!

Volta para dentro de ti, eu me escondo onde nada existe.

Eu sou com um trem não espero muito tempo na mesma estacão...

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 04/10/2012
Código do texto: T3916100
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