A Sagitariana
A estrada estava negra , as arvores se fundiam com o ceu num verde tao escuro que tudo os envolvia , a noite trazia a esperança de um descanso programado programado por ambos ha dias , ha meses , quem sabe ha anos desde que ele estava privado de sua liberdade fisica porem nao da liberdade inata de devanear e vislumbrava ela sendo devorada por homens e mulheres naquele clube na capital , esperavam por isso , ja estava tudo acertado , em uma terça-feira dia de folga dela que se congelava seu fogo temporareamente servindo turistas em uma sorveteria na praça principal da cidade de onde tirava o sustento para si , o amado e o caçula era dia de Yemanja a senhora das aguas , aguas que abençoavam a cidade litoranea ;
Ela sempre que podia ia ver o mar seja na bicicleta comum em cidades baixas , seja caminhando ou ate mesmo na garupa da moto recem comprada , a moto tambem nao teria sido menos desejada do que a viagem , ela adorava a moto tentava ficar em pe abrir os braços mas era reprreendida pelo amado que so se aquietava quando sentia o roçar dos peitos dela como uma forma de acalma lo , corriam... corriam naquela noite tambem e o vento forte levava pra longe seus cabelos que pela manha haviam sido meticulosamente arrumados pelo cabeleireiro , havia feito as unhas tambem com seu vermelho preferido e as cravava nas costas do seu amado fazendo gracinhas , sorria adora sorrir ,
Estava cheirosa tambem pois ao deixar o caçula aos cuidados da mae havia se demorado como nunca no banho lentamente esfregava cada parte de seu corpo claro marcado pelo biquini gostava de tocar nas gotinhas de vapór do azulejo , olhou se no espelho já não era mais aquela mocinha que um dia se entregou a um estranho dentro do onibus passando pela mesma estrada a imigrantes , a estrada onde tudo acabaria foi o palco do encontro dos dois , lembrou de como ele tinha adorado seus seios naquele dia , olhando pra eles agora sentia ate o sugar intenso de quando ele se deleitava no alimento do caçula ; Lembrou se tambem de quando o esperava sair do carçere , quantas vezes se tocou na ilusao de suas maos seriam as do amado , adimirou se tentando encontrar no espelho aquela mulher que não se preocupava apenas com chas emagrecedores , dietas, calorias , na frustante tentativa de ter um corpo digno de uma tatuagem ou quem sabe um piercen fetiches do amado , mas vira e mexe deparava-se com seu cansaço , sua fome e agora diante do espelho tentava esconder uma camada escura debaixo de seus olhos que traziam alem do tom lamacento das muitas lagrimas outrora derramadas o peso da espera , da espera durante mais de dois anos em que ele ficou preso , da espera pela mundaça do amando em não abandona la tanto mesmo estando livre , da espera pela vida nova , o apartamento já havia sido escolhido e a comemoraçao daquela noite seria por isso também , naquela noite tudo isso passou pela cabeça dela e diante daquela no espelho sentiu se orgulhosa pois era a ela quem ele havia escolhido para celebrar , era pra ela que ele voltava não pras outras , era dela os longos beijos longos sonhos , projetos de viagem , procura na internet de encurtar os destinos e agora era ela quem subiria a serra , pra ter o amor dedicado sendo sendo esposto diante dos frequentadores daquele lugar , sendo tocado por outros homens e mulheres sua pela envolta em outros cheiros só pra satisfazer as vontades dele e dela , as vezes questionava se não estaria indo longe demais , se não estaria se decepcionado em satisfaze lo mas não se atreveria a perder lo por nada nesse mundo se anularia ate o fim porem essa duvida não so a fazia mordiscar os labios causava lhe uma ferida no orgulho que era demonstrado quando juntos na moto não se segurava na cintura do amado sempre dava uma desculpa dizendo que estaria segura no encosto traseiro , dando assim uma impressao de que estava se auto afirmando , uma forma de dizer que tambem tinha seus ciumes suas dores mesmo que encobertas por um risinho meio de lado quando ele olhava as moças de saias que esvoaçavam na beira mar ,
Ela acreditava que seriam simples juntos , atraentes juntos e que ele nao devia nada em troca pelo amor dispensado , ele dividiria suas loucuras sexuais ela escultaria , poderiaexpressar suas verdades mais ocultas mesmo que isso significasse que nao queria estar mais ao lado dela que ela entenderia , ele podeira cair no abismo ou em uma estrada a procura da felicidade mudar ate mesmo de cidade com ela e o caçula só pra ficar perto de uma nova paixao que ela se identificaria com isso
Ela tinha um compromisso com ele , e ele no devia nada em troca do amor que ela dava , pela preocupaçao que ele causava e jamais o trocaria por uma fidelidade seria tentador a segurança e a paz que sentiria mas nao agora , nao estragaria a noite .
Achava que o amado era um narcisista o confrontava com isso mas agora vendo seus macios cabelos que eram expostos pelo capacete desejava o ainda mais , tocava o com a pureza de quem toca algo sagrado para ela ele o era belo , intangivel , o amado estava lindo tambem com as roupas que ela havia escolhido e que foram meticulosamente lavadas e passada , como ela gostava de se dedicar a ele cuidava desde o cafe da manha ate as contas bancarias ,e agora ali , subindo a serra correndo pela noite uma faisca de medo precipitou ao seu coraçao olhando pelo retovisor viu um caminhao se aproximando avisou ao amado que em extase pela que encontraria no final da estrada só se desvia um pouco , olhou novamente dessa vez ja meia atordoada vira seu corpo e chama pelo amado na espera inutil que ele os tire dali ou quem sabe poder fitar o motorista nos olhos questionando se nao os via frageis sob a moto diante da imensa estrada e da luz forte dos farois do caminhao que nao se recua ,
O caminhao era real , o amado nao consegue fazer mais nada , o coraçao dela dispara como quando ele aparecia na sorveteria pra buscala depois de um dia longo de trabalho , assim como quando ele fazia sua alma gemer e dançar de prazer ,dispara como quando ele a beijou e se agarraram no onibus ha 12 anos atras naquela mesma estrada porem agora na mesma estada o solta o liberta , suas maos nao estao na cintura do amado nem no encosto da moto o liberta pois sabe que ele sempre sera seu e que se o prende ele nao se cansara e descontara nela e no caçula , o liberta pois o ama de uma forma tao desmedida que o ciume que esta ligado a esse amor nao a deixara ve lo se dando a outras , antes era facil agora porem esta cansada , sua idade escorrendo entre os dedos , sua auto estima esta abalada , abalada tambem estao seus sentimentos e seu corpo reage e pende pra frente , nao acredita o caminhao bate na moto , nao da tempo de mais nada , cai ao chao ,suas maos ja nao estao no corpo desejado , sua mente não esta mais nas fantasias que se realizariam a menos de 3 kilometros dali , nem nos planos e sonhos que graças a fe que mantinha iriam se realizar , seu corpo esta no chao no afasto negro da imigrantes , tenta abrir os olhos procurando por ele pela imagem do homen que havia salvado da vida mediocre e insonsa , do homem que desmitificava os padroes convencionais de casamento e que a tratava como uma amante que não tinha direito a reclamar das ausencias das traiçoes não o encontra as luzes ofuscam seus olhos e o farol do caminhao lhe cega eamagalhe o corpo , a vida , a infancia do caçula , os artezanatos que estava trabalhando . Um corpo que havia seido privado das deliciosas guloseimas só pra ser exposto no tal clube esta exposto agora a noite
O amado tomado de desespero e de culpa grita seu nome com aquele mesmo tom de quando queria lhe chamar a atençao em meio a uma discursao e a comparava com uma parede mau sabendo que ela lhe devotava os mais intimos segredos e se silenciava como uma forma de acalma lo . A chama novamente
__ Patricia ??? Voce vai me deixar ?? E o nosso filho ??/
Varias vezes gritaria esse nome diante do corpo inerte daquela que sempre o esperou . Esperou que cansase sua masculidade a exaustao em cima de outras mulheres pra descançar nos braços quentes dela , braços esses que eram chacoalhados com tanta força como que se a virilidade do amado a ansia da vida lhe pudesse transpor o abismo fisico e como um milagre divino as narinas dela o recebessem e devolvesse desdo o brilho nos olhos ate a força pelvica conquistada com os exercicios ensinado por ele para lhe erigecer a musculatura vaginal e o apertar porem apertado estava suas entranhas ao solo , o amado olha pros ceus blasfema , logo ela tao crista quantas vezes o conduziu ao templo na esperança que fosse beijado pelos labios de Deus .
Porem não voltaria , não pela falta de vontade do amado em te la por perto em ter sua ajuda na hora de procurar algo que sumiu em organizar sua louca vida , quantas vezes ele ainda teria a sensaçao de que ela estaria perto dele , quantas vezes a sentiria em outras mulheres a veria em outras faces , mas não não voltaria para casa , pro caçula nem pro feijao cozido que seria requentado pelo amado semanas depois e comido num ritual de luto .