Herói
Minha amiga Maria Neusa escreveu, comentando um texto meu, que não lê jornais nem assiste telejornais. Eu, lembrando outra crônica minha, digo que ela é uma epicurista usando como Montaigne um truque para ter uma vida melhor.
Homenageando essa minha amiga tão querida, minha crônica hoje vai contestá-la mostrando que ao ler jornais algumas vezes descobrimos coisas boas .
O que leva uma pessoa comum a se transformar em herói, realizando algo que vai além do interesse por sua própria vida para salvar a vida de outros que provavelmente nem mesmo ficarão sabendo dessa dívida?
É o que aconteceu com o caminhoneiro José Bezerra, conforme noticiou o Estado de Minas no caderno Gerais de sábado passado, reportagem de Luiz Ribeiro.
Fim de ,tarde começo de noite, na descida do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Em um caminhão-baú bananeiro, com apenas quatro meses de uso, o paraibano José desce o trecho mais perigoso do Anel Rodoviário – entre os bairros Buritis e Olhos D’Água. É um dos horários de maior pico, pista cheia. Pelo retrovisor ele percebe acidentes acontecendo, causados por uma carreta Scania desgovernada. O que fazer? Abrir passagem e deixar a Scania passar sobre os carros pequenos que seguiam na frente? Não, essa não era a opção correta para José, homem de bem, temente a Deus. Decidiu parar a Scania. Mas como?
José, certa vez, viu um filme. Duas carretas seguiam seu caminho.O motorista de trás avisa ao da frente através de rádio, que perdeu o freio. O motorista da frente avisa que vai diminuir a velocidade e pede ao de trás que cole em sua traseira e após mais vinte quilômetros de viagem, o motorista da frente consegue parar os dois carros. E é isso que José se propõe a fazer. Ele engatou a segunda marcha mantendo seu caminhão a uns vinte quilômetros por hora. A carreta (que carregava vinte e cinco toneladas de pedra) empurrou-o por mais três quilômetros até que conseguissem parar.
O acidente envolveu trinta e cinco carros, mas apenas três pessoas ficaram feridas. Quantas vidas escaparam da foice mortal por causa da perícia e coragem desse homem de bem, nunca saberemos. Mas fica aqui o registro e a homenagem a um herói que mesmo não sendo super agiu como tal.
Minha amiga Maria Neusa escreveu, comentando um texto meu, que não lê jornais nem assiste telejornais. Eu, lembrando outra crônica minha, digo que ela é uma epicurista usando como Montaigne um truque para ter uma vida melhor.
Homenageando essa minha amiga tão querida, minha crônica hoje vai contestá-la mostrando que ao ler jornais algumas vezes descobrimos coisas boas .
O que leva uma pessoa comum a se transformar em herói, realizando algo que vai além do interesse por sua própria vida para salvar a vida de outros que provavelmente nem mesmo ficarão sabendo dessa dívida?
É o que aconteceu com o caminhoneiro José Bezerra, conforme noticiou o Estado de Minas no caderno Gerais de sábado passado, reportagem de Luiz Ribeiro.
Fim de ,tarde começo de noite, na descida do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Em um caminhão-baú bananeiro, com apenas quatro meses de uso, o paraibano José desce o trecho mais perigoso do Anel Rodoviário – entre os bairros Buritis e Olhos D’Água. É um dos horários de maior pico, pista cheia. Pelo retrovisor ele percebe acidentes acontecendo, causados por uma carreta Scania desgovernada. O que fazer? Abrir passagem e deixar a Scania passar sobre os carros pequenos que seguiam na frente? Não, essa não era a opção correta para José, homem de bem, temente a Deus. Decidiu parar a Scania. Mas como?
José, certa vez, viu um filme. Duas carretas seguiam seu caminho.O motorista de trás avisa ao da frente através de rádio, que perdeu o freio. O motorista da frente avisa que vai diminuir a velocidade e pede ao de trás que cole em sua traseira e após mais vinte quilômetros de viagem, o motorista da frente consegue parar os dois carros. E é isso que José se propõe a fazer. Ele engatou a segunda marcha mantendo seu caminhão a uns vinte quilômetros por hora. A carreta (que carregava vinte e cinco toneladas de pedra) empurrou-o por mais três quilômetros até que conseguissem parar.
O acidente envolveu trinta e cinco carros, mas apenas três pessoas ficaram feridas. Quantas vidas escaparam da foice mortal por causa da perícia e coragem desse homem de bem, nunca saberemos. Mas fica aqui o registro e a homenagem a um herói que mesmo não sendo super agiu como tal.