QUAL O TAMANHO DE SUA GLORIA E DE SUA DESGRACA
Eu ja estive de frente a questionar os desiguinos de Deus. Eu ja senti dor e medo, ira e felicidade. Passei por situacoes que me demostraram que minha desgraca particular era pequena diante do que a vida me mostrava. Quando falamos em maternidade vem a nos a imagem de um lugar acolhecor e de lindos bebes, saudaveis perfeitos. Quando nao ocorre desaba o ceu em todos sonhos e projetos destinado a aquela crianca. Eu vivi esta experiencia em duas de minhas gestacoes, pensara eu na minha ingenuidade que a maternidade era o lugar mais seguro, que nao haveria surpresas. E saber que voce esta diante de uma incogta em relacao ao futuro de seu filho dilacera as esperancas, Em todas as minhas andancas em hospitais e casas de apoio, testemunhei sim somente uma vez criancas com anormalias fisicas severas. Eram criancas retiradas de lares destruturados, que a familia nao queria, enfim, criancas destinadas ao abandono por suas limitracoes e deficiencias.
E a vez que testemunhei fora quando precisei ficar numa casa de apoio para estar bem cedo no hospital para tentar um tratamento ao meu filho. Naquele momento Deus com sua infinita sabedoria me mostrara a forca que eu tinha em suportar e lutar com fe para que meu filho tivesse o melhor tratamento e que eu deveria ama-lo incondicionalmente. Mas nesta ultima semana que estive em Sao Paulo novamente me perguntei ate onde suportamos ou nos camuflamos diante da dor, ou simplismente agradecemos por termos coragem, fe. Eu entrei no metro e fui sentar num dos bancos do vagao, ao meu lado sentou se uma mae com um bebe. Eu olhei para aquele rostinho lindo, olhos brilhantes e disse que bebe mais lindo. Ainda olhando com mais atencao vi aquele pequeno bebe sem os bracos, sem uma das pernas e a outra pequenina com um pezinho minusculo.
Ela se retraiu do meu primeiro contato, insisti e comecei a brincar com aquele bebe pequeno de semblante sereno. Seu nome MIGUEL, cinco meses, lindo sorridente.
Enquanto paravamos de estacao em estacao ele se agitava e divertia se com os fleches de luz, numa felicidade singela. Mas notei os olhares de surpresa e pena diante daquela crianca. Com ternura e paciencia fui puxando papo com ela, e aos poucos ela comecou a dialogar comigo. Disse que trabalhava num hospital e que ele ficava na creche do mesmo, porem, o diretor do hospital sensibilizado com a crianca ofereceu a ela ficar com ele em casa lhe pagando, seria uma licensa. Mas a dor e tristeza dela fora quando sutilmente disse do emocional dela, vi uma tristeza em seus olhos diante do que a vida obrigara a encarar.
Conversamos sutilmente sem entrar em detalhes mais profundos, tudo que sei e que esta moca tem uma filha de oito anos, mas tocou me quando ela falou do amor pelo bebe.
Pensei muito em tudo que vivencio, tudo que ja passei e passo diariamente mas aquela mae fez eu reavaliar meus valores. Reavaliar que a vida deve ser agradecida mesmo com seus espinhos, mesmo quando e contraria a nossos desejos. E que a fecidade e feita de pequenas coisas, e feita de uma vida desapegada a bens materias. E aquele bebe mesmo com toda sua limitacao era feliz, havia em seu semblante ternura, havia sim amor.