SÃO PEDRO

Finalmente, depois de muito rodar entrando e saindo de diversas cidades, nosso ônibus chegou ao destino, o Terminal de Passageiros de São Pedro.

Passava das vinte e três horas e o sonolento motorista do taxi nos levou à pousada onde passaríamos o feriadão da independência.

Modesta, acolhedora e dentro do poder aquisitivo de um reles aposentado brasileiro que vê, a cada dia, os seus minguados ganhos serem sugados pela fome insaciável dos impostos em cascata, emolumentos, taxas, fretes, seguro e toda legião de ladrões aproveitadores que se interpõem entre o produto/serviço e o consumidor final.

São Pedro que faz parte do circuito das águas do Estado de São Paulo tem o seu imenso potencial turístico subutilizado.

É uma cidade muito agradável e de clima ameno apesar desses quase três meses de estiagem.

Seus rios e cachoeiras estão reduzidos a filetes de água, mas mesmo assim, expõem a beleza dos leitos secos, repletos de pedregulhos e as matas capazes de sustentar vida selvagem.

Nós não chegamos a ver, mas nos informaram a ocorrência de bugios, veados, gatos do mato, tamanduás e muitas, muitas aves (dessas nós vimos), tucanos e pica-paus.

O relevo da região das Furnas, com seus montes em forma de ferradura e a presença de rochas cristalinas intrusivas (já bastante erodidas) sugere que naquela região, em tempos imemoriais, houve intenso vulcanismo.

Essa hipótese é corroborada pela ocorrência de águas termais sulfurosas no balneário da cidade de Águas de São Pedro, distante apenas 18 km.

Além das praças, igrejas e culinária de primeira qualidade (na mais autêntica tradição tropeira, com fogão à lenha e panelas de barro e ferro), tivemos a oportunidade de conhecer o museu da cidade que tem o nome do Poeta Gustavo Teixeira que expõem no seu acervo permanente as peças que remontam ao período em que São Pedro era apenas um ponto de apoio para os tropeiros e através de imagens (fotografias e telas), resgata a memória dos prefeitos e habitantes notáveis, também os móveis e utensílios lembram os primeiros anos de funcionamento da escola primária na primeira metade do século XX.