SENSIBILIDADE E POESIA.

Amplamente nos chegam os dizeres de todos que nunca nada disseram em público. Estes espaços, como o RECANTO, são públicos em contornos determinados. Surgem os novos poetas, que dizem suas sensibilidades.

Todos têm sensibilidade, e por isso algo a dizer. Dizer de forma grafada a sensibilidade é poesia.

Todos sentem algo que podem tornar público, mesmo sem maiores estudos linguísticos. Dizem agora na “antena”.

Não são necessários os formatos acadêmicos das escolas poéticas, basta dizer, logo que nos bastidores, na alma, todos têm sentimento.

E ele, o sentimento, quer voar na comunicabilidade, ganhar alturas nas asas do sonho.

E a falta de formato, minimalista até, vem de longe, ganhando regras simplórias que qualquer um pode exercer. Os camponeses asiáticos e seu descanso aliado ao lazer, criaram “tancas e haicais”, tão difundidas remontando a séculos atrás.Uma gigante digressão temporal ao passado.

A expressão artística é circunscrita à vocação e ao dom, mais restrita em outras manifestações, desde as grutas de Dordogne na França, onde estariam as primeiras pinturas rupestres dos primevos.

Dizer o sentimento é facultado a todos, outra coisa é a arte verdadeira, limitada a poucos. Todos podem e devem dizer o que sentem, é sua reportagem de vida. A arte é plástica, nasce do pincel e do cinzel, das telas e principalmente da estatuária, escultura. Todos podem se comunicar através do verbo, certo ou errado, mas quem não sabe grafar pode criar arte sem conhecer o verbo, como acontece, mesmo sem saber escrever. Não são poucos os casos do verdadeiro dom e vocação.

A arte que é de poucos, pintura e escultura, e por isso é arte, e não comunicação plural, surgiu antes da grafia. Qualquer um, mesmo sem estudo, pode exteriorizar o que sente plasticamente, pintar e esculpir, mas são poucos, é preciso o dom, escrever seus sentimentos todos podem.

Nessa nova pátria de sentimentos, grafada em poesia e sensibilidade sem academicismos, mudam cores e amores, falam-se falas nunca vistas, surreais, algumas interessantes, atropeladas e sensitivas, dispersas e difusas, mas sentidas, e isso é o que importa.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/10/2012
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T3912381
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