BOM DIA, HEBE!
Comentários também em meu blog: http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/
Bom dia, Hebe! Como foi seu dia ao lado de Deus, heim? Como Deus reagiu ao seu vasto sorriso de alegria pela vida que você viveu? Deu o seu famoso “selinho” também em Deus? Não me responda nada, Hebe. Saberei dessas respostas quando me for para junto de Deus também!
Hebe, ontem à noite tive dificuldades para dormir; talvez porque pensasse demais em sua morte tão repentina ou talvez porque tivesse a certeza que esquecera a data de meu casamento com a Yara e a data de nascimento de meu filho, coisas preciosas para mim!
Não desejo que você se preocupe com meu lapso de memória, pois acordei a esposa só para lhe perguntar isso. Mesmo meio sonolenta, disse-me que completamos 15 anos de casados e que nosso filho completará em janeiro 15 anos de vida! Confessando-lhe isso, tenho medo que você fique triste e não ouse mais gargalhar tão gostosamente como minha esposa também o faz! Acordei pela manhã ouvindo seu gostoso sorriso no celular musical de minha esposa Yara. Teria sido seu sorriso mesmo, Hebe, ou eu estava sonhando? Não sei, mas acho que é possível que eu estivesse sonhando!
Eu, também, Hebe, sobrevivo há seis anos com duas infecções hospitalares alojadas em meu cérebro e, ao acordar, revi a capa de meu livro O CAMINHO NÃO PERCORRIDO (a trajetória dos assistentes sociais masculinos em Manaus) para ter certeza de que não sonhara com o trabalho maravilhoso da Juliana Fortes, da Editora da Ufam!! Não! Não estava sonhando! Meu livro será reeditado pela Editora, dirigida pela professora doutora e minha orientadora de pesquisa Iraíldes Torres. Na reedição da obra, contei também com a colaboração intelectual e a força de Deus e das professoras doutoras Heloísa Helena, da UFAM, com os escritos maravilhosos da orelha e Cléria Bueno, da UNIFRANCA, SP, com a fantástica apresentação do prefácio para a reedição. Que presente minha despretensiosa obra recebeu! Ah, Juliana Fortes, será que eu ainda vou reconhecê-la no dia do lançamento do livro que ganhou tanta notoriedade? Será que ainda estarei vivo em dezembro, para quando foi previsto o lançamento?
Será que verei meu sonho iniciado com a decisão da Dra. Ivete Ivo Barros de procurar patrocínio com o Dr. Francisco Garcia, que apostou no trabalho e custeou a primeira edição? Não posso esquecer-me de Raimundo Quirino, que intermediou o processo de patrocínio na primeira edição! Será que o “curto circuito cerebral” momentâneo que me fez esquecer duas coisas importantes em minha vida foi um indício de que também partirei rápido como a Hebe Camargo, que lutou dois anos contra o câncer em seu peritônio, mas lhe serviu para gargalhadas quando soube do local?
Não. Acho que não! Isso é só mais um delírio de ansiedade que me acometeu também porque o amigo Juca Caju produziu e me presenteou com a segunda edição virtual de meu livro O HOMEM DA ROSA, indicado ao prêmio Jabuti de 1999! Tantas coisas boas e positivas estão acontecendo ao mesmo tempo em minha vida e eu pensando em morte, que será uma certeza vindoura!
Ah, quero viver como a Hebe viveu, plantando rosas nos corações de pessoas duras, insensíveis e desumanas e a regando apenas com meu amor porque assim, a vida, a rosa e, as duas infecções hospitalares decorrentes de 11 cirurgias no cérebro poderão ser curadas e eu possa viver mais um pouco, mesmo sem esboçar sorrisos como a Hebe fazia sempre?!