O grande conflito!...

Desde que houve a rebelião de Lúcifer e seus anjos no Céu e eles foram expulsos para a Terra, o grande conflito passou a fazer parte da vida de cada ser humano. Começou na mente de Eva nossa primeira mãe. “O que é certo?”, questionava ela. “Comer ou não do fruto do conhecimento do bem e do mal?” Ela foi vencida e então a herança da morte e do grande conflito passou para seu marido. “O que devo fazer?” pensou ele. “Fico do lado de Deus ou do lado de minha esposa?”. O grande conflito estava apenas começando...

O grande conflito está presente em toda e qualquer decisão que o ser humano tem que tomar. Em todas as escolhas estão presentes o bem e o mal.

O grande conflito e seus atores

Em Gênesis 3:15 estão os principais personagens do grande conflito entre o bem e o mal. “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Nesse texto vemos que os dois principais personagens são a mulher e a serpente. Mas a semente, isto é, a descendência da mulher e a descendência da serpente também estariam envolvidas. Quem é a mulher e quem é a serpente? Em Apocalipse 12 podemos ver o desfecho desta explicação com mais detalhes: “O dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (v. 17, ACF).

A mulher é interpretada como a Igreja de Deus e a serpente como o dragão, Satanás. Mesmo sabendo que é um inimigo derrotado, o objetivo do dragão é destruir, enfraquecer, deturpar, perseguir a igreja verdadeira, bem como todos os seus descendentes. Em especial os remanescentes. Ellen G. White comenta: “A grande controvérsia entre o bem e o mal há de assumir proporções cada vez maiores até seu desenlace. Em todas as épocas a ira de Satanás esteve voltada contra a igreja de Cristo, motivo pelo qual Deus lhe concedeu Seu Espírito e Sua graça para que ela pudesse enfrentar todas as oposições do mal” (O Grande Conflito, p. 7).

Mas a Palavra de Deus nos diz que a mulher feriria a cabeça da serpente e a derrotaria. Cremos que a serpente já foi derrotada quando Jesus Cristo morreu na cruz do Calvário, vencendo a morte por meio de Sua ressurreição e dando o direito de vida eterna a todos aqueles que nEle crerem (Jo 3:16).

A queda de Lúcifer

Tudo era perfeito, havia paz, liberdade e harmonia no Céu. Deus não criou o mundo para ser um lugar de sofrimento, violência e destruição. Mas houve, no Céu, “um ser que preferiu perverter essa liberdade. O pecado teve origem com aquele que, abaixo de Cristo, era o mais honrado por Deus e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu” (O Grande Conflito, p. 493, 494). Em sua narrativa, Ellen G. White diz: “Antes de sua queda, Lúcifer foi o primeiro dos querubins cobridores, santo e incontaminado” (p. 494). A Bíblia também declara que Lúcifer era “o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura." "Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti" (Ez 28:12-15).

Em outras palavras, Lúcifer não se contentou com tudo isso. Ele quis mais: desejou o lugar de Cristo. O materialismo, o deus deste século, é semelhante ao pecado de Lúcifer. Sempre queremos algo mais. O egocentrismo, o orgulho e a arrogância são a origem da maioria dos problemas da Terra.

Na Igreja, essas características não deveriam existir. Por isso, o apóstolo Paulo nos adverte a não delegarmos cargos de alta responsabilidade a pessoas muito novas na fé, para que não haja o orgulho e elas venham a se perder. Embora ele estivesse certo, creio que uma pessoa que aceita a nova fé deve ser colocada imediatamente para trabalhar no serviço do Senhor, porém com responsabilidades menores e mais simples, para que aprendam com os mais experientes e assim prossigam no processo de maturidade do cristianismo. O grande problema hoje é o oposto do que estamos referindo. As pessoas entram na igreja e não são bem recebidas nem treinadas para realizar alguma tarefa para o crescimento da causa do Senhor. Assim, perdemos os que entram e desmotivamos os que desejam buscar os perdidos. Evitemos o orgulho, e também a falta de treinamento e valorização dos novos cristãos.

A arma de Deus

O grande conflito é revelado de várias formas e de maneira simbólica na vida do cristão. Em Apocalipse 12:17, a serpente, o dragão está irado com aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. Alguns podem interpretar Gênesis 3:15, pois é notória a inimizade mortal entre a serpente e o ser humano.

Portanto, o grande conflito é revelado de diferentes formas. O autor da lição sugere alguns textos que salientamessas diferentes formas com fatos e ocasiões diferentes . Um dos exemplos foi quando Deus Se agradou da oferta de Abel e não da oferta de Caim. Ali estavam estampadas as duas forças: a do bem a do mal. Abel ouviu a voz de Deus e Caim atendeu a voz do Satanás (compare Gn 4:4 com Hb 11:4).

Outro exemplo é encontrado na comparação entre Gênesis 12:3 e 22:18 com Gálatas 3:16. A descendência mencionada ali não se refere às descendências de todas as nações, mas sim ao descendente de Abraão, Jesus Cristo, o Redentor do mundo. Na verdade, essa é a principal arma de Deus contra a serpente. “...esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). Jesus foi ferido pela serpente. Não podemos negar isso, pois há marcas dos cravos em Suas mãos e pés, e também há a marca da lança em Seu lado. Mas a serpente foi ferida na cabeça, se tornando de uma vez por todas um inimigo derrotado pelo sacrifício na cruz do calvário e pela ressurreição de Jesus.

A maior vitória de Cristo sobre Satanás está registrada em Isaías 53:6. “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Sabendo que o maior objetivo do inimigo é destruir o maior número dos filhos de Deus, o Senhor provou Seu próprio amor para conosco morrendo em nosso lugar. É maravilho o grande amor de Deus por Seus filhos, provendo um plano infalível para salvá-los. Resumindo, a arma infalível de Deus é, sem dúvida, nosso Senhor Jesus Cristo, nosso sumo sacerdote. “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos Céus à destra do trono da majestade” (Hb 8:1).

A luta de Satanás

Um dos principais objetivos de Satanás é contrafazer os planos de Deus, especialmente quando se trata do plano de buscar e salvar o perdido. Ele tenta apagar o valor do ritual do santuário, jogando por terra o sacrifício vivo oferecido para expiação dos pecados da humanidade (Rm 1:20-28; Dt 32:17, 18).

Ele usou Herodes para perseguir Jesus quando nasceu, causando a fuga de José e Maria para o Egito (Mt 2:1-18). O inimigo também se aproveitou do momento do início do ministério de Cristo para colocar sobre Seus ombros as mais terríveis tentações, motivando-O a desistir de Seu plano de salvar a humanidade (Mt 4:1-11). Satanás também lutou para destruir o plano de salvação usando um discípulo (Pedro) para fazer com que Jesus desistisse de morrer em nosso lugar, mas foi repreendido (Mt 16:21-23). Finalmente, no ato da crucifixão, ele usou pessoas para tentá-Lo a desistir e descer da cruz, usando Seu poder (Mt 27:39-42). Penso também que uma das tentativas do inimigo foi colocar dois salteadores sendo crucificados com Ele, com o objetivo de ofuscar pela comparação o brilho de Seu ato redentor. Mas em tudo nosso Senhor saiu mais que vencedor e Satanás foi, ali mesmo, derrotado.

Destinos

Outro dia, recebi de um amigo uma parábola que contava a historia de dois irmãos gêmeos: João e Mário.

João morava em uma casa luxuosa, tinha um bom emprego e se tornou um dos empresários mais bem-sucedidos da cidade. Ele era respeitado e todos tinham orgulho de tê-lo como membro da sociedade. Quando precisavam de palestra de motivação nas empresas ou nas universidades, João era um dos primeiros convidados.

Enquanto isso, Mário vivia num imóvel emprestado, dependia de favores, e todo o dinheiro que ganhava, era gasto em bebidas e jogos em um bar próximo de sua casa. Por causa dessa escolha, ele estava solteiro, pois três mulheres já o haviam abandonado por causa da bebida e porque haviam se cansado de ser espancadas todos dias. Perguntaram então a Mário, qual foi a razão que o levou àquela vida miserável. Ele então respondeu: “Nasci em uma família desorientada. Meu pai era um bêbado inveterado e quando chegava em casa nos espancava. Não tínhamos alimento suficiente. Certo dia, decidi sair de casa e levar a vida por mim mesmo. Isso foi o que me tornou assim. Eu tinha um irmão que também saiu de casa e deve estar vivendo da mesma forma que eu.”

Naquela mesma ocasião, João estava em uma universidade de sua cidade ministrando uma palestra de motivação para os acadêmicos do curso de Administração. Um dos alunos lhe fez a seguinte pergunta. Sr. João, qual é a razão de o senhor ter uma vida tão bem-sucedida? Ele respondeu: “Nasci em uma família desorientada. Meu pai era um bêbado inveterado. Quando chegava em casa nos espancava. Não tínhamos alimento suficiente, então, um dia decidi sair de casa e levar a vida por mim mesmo. Decidi que eu ofereceria um lar diferente para minha família. Eu tinha um irmão que também saiu de casa e deve estar vivendo da mesma forma que eu”. Na verdade, nosso destino depende das escolhas que fazemos. Na vida cristã não é diferente. O autor da lição diz: “Uma coisa a respeito do grande conflito: ninguém pode ser neutro. Você está de um lado ou do outro. Qualquer um pode alegar estar do lado do Senhor (Jo 16:2). Como você pode saber, com certeza, que realmente está do lado certo?” (Lição de quinta-feira).

Conclusão

Todos os dias, quando acordamos, temos a chance de tomar a decisão certa. Porém, a grande maioria da humanidade decide pelo lado errado. A decisão certa está estampada nas páginas sagradas do evangelho de Mateus; “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Quando buscamos em primeiro lugar o reino de Deus, estamos dizendo de que lado do grande conflito queremos estar. Satanás não terá poder sobre os que escolherem estar do lado de Deus. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).