Desilusão, mais uma
Há momentos em que JPCrow se põe a refletir e conversar com os seus botões (como se usa dizer) e chega à desesperada conclusão que quando nascemos existe um destino que o acaso nos reserva.
Ele não acredita bem naquilo que todos acreditam, esse destino escrito pelas mãos de personnal God todo poderoso.
JP acredita simplesmente naquilo que todos nós conhecemos, ou melhor dizendo acredita naquilo que afinal ninguém sabe exatamente o que é. Nascer, viver, ser feliz ou sofrer e depois morrer.
Reflexivo, JP pensa ter saido de um casulo, desabrochando para a vida e como as tartaruguinhas que caminham na areia para o mar, seu destino é mais complicado: Foi protegido pelo pais que tentaram lhe mostrar um porto seguro.
Sua noção de vida quando jovem era viver o presente na ilusão de que a vida é longa. Muitos amigos e amigas sem o conhecimento dos pais, faziam-no crer nessa possibilidade. Acontece que o tempo foi mais rápido que suas conclusões e a meia idade chegou e começou a doer quando ele descobriu que a maturidade não havia chegado com a mesma força e assim acumulando desilusões e sustos seus conceitos foram mudando, se amoldando e ele foi apriosionado pelo medo.
Medo de ter educado de forma errada os seus filhos, medo de ter tratado mal os seus pais, medo de ter uma morte sofrida. Medo de que seus filhos não tenham a mesma sorte, a mesma determinação que teve para trilhar o caminho da sobrevivencia.
Chega então o momento do desespero, do complexo de culpa.
Chega o momento em que JPCrow foi atacado por coisas que nunca ousou imagina. É como se um tribunal fosse instalado nos corações de seus filhos e a condenação chegasse exatamente pelas mãos daqueles que mais amou e que pensava jamais poderia ser acusado, julgado e condenado por algo terrivel, que ele próprio não consegue localizar em suas ações.
Não existe neles (os que condenam) a mesma garra, a mesma vontade de vencer, a mesma disposição para o trabalho e o principal que é o capacidade de percepção do sentido da vida, da honra, dos códigos de ética que tanto prezamos.
Não existe neles, a mesma determinação da infância de tentar caminhar sozinho, firmar as pernas e seguir em frente, mesmo quebrando o nariz no chão. Eles ficam inexplicavelmente inertes, esperando que algo aconteça. Eles não são capazes de fazer acontecer.
Será influencia do mundo moderno? Ou teria sido, ou será ainda influencia de uma mãe estilo galinha choca?
JPCrow chora porque tinha e tem ainda seus pais como referencia e amarga a derrota de não conseguir essa façanha fazendo que seus filhos sejam seus fãs incondicionais e o tenha como referencia também.
É uma sensação de vazio, de derrota, de desilução.