Quando morre algo a que você pertence, você se liberta, ou morre também? Ou, existe uma outra opção?
MUITAS MENINAS TEM UMA ARVORE, MAS AQUELA, ERA A UNICA ARVORE QUE TINHA UMA MENINA...
No ano em que fiz quinze anos, nos mudamos para uma casa de esquina, com uma bela árvore na calçada lateral, que por uma dessas coincidências maravilhosas da vida, ficava em frente á janela do meu quarto...
Logo nos apaixonamos, ela e eu...
Tão intenso era esse amor, e cheio de confidências, que a árvore de flores amarelas, apaixonada, floria todos os dias, durante todos os meses do ano, fazendo da vida uma primavera sem fim... As pessoas notavam e comentavam sobre aquela árvore sempre, sempre, em flor...
Não imaginavam, que era apenas o mais puro amor que ela devotava àquela garotinha que estava descobrindo o mundo...
Por algum motivo não pensava em mim como a "dona" daquela árvore, e sim, pensava naquela árvore como sendo minha dona...
Assim, muitas garotas tinham uma árvore, mas eu, era a única menina em todo o mundo, que pertencia a uma...
Até escrevi um poema para ela "A menina que pertencia a uma árvore", e em sua homenagem, muitas vezes nas noites estreladas em que seus galhos invadiam minha janela para me jogar pequenas flores amarelas, eu declamava para ela...
Um dia nos mudamos para a quadra de baixo, mas eu nunca a abandonei... Sempre vinha abraça-la, contar as novidades, e os segredos, para que ela não pensasse que a esqueci...
Outro dia, nos mudamos do bairro, muitas vezes me mudei para longe e longe e longe....
Mas, esse coração, jamais esqueceu a árvore a que pertencia, e muitas vezes vim visitá-la, pensei nela, e guardei os nossos segredos no silencio do meu coração...
Um dia, muitos anos depois, sem nunca isso imaginar, voltei a morar no mesmo bairro, na rua de baixo, bem pertinho da minha dona...
A primeira coisa como sempre foi visitá-la, na prisão de sua calçada... Notei que estava muito podada, com poucos galhos, minguada, mas resistente, confiante... Aparentemente atrapalhava os fios de luz... Abraçava-a, sem preocupação sobre o que as pessoas iriam falar de uma senhora abraçada a uma árvore velha na calçada... Me sentava sob suas copas e lhe contava os segredos... Ela ficava feliz, mas não queria mais florir...
Hoje passei por lá, vinda de outro lugar, e olhem o que encontrei...
Encontrei o nada, o vazio, onde antes balançavam suas folhas verdes e se escondiam do sol passarinhos pequenos e felizes...
Agora vim aqui, dividir minha orfandade com meus amigos...
e perguntar para vocês, se por acaso sabem, se as árvores que morrem aqui, nascem no céu....
MUITAS MENINAS TEM UMA ARVORE, MAS AQUELA, ERA A UNICA ARVORE QUE TINHA UMA MENINA...
No ano em que fiz quinze anos, nos mudamos para uma casa de esquina, com uma bela árvore na calçada lateral, que por uma dessas coincidências maravilhosas da vida, ficava em frente á janela do meu quarto...
Logo nos apaixonamos, ela e eu...
Tão intenso era esse amor, e cheio de confidências, que a árvore de flores amarelas, apaixonada, floria todos os dias, durante todos os meses do ano, fazendo da vida uma primavera sem fim... As pessoas notavam e comentavam sobre aquela árvore sempre, sempre, em flor...
Não imaginavam, que era apenas o mais puro amor que ela devotava àquela garotinha que estava descobrindo o mundo...
Por algum motivo não pensava em mim como a "dona" daquela árvore, e sim, pensava naquela árvore como sendo minha dona...
Assim, muitas garotas tinham uma árvore, mas eu, era a única menina em todo o mundo, que pertencia a uma...
Até escrevi um poema para ela "A menina que pertencia a uma árvore", e em sua homenagem, muitas vezes nas noites estreladas em que seus galhos invadiam minha janela para me jogar pequenas flores amarelas, eu declamava para ela...
Um dia nos mudamos para a quadra de baixo, mas eu nunca a abandonei... Sempre vinha abraça-la, contar as novidades, e os segredos, para que ela não pensasse que a esqueci...
Outro dia, nos mudamos do bairro, muitas vezes me mudei para longe e longe e longe....
Mas, esse coração, jamais esqueceu a árvore a que pertencia, e muitas vezes vim visitá-la, pensei nela, e guardei os nossos segredos no silencio do meu coração...
Um dia, muitos anos depois, sem nunca isso imaginar, voltei a morar no mesmo bairro, na rua de baixo, bem pertinho da minha dona...
A primeira coisa como sempre foi visitá-la, na prisão de sua calçada... Notei que estava muito podada, com poucos galhos, minguada, mas resistente, confiante... Aparentemente atrapalhava os fios de luz... Abraçava-a, sem preocupação sobre o que as pessoas iriam falar de uma senhora abraçada a uma árvore velha na calçada... Me sentava sob suas copas e lhe contava os segredos... Ela ficava feliz, mas não queria mais florir...
Hoje passei por lá, vinda de outro lugar, e olhem o que encontrei...
Encontrei o nada, o vazio, onde antes balançavam suas folhas verdes e se escondiam do sol passarinhos pequenos e felizes...
Agora vim aqui, dividir minha orfandade com meus amigos...
e perguntar para vocês, se por acaso sabem, se as árvores que morrem aqui, nascem no céu....