O TEMPO NÃO PARA

Quinta-Feira, 21 de Junho de 2012

O TEMPO NÃO PARA

Ainda relacionando-se ao tema anterior, no tocante aos equívocos da idade avançada, ateio-me a um outro tipo de comportamento humano que observo ser mais comum do que parece. Refiro-me às ações que cometemos ou praticamos e que pensamos que conosco será diferente ao que aconteceu com o outro em algum tempo, ações estas que fogem ao nosso bom senso e/ou razão.

Estou me referindo, por exemplo, ao envolvimento sentimental com pessoa de geração diferente da nossa. Digamos, uns vinte ou vinte cinco anos de diferença. No caso, quando uma das partes está na faixa de cinquenta ou sessenta anos e envolve-se com outra com vinte ou vinte cinco anos. E existem casos de envolvimento de pessoas com idades diferenciadas, maiores do que as citadas.

Para ser mais exato, vamos nos reportar ao envolvimento de um homem na casa de quarenta e oito ou cinquenta anos, que se envolve com uma mulher de dezoito ou vinte anos. Este, nessa idade, ainda está dentro de suas condições físicas que o farão corresponder às ações sexuais que praticar, dentro do que classificaríamos normal, correspondendo às expectativas de sua companheira.

Acontece que, no decorrer da vida, passados vinte anos ou mais, aquela pessoa de quarenta e oito anos ou cinquenta, já estará com uma idade avançada que o colocará fora da condição física que não lhe permitirá render sexualmente, nos mesmos níveis do início dessa relação, Neste caso, o tempo é implacável e agirá com rigor nessas circunstâncias.

Daí que, pela parte da mulher, esta estará no apogeu físico, desejando ter seus instintos sexuais atendidos numa forma mais consistente do que ao que um homem já em idade avançada pode fazê-lo. Nisto, o que acontece? A insatisfação da mulher se fará presente de forma nítida e clara, havendo aí um desequilíbrio geral na relação, dando margem ao que todos nós sabemos: a infidelidade conjugal. No mínimo haverá a manifestação dela no que tange ao desagrado dessa situação.

E o fim disso todos nós sabemos como se dará. Ela buscará outro homem mais novo, alegando que o companheiro atual não lhe realiza seus desejos sexuais no plano que espera e deseja, com isto causando um sério problema a este, pela perda da condição efetiva da companheira.

E isto é praticamente uma regra no que acontece em todas essas relações. Sendo que o homem, ao ver-se abandonado pela mulher mais jovem, sentirá um baque muito grande, a ponto de desajustá-lo e até desequilibrá-lo emocional e pessoalmente, com reflexos em toda a sua vida, fazendo-o sofrer de forma intensa por muito tempo, com certeza.

Nestes casos, fica difícil ao homem entender tal situação, principalmente se a mulher, efetivamente parte para outra relação. Mas ele esqueceu-se que há vinte anos atrás ele havia deixado uma mulher, trocando-a por uma mais jovem e, nessa oportunidade, estará recebendo o que chamaríamos o troco nas ações da vida. Mas isso ele quase nunca buscará entender e muito menos aceitar. E é por isso que sofre ou sofrerá por muito ou por todo o tempo.

Quiséramos que todos soubessem ler nas entrelinhas da vida. Muita coisa se evitaria e muita tragédia também. Mas o cotidiano nos mostra o contrário. A cada dia que passa, mais situações como essa acontecem e é só aguardar o tempo passar para sabermos quais serão os seus desfechos.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 01/10/2012
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