OS DESERTOS DA VIDA!


  
      Os desertos por onde passei, foram de horas de loucura e males de meus sentidos.
Mas, na perda das esperanças, quando eu cruzava o deserto da desilusão, eu vi meu pranto rolar pelo chão, feito areia que o vento arrasta, sem direção.
Ninguém sabia de mim, e eu não sabia de ninguém, eu até pensava, em me vingar, porque no fundo, eu sentia que as ternuras eram inventadas, e que o profundo silêncio, tomava-me sem reclamar.
O gosto do sofrimento é azedo! Os clamores, como eu não tinha palavra altiva, quando atravessei os desertos, eu revivi a minha vida inteira, fazendo em eterno horror, os enganos daqueles transes.
Vi quando eu sentia prazer, mas parecia tão pouco, o que a delirar, me obrigava a sentir dor, as idéias acesas, daqueles tempos de amargura.
Quando eu acreditava nas ambições, os olhos iludidos, pelas miragens de minhas clemências oprimidas, por meus propósitos, acalentados por ironias de desgostos.

     Eu novamente estava lá, cruzando os desertos de minha vida, todos os detalhes, obrigavam-me a pensar e repensa,r na espiritualidade da alma, desnutrida pela ilusão que embaçava as vistas, especialmente quando eu sonhava, que tudo seria doce.
Estar-se a alma a tragar as idéias, enquanto a solidão tomava-me a liberdade de ser anjo de luz. No fundo, eu sabia que os desertos de minha vida, não seriam em vão, pois quem não sente na alma, a solidão a sorrir do destino?
Da pureza do sofrimento, em nada o sorriso perdeu-se de mim: sem queixumes, enxuguei o meu pranto azedo, arqueando a cabeça para a terra seca, que me sustentava.

     Eu suplicava à Deus, que abrisse a terra debaixo dos meus pés mas, de tempo em tempo, aumentava ainda mais, a vontade de renunciar a tudo, para retornar as ilusões terrenas.
Trágico e arrepiante, procedeu encarniçado o tempo todo da existência, quando percebi, que nada mais existia, principalmente tudo aquilo, que eu acreditava ser real. Cabisbaixo, misticamente cego, nenhuma coisa fazia-me crer, somente a imagem das minhas vontades, despedaçadas em mil pedaços, retalhadas em mil partes.
Ainda que nas pedras, os meus pés se machucassem, toda a intemperança da ignorância, que habitava meus sentidos enganado, por crer no irreal, tomava novo sentido...
Vencer as tolices, enxergar na simplicidade o verdadeiro caminho, remeteu-me há um mundo de felicidade. Como se inundasse o meu ser, eu pude reconhecer toda a força do perdão, compreendendo que somente a humildade é capaz de curar, a alma dos enganos.

     Não parecia ser aquele o caminho mas, em segundos, tudo foi modificado, como a transformação da água em vinho. Inclusive, toda intemperança que habitava minha ignorância, passou a dar lugar, a transparência e a obediência das ações.
Pela vida minha, que o tempo tragou, que faça matrizes, as palavras que eu digo:- todos passam por desertos, na terra ou além dela, tão próximo de tudo retalhado, dos pesares, dos males de outrora; tudo é dado as posições do espírito menos esclarecido.
Embora ajuntando tudo, cause um rápido transporte... os desertos levam a dores, os desprezos, calunias e desamor.
      O que faz da estrada deserta, um caminho de felicidade?
Somente a humildade, a compreensão e o perdão!
Que sua alma, ilumine-se de claridade da legitima ação. Faça, por onde receber vida plena e unção! Somente na claridade, podemos agir com justiça e dignidade.

Robert Sheldon
Enviado por Robert Sheldon em 30/09/2012
Reeditado em 01/10/2012
Código do texto: T3909594
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