DESTINO..

“Dizem os cretinos: O médico arrancou minha tia aos braços da morte, fê-la viver dez anos mais do que deveria viver. Outra modalidade de imbecis – os capazes, – sentenciam: O homem prudente forja o próprio destino.” Voltaire.

Voltaire é duro com aqueles que acham poder mudar o destino, e encerra com lógica irrespondível a afirmação expendida.

Evidente que podemos dar passos difíceis de entender para a inteligência. São imprudências, riscos assumidos, mas pergunta-se, não estaria traçado?

É como uma afirmação kantiana, quem pode negar se o que ocorreu nunca ocorreria?

Isso chama-se destino, ocorreu... Desconstitua-se a afirmação de Voltaire, impossível...A vida é para ser vivida segundo sua pontuação, e ninguém vai mudar nada que está listado para ser realidade efetiva.

Olhem como ocorrem fatos nunca previstos?

Vivamos nosso tempo, o agora, e o destino traçado, e vamos passeando pelos momentos do destino...

Voltaire arremata para os descrentes sobre a afirmação inicial, de forma fulminante, que não admite prova negativa, sic:

“O médico salvou tua tia. Mas não contradisse a natureza: obedeceu-lhe. Claro que tua tia não podia deixar de nascer senão na cidade em que nasceu, em ocasião certa ter certa moléstia, que o médico não podia estar alhures senão na cidade em que estava, que tua tia forçosamente o chamaria a ele, o qual necessariamente lhe prescreveria os remédios que a curaram.”

Ou seja, nada acontece na natureza sem a movimentação prevista, e ninguém tem condições de contraditar essa verdade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/09/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3908798
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