A OFENSA.
A língua da ofensa é mais pesada que a mão do carrasco. Não fere, mata.
As marcas do castigo corporal cicatrizam, do verbo ofensor permanecem gravadas para sempre. Se a ofensa parte de quem se admira apaga-se a admiração.
Apagada a admiração restam traços das emoções vividas que retratam a desilusão do sonho.
A vida real que forra a estrada de alegria é feita de paixão e quimera.
Não são as conquistas materiais que enfeitam a caminhada, são os momentos de sonho enredados na paixão das trocas que movimentam a felicidade em sua maior significação.Não há céu que encampe a felicidade, nem espaço que possa abrigá-la.
A ofensa é como um tornado que varre e devasta todos os devaneios vividos.
A lembrança é deslembrança do pesadelo da ofensa.Olha-se a imagem de quem ofendeu e nos parece uma pessoa desconhecida....
Como ensinava São Tiago em suas cartas, os cavalos embora grandes corporalmente têm freios na língua...e por ela são conduzidos.