POEMA DOS DIAS E DAS NOITES.

“ O Sol e a Lua realizam sem atrito o poema dos dias e das noites. Cá embaixo - condição da vida ou castigo divino - nunca uma ideia triunfou sem batalha ou uma civilização conquistou o seu lugar ao sol sem pagar um pesado imposto de sangue e sofrimento”.

É a marcante pontuação do clássico João Neves da Fontoura. Quem conhece um mínimo de história sabe que o teatro do mundo, assistido pela alternância sinalizada pelo poeta, da lua banhando a noite e do sol trazendo vida ao dias, SEM ATRITOS, testemunhou tragédias incontáveis.

Foi a luta pela organização que vai sendo construída de maneira vagarosa; e o sol e a lua, “sem atritos”, continuam ocupando seus espaços no cosmos.E os homens em suas diminuídas estaturas nada entendem de harmonia...

“É somente na natureza que devemos buscar a conexão e a ordem dos acontecimentos do mundo”; Kant. "Crítica da Razão Pura", fls.309.

Entenderam com distância temporal expressiva o poeta Neves da Fontoura e Kant essa ordem que poucos entendem.

Essa mescla da luta que foi testemunhada pela paz da natureza, é das mais belas visões que se pode alcançar, como a faculdade dos olhos que são donos da natureza até onde podem divisar suas belezas, sem que ninguém ou algo possa impor barreiras.

A serena alternância desses astros que fazem de certa forma nossa biologia, têm o condão de trazerem influências e beleza, mas não são deuses como na antiguidade, quando podiam interferir nos destinos de seus crentes.

Continuamos a admirá-los e esperançosos crermos que um dia todos entendam que compreender é a grande meta, unir o grande objetivo, somar a melhor equação, distinguir a grande sabedoria, amar e ser caridoso o fim último.

Sob esses pequenos grandes pontos será possível construir mais e desconstruir menos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3904563
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