FALSIDADE.
“Na natureza humana há uma certa falsidade, que ainda assim, no fim, deve, como tudo QUE NOS VEM DA NATUREZA, levar a boas finalidades; essa falsidade é uma tendência a ocultar nossos verdadeiros sentimentos e a expor outros supostos sentimentos QUE CONSIDERAMOS BONS E HONRADOS. Essa tendência de nos ocultarmos assumindo, AO MESMO TEMPO, uma ilusão vantajosa, não somente NOS CIVILIZOU, mas também NOS MORALIZOU pouco a pouco em certa medida, POIS NINGUÉM PODERIA ENXERGAR MEDIANTE A DISSIMULAÇÃÕ DA DECÊNCIA, DA HONRADEZ E DA MORALIDADE”. Kant. “Crítica da Razão Pura”, fls. 476. Caixas altas minhas.
É a configuração do grande mestre da origem do que seja o mal partir do bem. Pouco a pouco se enraizou no sentimento de valores a limpeza da conduta. Se somos falsos partimos da ocultação do que conhecemos como bom, verdadeiro e não falso.
“Ainda assim...o falso...como tudo que nos vem da natureza...leva a boas finalidades..” Por quê? Por que a natureza nos gerou na inocência, e ninguém pode ver através da dissimulação, fator negativo, sendo decente e compatível com o que seja honrado e conforme a moralidade.
Nada se vê se estamos nas sombras, a luz serve para clarear, ainda que a falsidade seja prática, através dela se definiram “pouco a pouco” a civilidade e a moralidade.
Ninguém tropeça em conduta no que é bom, ao contrário, é enaltecido e alavancado para frente, mas o que é bom, POR NATUREZA, define o que não seja bom, e assim corrige rumos e certezas, pois só se enxerga o que é bom, desse caminho partindo e o contrariando, por mera ilusão de vantagem.
A FALSIDADE TRAÇOU O RUMO DAS PIORES HISTÓRIAS HUMANAS, A PARTIR DE CAIM EM TERMOS FORMAIS....E CARREGOU SUA MARCA A PARTIR DO QUE ERA BOM, PARA A CIVILIZAÇÃO MORALIZAR-SE.