Jesus foi ou não                                                  casado?


          
             Uma pergunta excelente. Sempre a considerei assim. Embora católico praticante, nunca me recusei a dizer que tenho minhas razões para achá-la ótima. Algumas dessas razões, as apontei na crônica que escrevi, intitulada A namorada de Jesus, o Nazareno
               Esta semana, a pergunta sobre se Jesus de Nazaré foi ou não casado voltou à mídia. Longas matérias tratando dessa crucial dúvida ocuparam páginas e páginas dos mais importantes jornais e revistas do mundo.
               Como era de se esperar, recrudesceram os debates entre aqueles que aceitam Jesus casado e os que não admitem que se fale nesse assunto. Queiram ou não, especular sobre um possível casamento de Jesus é agradável, religiosamente útil e até aconselhável.
          Põe a gente diante do Deus feito homem e, por conseguinte, livre para amar quem ele bem quisesse; inclusive Maria Madalena.

               Fez este assunto voltar à baila, ocupando, como disse, amplos espaços nos jornais e revistas,  a apresentação de um fragmento de papiro onde aparece esta frase atribuída ao Messias: "Minha esposa...ela poderá ser minha discípula."
              É imperioso ressaltar, que o minúsculo papiro não está sendo cuidadosamente estudado por uma pessoa qualquer.
            Ele foi apresentado num "Congresso sobre estudos coptas", na cidade de Roma, pela professora de Teologia da Universidade de Harward, senhora Karen King. Portanto, pessoa com autoridade para fazê-lo.

             Um interessante título deu a teóloga ao seu trabalho: "Evangelho da Esposa de Jesus". O suficiente para arrancar de religiosos intransigentes - católicos, espíritas, evangélicos - inflamados protestos e raivosas considerações. Esposa de Jesus?
              Aqui, em Salvador, por exemplo, houve quem afirmasse : "Isso é uma heresia." Outro declarou que "em alguns momentos, Jesus se refere à Igreja como esposa", afastando, de logo, a tese de um possível envolvimento amoroso do Rabino com uma mulher, que podia ter sido Maria de Magdala.
              Ora, essa história de "Igreja como esposa" só pelos bobos será aceita. Creio que todas as dúvidas teriam desaparecido se o pequeno papiro, apresentado pela teóloga Karen King, tivesse trazido o nome da mulher que Jesus amou e foi por ela amado.
               Enquanto não se souber o nome dessa felizarda senhora, persistirá a suspeita de que Madalena fora a esposa de Jesus. A partir dos Evangelhos, dizem os estudiosos da Bíblia, é evidente a paixão de Magdala pelo Rabuni.
               O presidente da Federação Espírita da Bahia, senhor André Luiz Peixinho, foi incisivo, falando sobre o papiro: "Não existe nada na história que comprove que Ele foi casado". 
           E, em seguida: "Mas para nós, mesmo que seja verdade, não muda nada, pois o que importa é o ensino moral de Jesus, e não sua vida pessoal". Está nos jornais de Salvador.

               Já o jesuíta americano Jaimes Martim disse ao The New York Taimes o seguinte: "Se descobrissem que Jesus teve uma esposa, isso não mudaria minha fé. Apenas, quando eu fosse para o paraíso, perguntaria aos apóstolos por que eles omitiram uma informação tão importante em seus Evangelhos". Está na Veja desta semana. Duas opiniões, que têm o meu demorado aplauso e incondicional aprovação. São pontos de vista simples, sensatos e sábios.
          Sabedoria que falta a alguns pastores da minha Igreja, a Católica, quando são chamados a opinar sobre o casamento de Jesus. 
          Um lembrete: não foi Jesus quem instituiu o celibato.
 
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 26/09/2012
Reeditado em 08/12/2019
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