Avaliação Construtiva

Para nutrir minhas primeiras aulas como professor concursado e servidor público de interesse para crianças do ensino fundamental, inventei um método particular de trabalho denominado “avaliação participativa”. Após as férias de julho as substituições que permitem a vacância para novatos consistem num enorme desafio profissional. Logo fui advertido de que travaria um diálogo com a indisciplina estudantil. Há um grande desalento no que tange a ser avaliado para todas as idades, na infância é um pesadelo de perder um pouco menos de chance para definir a própria identidade. Lembrei do velho Mestre, grande professor que “corrigia sem melindrar” perguntando sempre para cada aluno indagações que nunca ficavam sem resposta tranquila. Basicamente ele destruía o medo de ser pego indiscutivelmente em estado de ignorância. Depois como saber como andam os conteúdos já direcionados sem lhes pedir francamente para que elabore perguntas e respostas sobre um tema proposto, seguindo as páginas do livro didático, este sempre empregado como guia burocrático dessa tarefa de ser professor. Seria outro tipo de avaliação costumeira? Talvez diversa daquela que ocorre no ensino em quase todas as diversas tendências.

Em pouco tempo vi meus alunos criando oito perguntas sobre o tema proposto para que dali fosse retirado o número de seis questões, e assim, lhes aplicar novamente em termos de desafio um ambiente claro de perspectivas do saber. Alguns professores ficaram surpresos. Eles estavam estudando todos em conjunto a mesma prova para o melhor êxito para Avaliação Construtiva. Compartilhavam objetivamente de um sistema que poderiam visualizar no final das contas como uma atuação completa. Houve uma turma que recebeu em peso nota máxima. Devo garantir que o tema neste processo por si só passa diversas vezes pelo contexto do aprendizado. Há grande exposição de conteúdo. O professor corrige, faz acréscimos, ilumina discrepâncias, avalia competências criadas na tentativa de criar indagação com sentido lógico em sua amplitude do conhecimento. Respira conhecimento sempre saciando o desejo de fluência sem interrupção grosseira da sua fragilidade em condição singular de aprendiz e estudante. Foge da humilhação intelectual que consiste na práxis da luta entre egos que travamos constantemente no mundo da conquista objetiva, e que pouco nos damos a conhecer.

O Professor lida com esta dificuldade imanente: ninguém gosta de aprender e de certa forma todos gostam de saber.

Na avaliação construtiva o aluno começa seus próprios caminhos dentro da utilidade vital para troca de conhecimento dentro de processo particular para elaboração dos fatos apreendidos.

- Nunca podem dizer que o professor os reprovou! Construíram a própria avaliação. Trabalharam perguntas e deram-se pelo livro as respostas. O Professor corrige o modo de pensar daquelas questões que pareciam mal formuladas. Compreendem panoramicamente as formulações numa harmoniosa colaboração porque “o que é da abelha é da colméia”. Isto está profundamente enraizado nas crianças mesmo que em fase de grande transformação.

Sendo vedado qualquer tipo de consulta. Isso não. Porque as perguntas foram elaboradas por eles mesmos, tiveram acesso a todas de onde só algumas foram escolhidas. Sabido que teriam que estudar ou pelo menos entrar em contado direto com oito questões para compreender resultados em apenas seis, todavia sendo vedado qualquer tipo de consulta.

Duas alunas colaram. Pude ver que assopravam a resposta. Retirei a prova de ambas dando-lhes um OPs! Solicitando que escrevessem o Pedido Para Nova Avaliação por escrito. Coisa pró-forma porque o mundo do secretariado executivo tem muito a ensinar aos professores novatos. Quanto às estudantes consideraram isso ofensivo, trouxeram os pais, estes demonstraram grande desagrado. Uma colega de excelente postura profissional foi até a sala de aula retornando de lá com as notas devidamente afixadas com aquelas observações que diziam respeito ao modo de pedido para nova avaliação. Tudo corretamente explicitado com antecedência.

Estava buscando uma firme tranquilidade, um terreno firme em quem pudesse me situar dentro de uma espécie de caos onde se formam as futuras vidas adultas.

Logo em seguida descobri que em Harvard ocorrera fato semelhante. Certa avaliação em que era possível utilizar até o “tablet” menos a conversa entre colegas. Em Harvard decerto também era proibido sussurrar olhando para outro colega. Mais de cem foram detectados em Harvard trocando informações entre si o que ocasionou conseqüências adversas aos estudantes implicados. Educação da honestidade intelectual. A notícia chegou uns dois dias depois e era o consolo na praia, só que no sul da Mirim. No meu caso a única “punição” seria voltar, ou seja, participar da segunda Avaliação Construtiva. O verdadeiro significado do OPS! Na segunda avaliação fizeram todas as questões, entregaram as suas perguntas, aguardam ansiosamente pela volta por cima em notas. Desde então o mundo da avaliação nunca mais pode ser o mesmo contado ao infantil mundo das crianças.

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Compreendia o quanto um velho professor sensato deveria evitar certo modelo de raciocínio lógico sem o recurso da invocação do medo aos seus alunos como: Por isso é melhor que você, como líder do time, construa a equipe conscientemente da maneira que você deseja – ou o time irá construir-se sozinho de forma potencialmente... Esse modo de vender o conhecimento, antes de preservar a sua essência... Diferente de uma empresa a educação quer respostas alegres, comensais, humanas. Um modo de transmitir otimismo e superação ao ensino fundamental das crianças...

Esse modo de vender o conhecimento, antes de preservar a sua essência. Não tenha medo, siga em frente. Otimismo e superação. além de otimismo e cooperação. O alcance do xadrez e das canetas que falam para todos. A identidade construída no conhecimento.

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