O FUTURO....... E O PASSADO.

Gosto de dizer que o tempo é antropofágico, engole a si mesmo, principalmente nos ciclos da terra, que já se desfez em vários continentes e configurou variados formatos. E só ele é testemunha do que o homem ainda não teve acesso.

Faz algum tempo, nem tanto assim, minha mãe conheceu meu pai em uma sessão de rádio. Imaginem, uma sessão de rádio. Era como ir hoje a uma novidade, uma peça nova de teatro ou coisa que tal.

Meu pai, um jovem professor de português e latim no Colégio Salesianos Santa Rosa, estudante de direito no Catete, uma das duas únicas faculdades do Brasil em Ciências Jurídicas, a outra em São Paulo, Largo de São Francisco.

Fora convidado a acompanhar outro professor, a seu convite, para assistir uma sessão de rádio na casa do Senhor José Teixeira, meu avô materno, pessoa de posses e quase o único a ter primeiramente rádio em Niterói.

Me lembro, também, das “galenas” que a garotada fazia quando menino de doze, treze anos, bobinas enroladas no papelão do papel higiênico, com fio de cobre, que captavam as transmissões de rádio, ouvidas com fones. Já, lógico, havia rádio, e os pequenos rádios portáteis, mas fazíamos como brinquedo, artesanalmente, e chegava para alguns a televisão.

A era da eletricidade começava a ficar de pé, mas aviões ainda eram turbos-hélices, e voavam baixo, na atmosfera, os jatos passaram a voar na troposfera, um pouco abaixo da estratosfera, acima das tempestades.

Almoçando no fim de semana com minha mulher, na mesa ao lado, uma menina de dois anos dedilha um tablete, vê vídeo íntimo meu, o mesmo que minhas netas viam dessa idade, já estão maiores. Uma das netas administra o computador como gente grande, e ainda não sabe ler, mas identifica nos favoritos, com inúmeros verbetes, o que quer e acessa. A outra não tanto. Penso, deve ser DNA, o pai e a mãe são "experts" no setor, um na Petrobrás a outra na Embratel, ambos gerentes de tecnologia. Mas não é isso, é o futuro que se acelera.

Fico pensando no salto em tão pouco tempo dado pela humanidade, principalmente para a aproximação. E há uma palpável melhora, muitos poetas surgem, coisa de coração, de bondade, de sentimento, e o são de certa forma, sensitiva, longe de escolas, não importa nada sobre métrica ou formalizações, dizer é preciso.

Línguas novas são inventadas, é bom que seja assim. A linguística começa a respeitar a coloquialidade. Quem quer cultivar a língua se reporte ao academicismo em espaços próprios e edições autorizadas.

O futuro é imprevisível, a dita globalização já é passado. Espera-se que a eletricidade possa trazer mais irmandade. Esperamos que as menores partículas possam geram mais humanidade e menos possibilidades de guerras atômicas.

O tempo testemunhará....futuro.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/09/2012
Reeditado em 25/09/2012
Código do texto: T3900537
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