TENTANDO NÂO PERDER A FÉ


É de manhã e como diz a canção, nem os pingos da chuva que ontem caiu, ainda estão a brilhar, ainda estão a cantar... E eu nem tenho a quem pedir que me conduza pela mão a lugar algum, se bem, que como estou já há muito tempo, aprendendo a ser só, confio de que a solidão, mesmo silenciosamente estará sempre ao meu lado e de certa forma dando-me força para prosseguir e em muitas das vezes, tentando e conseguindo, graças a Deus, transformar o pranto que às vezes me sufoca o peito, em suaves canções que também me servem de alento. E assim, vou seguindo pelos obscuros e espinhosos,  além de misteriosos caminhos dessa existência que um dia se findará.

Cá estou novamente, eu e a solidão, pensando em voz alta, uma dando abrigo à outra para que, nos dividindo seja mais fácil suportar este vazio na alma, embora tendo o coração transbordando de bons sentimentos, por tão poucos percebidos.

Fazer o quê! Quando não se tem tu, teremos que sermos nós mesmos e é assim que acontece, quando não se tem com quem contar, especialmente nos momentos mais difíceis da vida, algumas vezes.

Lamentar... Só assim, em silêncio, ou através do pranto que soluça quase que silenciosamente dentro do peito, se transformando em lágrimas, quando estamos apenas eu e a solidão. Afinal, o rosto é meu, mas o sorriso é do próximo, já dizia minha inesquecível mãe, que Deus a tenha, pois se ela ainda estivesse neste plano, certamente, estaria comigo nas horas mais complicadas desta existência, como estas de agora. Mas Creio que o Pai, Criador de todas as coisas, deve ter precisado muito dos seus serviços e por isso a levou tão cedo. Só tenho o privilégio de tê-la presente em alguns sonhos, felizmente quase reais, pelo que, já me sinto gratificada.

Perdoem-me, aqueles que me dão a honra de visitar-me quase que constantemente, pelo desabafo deste texto, mas esta é a única maneira de não levar a angústia, depressão, a tristeza, a impotência adiante.

 
Angústia, por sentir-me impotente para ajudar ao menos com minha presença a minha irmã, tristeza, por saber que a cada dia poderá transformar-se em depressão irreversível, infelizmente, é desta maneira que me sinto nesta fase da vida, mas tentando não perder a fé.