Foto.
Eu olhei as fotos antigas que por algum motivo enfadonho eu havia levado comigo para minha nova vida. E tive a sensação de estar tendo um déjá vu, que coisa estranha pensei. Eu já vivi isso e aquilo também. Mais ai então eu encarei a pessoa da foto e olhei no fundo dos olhos dela e essa pessoa parecia ser eu. Com um pouco mais de tristeza e um pouco mais de culpa, talvez um remorso incontido. E foi ai que lembrei-me de um velho amigo me dizendo “leia as entrelinhas Poliana”. E foi exatamente o que eu fiz. E eu descobri que aquela pessoa da foto não era eu, apesar de ser idêntica a mim. Por que aquela pessoa, daquela foto, era uma covarde, que deixava os outros tomarem as decisões por ela, uma chorona melancólica, que deitada em seu colchão molhava seu pobre travesseiro e que se escondia do mundo. E eu não era mais assim, então eu não era nem de longe aquela pessoa fraca e temerosa, eu havia me tornado alguém diferente. Eu era feliz.