Labirinto.
Labirinto
A monotonia tornava os dias longos, irritadiços. Detestava a rotina
que a estressava.Queria ver-se livre, sentir-se livre.
Se fosse jovem e não tivesse criado vínculos certamente colocaria umas
roupas na mochila e sairia por aí ao encontro do inusitado. Agora era
tarde demais. Muito tarde. A energia já não era a mesma, os sonhos se
desfizeram com o tempo e da janela contemplava a noite que ,aos
poucos, ia se transformando em dia.
Buscou explicação para aqueles questionamentos e elas não vieram e um
turbilhão de sensações a pegara enquanto ouvia musica.
Onde fora parar seu espírito aventureiro? Onde fora parar a sua
vitalidade? Quando sentira que morrera um pouco? Quando deixara que a
vida seguisse sozinha e a deixasse para trás?
Seriam, estes, questionamentos próprios do final de ano? Estaria ela
no que chamam inferno zodiacal?
Desencontrada e com cobranças que ao longo da vida permitira sentia-se
como num labirinto.
E o alto astral tão peculiar á sua personalidade, onde se escondera?
O sorriso largo que conquistava e contagiava onde fora parar?
Crise de idade, existencial ou sintomas de alguma doença?
Seja lá o que for, ela não estava 100% legal. Tomara decisões que diz
ter pensado bem. Enganou-se. Carrega a solidão nos olhos disfarçada
pelo sorriso.
Transferiu para os olhos, descansou o coração.