Radiografia sem imagens...
Várias e várias vezes, eu participei daquelas sessões fantásticas de ultrassom... Não existe emoção maior! Só quem é mãe e pai, não importa, se de primeira viagem, ou não, a sensação de participar desses momentos inesquecíveis. Quando vemos o futuro bebê por imagem, tudo é palatável e intuitivo, e, muitas vezes, quando deparamo-nos com aquelas imagens, somos tomados por emoções súbitas e surpreendentes...
O problema reside quando não podemos expor determinados eventos por simples gráficos, tais como ver um futuro bebê por ultrassom, e só temos a linguagem para representar um determinado objeto, ou um pensamento do momento... Sabemos que a comunicação por gráficos é fácil e intuitiva e não é toa que o sistema operacional Windows rendeu tanto sucesso e dinheiro aos seus proprietários, por envolver gráficos em seu ambiente virtual... Um sistema puramente formado por linguagem, por letras, é de difícil digestão para a maioria das pessoas. Nesse diapasão, quem gostava do sistema operacional DOS ou as antigas versões do Linux?
Fotografar por palavras, capturar a sensação do momento pelas letras é uma tarefa deveras hercúlea. Da mesma forma, é um trabalho imenso para o escritor para se fazer compreendido, para se evitar os corriqueiros erros de comunicação, de sem querer pisar no calo por palavras tolas e despretensiosas... Às vezes usamos termos em determinado sentido e o receptor imagina coisas distantes do que foi proposto...
Quem nunca foi adolescente, com as suas tormentas e crises de identidade, que atire a primeira pedra para afirmar que foi plenamente compreendido pelos pais e pelas pessoas em geral...
Forte nesse diapasão, vemos que a linguagem é um desafio, com inúmeros obstáculos, mas adiantamos para observar a beleza das palavras que, embora abstratas, inertes e sem aparente poder de atitude, acalmam o espírito daqueles que precisam na boa hora da conversa com os enteados. As palavras tem lá as suas limitações, mas sempre precisamos delas em todos os momentos, tanto no sentido de comunicar, de expor pensamentos, ou de ouvir palavras de incetivos.
Por igual sorte, temos que tomar cuidados para com o mal uso delas, porque, da mesma forma que as palavras serem dotadas de natureza edificante, podem destruir a moral, o estado de ânimo de uma pessoa, ou de várias... Mas ressaltamos que, em nosso poder como pais, como professores, como amigos, etc, a lembrança da força das palavras do seguinte ditado popular que, por falta de um grito, ou, se preferir, por falta de uma boa palavra, perdeu-se a boiada...