Eu sei quem eu quero que me leve para casa
Nossa, quanto tempo se passou desde meu último texto. Na minha contagem não oficial passou-se um ano, dois meses e um coração partido novamente, e eu não sei se é porque estou a chorar copiosamente na madrugada, mas dessa vez o estrago foi maior.
Foi maior porque o sentimento era maior, as esperanças eram maiores, tudo era diferente. E na verdade, sempre o é. Mas agora, justo nesse momento, parece tudo tão fora de foco, sem expectativas. Como já vivi isso algumas vezes (sou tão nova pra sofrer assim por amores), até sei como vai acabar.
O ser humano tende a se projetar no parceiro, e isso não é de todo ruim. Ruim é quando seu "datashow" estraga de uma hora pra outra. Nós mulheres, temos a péssima mania de vermos uma pessoa em determinado local e já imaginar onde nossos filhos cursarão a faculdade. Temos o mal hábito de querer olhar muito mais adiante do que na verdade nossos olhos podem enxergar. Mania chata de planejar planejar e planejar. Mas a vida sem sonhos não é pior? Não é bom você olhar pr'aquele corpo quente que está deitado contigo e pensar como seria bom passar o resto da vida assim? Chega de devaneios, voltemos a minha melancolia. Preciso arrancar isso de mim.
No meu último texto com todas as esperanças que Odin podia me dar, eu jurei pra mim mesma amar novamente, mesmo que uma vozinha no fundo dizia que não seria tão fácil. E não foi na verdade... Você passa a ser mais cautelosa, é Darwin guiando seu caminho. Mas como num passe de mágica você se descuida e o amor aparece timidamente na sua porta. No início, claro, você o ignora. Mas quando o deixa entrar é uma festa só, é intenso... é pra sempre, de novo. E sabe uma velha novidade? A gente repete os mesmos erros, porque o teu parceiro mudou de nome, mas nós não mudamos de "nós". E quebra a cabeça, e chora, e briga, e faz as pazes e promete nunca mais brigar, e briga de novo... e ama de novo. É sempre assim, e não é ruim. Ruim é você não amar, não brigar pelo que quer, deixar o orgulho e a covardia dominarem. O resto... bem, o resto é crescimento. A gente só precisa olhar as coisas como oportunidade de aprendizado. Ninguem aprende o certo se não errar primeiro. E uma coisa que eu aprendi que é imprescindível para um casal é a sintonia. Não conseguimos fazer nada se não estivermos olhando pra mesma direção, e eu acho a parte mais complicada do relacionamento. Sabe, eu vou passar o resto do mês chorando por um amor que estou vendo ir embora (pelo motivo citado acima), vou emagrecer meus bons kilos, vou querer me afundar na faculdade para não pensar. Vai chegar um tempo que eu vou acordar, pular da cama com um sorriso no rosto, achar que lá se foi um peso das minhas costas, vou querer sair ligando pra todos meus amigos e combinar coisas que sei que talvez nem concretize, talvez eu coloque minha melhor roupa, dê uma volta num barzinho da cidade só para massagear meu ego e voltarei pra casa pra chorar a falta daquele amor, porque quem ama tem dupla personalidade. Mas sempre no fim dos meus dias enquanto a dor persiste em machucar meu coração, eu ainda vou saber quem eu quero que me leve para casa.