O ronco do motor e a árvore que cai

O ronco do motor e a árvore que cai

Não posso deixar de declarar a tristeza que me deu quando ouvi o primeiro ronco do motor. Ouvir aquele estrondo, me fez correr logo e já havia vários alunos observando. Uma certa tristeza nos olhos dos professores, era o começo do fim de uma longa história.

Ele era amigo de todos, acolhia muitos nas tardes de calor. Não negava alimento para aqueles que queriam. Ele viu os alunos crescerem, os professores envelhecerem.

Ouviu muitas fofocas entre as meninas, comentários de futebol entre os meninos. Sempre na maior tranquilidade, sem prejudicar ninguém. Ele era grande, robusto, um gigante sempre vendo tudo lá de cima.

Muitas vezes estive embaixo da sua sombra nos dias de sábado, alguns ensaios do nosso festival aconteceram debaixo de suas folhas, enquanto uns alunos dançavam, outros apenas observavam rindo, se divertindo.

Mas o desenvolvimento que não é sustentável vai mudar o teto verde que dança com o vento, por um teto de metal que esquenta com o sol escaldante do meio-dia.

Então, cada ronco do motor é uma lágrima que em forma de folha cai. E as folhas no chão deixam saudades de uma bela história daquele velho pé de manga, da escola que estudo desde a segunda série, nesta cidade onde eu vivo: Medicilândia.

Texto produzido pelo meu aluno, Gessé Ferreira para concorrer às Olimpíadas de Língua Portuguesa, com minha orientação.

Gina Caltran e Gessé Ferreira de Lima Júnior
Enviado por Gina Caltran em 23/09/2012
Reeditado em 23/09/2012
Código do texto: T3896742
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