Como aconselhar
É necessário que pensemos a respeito de uma das artes mais importantes para o ser humano: aconselhar. Por quê? Porque, para aconselhar bem, é preciso que tenhamos respeito pelos sentimentos da pessoa a quem pretendemos dar sugestões e, mesmo que saibamos que o melhor para ela é fazer o que sugerimos, temos que tomar cuidado para não interferir na vida dela.
Não se pode dar um bom conselho sem conhecer bem a pessoa, o que ela passa, sente, pensa e faz. Outro fator a considerar é que não cabe a nós agir como se nós soubéssemos o que é melhor para ela, desprezando sua inteligência, porque isso pode fazê-la se voltar contra nós e, ainda que tenhamos as melhores intenções, podemos piorar tudo. Lembremos que a pessoa deve saber o que é melhor para si e, mesmo que ela tome uma decisão errada, não temos o direito de interferir em algo que não nos diz nenhum respeito.
Temos que admitir que não há fórmulas para se dar um bom conselho, mas algumas sugestões podem ser úteis: conhecer a pessoa, suas características pessoais, ouvi-la bem e respeitar seus sentimentos. Se a pessoa é adulta e responsável, não falemos com ela como se fosse uma criança irresponsável. Isso é ofendê-la. E também não façamos pressão. Pressionar acabará por angustiá-la.
Pode acontecer de alguém estar enfrentando dificuldades e nós dizermos: "basta fazer isso", "faça tal coisa". Cuidado. Neste momento, corremos o risco de dar a impressão de que consideramos seu problema insignificante e que achamos que ela não se empenha o suficiente para resolvê-lo. É sempre bom pensar, antes de dizer que tal coisa é fácil de resolver: " um determinado peso pode ser pouco para uma pessoa robusta, mas insuportável para alguém mais frágil." Então, primeiro, ouçamos e mostremos à pessoa que nós a entendemos e respeitamos. Depois, podemos aconselhar, mas com o cuidado de não nos metermos em sua vida nem a tratarmos de maneira que a faça pensar que a achamos tola e incapaz.