Garfield
 
 
 
Renda Afetiva 
 
 
         Assim que me pus a prestar bastante atenção a tudo, comecei a constatar a criatividade da vida, quando resolve “trilhar novos caminhos”. Tentar o inédito. Dar uma volta completa, antes de chegar ao destino. A beleza do desenho da renda afetiva, que nunca se repete. Faz que vai subir, mas desce. Insinua-se à direita e estaciona no centro... As pausas inesperadas. As perdas, ou melhor trocas, absolutamente necessárias, para nosso processo evolutivo. Aquele, que insistimos em sabotar, com nossas manhas, apelidadas gentilmente, de personalidades.
         Inexiste afetividade dedicada a algum tipo de manifestação de vida (animal, vegetal, mineral, hominal), que não retorne deliciosamente potencializada. O problema é que quase nunca vem como em nossos sonhos romanticamente idealizados.  Pode retornar das formas mais variadas, surpreendentes e criativas imagináveis. Normalmente, vem de fontes improváveis. As de onde se espera, têm grande probabilidade de falhar... Não me peçam pra explicar detalhadamente... Apenas, sei que é bastante normal, vir de onde menos se espera. Muitas vezes, deixamos passar, por não estarmos ligados, a esta maluca possibilidade. O que queremos, é que volte de onde investimos. Seria o lógico... Mas, como a vida é caprichosa, gostar de salgar um pouquinho o enredo.
         Mas, o que quero dizer é que volta. Sempre volta. Pode demorar, mas volta. Se o que você ofereceu, foi, realmente, um sentimento sincero, sem qualquer tipo de segunda intenção, como por exemplo, a possibilidade de alguma vantagem, em alguma área: Volta! Se não houve manipulação: Volta! Se você não forçou a barra, em nenhuma instância: Volta! Se você não se iludiu... Volta!
         Por último, não devemos, de fato, ficar contando com o retorno do afeto desprendido. Temos em abundância. Precisamos exercitá-lo. Consciente, mas indiscriminadamente. Minha proposta é a de gerarmos um considerável crédito de carinho, junto ao Universo, ao ponto de este ter que escancarar as comportas celestiais de afeição, sobre todos nós. Para dar vazão a tanta afeição semeada.





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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 22/09/2012
Código do texto: T3895430
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