POR QUE NO BRASIL, NEGRO PRECISA DE COTA RACIAL?
Por que no Brasil, negro precisa de cota racial para mostrar seu valor e seu intelecto, desagregando e separando ainda mais a nossa frágil sociedade de uma convivência harmônica e pacífica entre os seres sociais? Hoje, estão sendo excluídas da sociedade pessoas de cor branca, e isso está sendo perigoso demais! Mesmo que seja para corrigir um erro histórico do passado, as cotas, já aprovadas, devem ter um efeito temporário, tempo suficiente apenas para que os negros possam ingressar em curso superior por seus próprios méritos. O negro nunca foi e jamais será uma raça inferior, aliás, nem raça o negro é, posto que só é diferenciado pela cor de sua pele e não pela sua inferioridade intelectual.
O que têm em comum, o rei do futebol, o político mais poderoso do mundo, o líder do Partido Republicano, a mulher mais rica e influente na mídia, o melhor jogador de golfe de todos os tempos, as irmãs gêmeas consideradas, na atualidade, as melhores jogadoras de tênis do mundo, o ator mais popular do mundo, o piloto de corrida mais veloz do mundo, o mais inteligente astrofísico na face da terra, o mais próspero cirurgião cerebral do mundo? Todos são negros e não precisaram de cotas raciais para alcançar esses reconhecimentos!!!!
Como tenho afirmado em minhas crônicas - e a ciência já comprovou - ser negro não é sinônimo de raça; mas uma pigmentação de pele com mais ou menos quantidade de melanina. Também não é uma raça inferior e incapaz para a aprendizagem!
Como a palavra “racismo” serve somente para separar normalmente características físicas hereditárias ao longo das gerações, não tendo nada a ver com traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo também não é uma teoria científica; somente um conjunto de opiniões pré-concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade alguns de acordo com a matriz racial, estabelecendo a crença da existência de raças superiores e inferiores, muitas vezes utilizada somente para justificar a escravidão, genocídios ao longo da história e o domínio de determinados povos uns pelos outros.
Historicamente nos Estados Unidos, o racismo contra negros, índios, asiáticos e latino-americanos, em especial na parte do Sul do país, chegou aos extremos, com as leis Jim Crow, até 1965, que negavam aos cidadãos não brancos toda uma série de direitos, inclusive de inter-raciais. Mesmo que às pessoas que fossem racistas, eram segregadas em transportes coletivos e banheiros públicos. Ainda de acordo com registros históricos, o branco Lennie Heyton foi proibido de se casar no Estado da Califórnia e obrigado a se casar na França com a negra Lena Horne. Depois, recorreu à Suprema Corte, que declarou a Lei inconstitucional e, em 1967 os casamentos inter-raciais começaram a ser realizados normalmente. Naquela época, 72% dos americanos eram contra os casamentos inter-raciais. Ao longo dos anos, muitos negros americanos foram perseguidos, linchados ou queimados vivos sem julgamento por integrantes da Ku Klux Klan (KKK) que defendia a supremacia branca. Até hoje, seus membros não foram punidos por esses assassinatos.
Reagindo, líderes negros americanos desenvolveram também a chamada “supremacia negra”, criando e difundindo o “Black Power” (Poder Negro) e a organização “Nation of Islam”, da qual pertenceu também o cineasta Malcom X. Este seguiu o mesmo caminho de organização e difusão da cultura negra nos Estados Unidos. “O governo do presidente negro Barack Obama chegou a ser acusado de “racialismo” por ter impedido investigação do racismo do novo grupo “Panteras Negras” que lutava pela causa dos negros, substituindo e incorporando ideais do temido grupo “Panteras Negras” que enfrentava o grupo KKK na década de 70.
Mais uma vez pergunto: o que tudo isso tem a ver com o Brasil, que criou cotas para negros? Nada e tudo ao mesmo tempo! No Brasil o que falta é uma educação de qualidade, inclusiva e voltada para a união de todos os tipos de pigmentações de pele, não de segregação, exclusão e cotização, com a separação de pessoas pela cor de sua pele e não pela sua capacidade ou incapacidade intelectual. Nenhumas das pessoas americanas que compuseram o início de minha crônica entraram nas faculdades dos Estados Unidos por cotas raciais; mas por seus próprios méritos pessoais, apenas!