NOSSA IDADE
Senti algo estranho quando li uma mensagem e por fim acabei escrevendo o seguinte para o meu amigo que mandou-me:
Há um bom tempo atrás eu deixei de fazer o que mais gostava, isto é,
jogar futebol e como você sabe, assim como a maioria dos meus amigos
também, isso não foi novidade.
Mas um dia conversava comigo mesmo e percebia que ainda havia muito
tempo para recuperar o que eu tinha perdido.
Bem, vamos voltar ao pé de jaboticabeira do quintal de minha casa
quando ainda era criança e morava lá no alto da Vila Pereira.
Quando menino eu a admirava toda florida, pois parecia que ela era
enrolada com algodão desde o seu tronco até o último galho aonde era
protegida pelas suas folhas.
Ficava olhando o trabalho das abelhas que ficavam no vai e vem buscando o nectar das flôres para levarem até as suas colméias.
As flôres miudinhas, mas a beleza era muito grande assim também como
o cheiro que toda aquela florada provocava.
Quero deixar bem claro e lógico, não sou nenhum "MARIO QUINTANA" e sim uma pessoa qualquer e nada de espetacular, muito pelo contrário,
tenho os meus defeitos o que é muito normal para todos nós e também
os meus problemas particulares como uma falta de equilíbrio, tonturas e
uma amiga que está comigo desde quando nasci que chama-se convulsão mas, não considero coisas de outro mundo e mais, caso não
houvessem tantos problemas que existem junto à nossa saúde, não haveria tantos médicos especializados para cada um deles que hoje nós
enfrentamos.
Vamos falar de um que não tem remédio e nem especialidade para resolver, estou falando do tempo e para ser mais claro, da nossa idade.
O tempo vai passando e a gente vai aprendendo cada vez mais sobre o
que é a vida, pois quanto mais a velhice vem chegando nós fazemos de
conta que não sabemos de nada e a ignoramos contra a nossa vontade
tentando driblar a verdadeira realidade que nos cerca.
Como não sei o dia em que minha vida será completada, apenas imagino
tal idade e subtraio pelo tempo que já vivi, olha me arrepio, pois o número que encontro irá passar como o vento do mês de Agosto, isto é,
muito depressa.
Portanto, mesmo sabendo das minhas limitações e fazendo um exame de
conciência, voltei a fazer o que mais gosto e o que mais me iludiu quando era criança, isto é, jogar bola.
Lá estou todos os finais de semana e pouco importando se estou com
tonturas, falta de equilíbrio ou com a famosa convulsão que não me abandona, não importa nada disso, o que importa é que estou vivo e
junto dos meus amigos ou até de outras pessoas que nunca tinha visto e
lá estão junto de nós.
Portanto, não vamos ficar jogando conversa fora ou passando nervos por
coisas que nada de útil irá nos trazer, vamos nos sentir bem com uma
boa conversa, ouvindo uma música que muito admiramos e se possível
dando um sinal de vida para um amigo que há muito tempo não nos encontramos, pois de nada adiantará ficar ao seu lado quando ele estiver
embalado e pronto para ir embora pra sempre.
Como disse e repito, não sou nenhum escritor e muito menos um
"MARIO DE ANDRADE", pois se assim fosse eu responderia essa msg.
recebida de um amigo com muito mais beleza e clareza, pois ela relata
o que realmente somos, isto é, fugimos dos números que faltam para
completar a nossa existência aqui neste paraiso chamado "TERRA"