Pagando Mico...
Minhas filhas quase adolescentes vivem a aborrecer-me com a tal da história de “pagar um mico”. Vou esclarecer ao leitor o que isso significa, na concepção das mesmas. Devo informar que sou um bem disposto cidadão na casa do 40 anos bem vividos.
Uma das coisas que as irrita é o meu modo de vestir.
- Pai você está de chinelo e bermudas.
- Mas é um dia quente.
- Pai, na porta da escola não se usa isso. Quando vier buscar a gente, vestido assim, espere-nos longe, bem longe.
A convivência é difícil. Elas querem me esconder dos colegas. Andam de cabeça baixa com vergonha do “tal mico”, que só existe naquelas cabecinhas. E falar alto então?
- Pai, você está falando alto.
- Se falar baixo ninguém escuta.
- Nós escutamos. Baixa a voz. Está todo mundo olhando – elas acham que somos o centro do Universo e que a humanidade não tem mais o que fazer a não ser medir os nossos passos, seja onde for.
E os conselhos não param:
- Pai, faz a barba, penteia o cabelo, troca de camisa, perde a barriga.
Sinto-me vigiado por 24 horas.
- O senhor não vai dar um beijo na mamãe? Pode parar, já beijou demais.
Os locais públicos são os preferidos onde elas não gostam de me ver “pagar mico”, quando reclamo, em exercício legítimo de cidadania, de pessoas que furam a fila em nossa frente, lá vem outro mico. Sinto-me um tipo de King-Kong de tantos micos que as faço passar.
Na praia, quando em férias, disse-lhes que compraria um sombreiro de palha, óculos escuros com armação verde, bermuda jeans rasgada e uma botina amarela. Obviamente não usei nada daquilo, mas lá estavam os micos. O senhor vai para a praia com essa camiseta?
- O que tem a camiseta?
- É um mico.
- Por quê?
- Não fica bem em você!
Percebi que encontrar com amigos e festejá-los, na frente delas é um mico. Andar com o carro sujo é outro, buzinar no trânsito – nem se fala, se olhar para alguma mulher que não seja a mãe delas – coisa que não faço mesmo – eu estou morto. Hoje tenho medo até mesmo da minha sombra. Ter uma sombra é pagar mico? Haja paciência!
No entanto, nas últimas férias pagamos um mico juntos. Em uma parada na cidade de Limeira, para descansar, passar a noite e pedir uma pizza, minha esposa ficou no Hotel para descansar enquanto eu e minhas duas meninas fomos ao paraíso das massas. A caçula inventou de pedir uma deliciosa pizza de “escarola”, que havia comido com algumas amigas. Acreditei que fosse um ingrediente gostoso, visto a baixinha ser exigente. Eis que nos chega uma pizza verde, com um vegetal pegajoso e intragável: a tal de escarola – perguntei para muita gente e 8 em 10 não sabem que se trata de um vegetal.
Não conseguimos degustar a tal pizza e caímos em risos compulsivos, para espanto dos garçons que nos imaginaram um tipo “goiano” de loucos. Pedem a pizza, não comem e ficam rindo? O que isso significa? Foi um mico familiar coletivo, mas muito bem aproveitado. Ave!
Minhas filhas quase adolescentes vivem a aborrecer-me com a tal da história de “pagar um mico”. Vou esclarecer ao leitor o que isso significa, na concepção das mesmas. Devo informar que sou um bem disposto cidadão na casa do 40 anos bem vividos.
Uma das coisas que as irrita é o meu modo de vestir.
- Pai você está de chinelo e bermudas.
- Mas é um dia quente.
- Pai, na porta da escola não se usa isso. Quando vier buscar a gente, vestido assim, espere-nos longe, bem longe.
A convivência é difícil. Elas querem me esconder dos colegas. Andam de cabeça baixa com vergonha do “tal mico”, que só existe naquelas cabecinhas. E falar alto então?
- Pai, você está falando alto.
- Se falar baixo ninguém escuta.
- Nós escutamos. Baixa a voz. Está todo mundo olhando – elas acham que somos o centro do Universo e que a humanidade não tem mais o que fazer a não ser medir os nossos passos, seja onde for.
E os conselhos não param:
- Pai, faz a barba, penteia o cabelo, troca de camisa, perde a barriga.
Sinto-me vigiado por 24 horas.
- O senhor não vai dar um beijo na mamãe? Pode parar, já beijou demais.
Os locais públicos são os preferidos onde elas não gostam de me ver “pagar mico”, quando reclamo, em exercício legítimo de cidadania, de pessoas que furam a fila em nossa frente, lá vem outro mico. Sinto-me um tipo de King-Kong de tantos micos que as faço passar.
Na praia, quando em férias, disse-lhes que compraria um sombreiro de palha, óculos escuros com armação verde, bermuda jeans rasgada e uma botina amarela. Obviamente não usei nada daquilo, mas lá estavam os micos. O senhor vai para a praia com essa camiseta?
- O que tem a camiseta?
- É um mico.
- Por quê?
- Não fica bem em você!
Percebi que encontrar com amigos e festejá-los, na frente delas é um mico. Andar com o carro sujo é outro, buzinar no trânsito – nem se fala, se olhar para alguma mulher que não seja a mãe delas – coisa que não faço mesmo – eu estou morto. Hoje tenho medo até mesmo da minha sombra. Ter uma sombra é pagar mico? Haja paciência!
No entanto, nas últimas férias pagamos um mico juntos. Em uma parada na cidade de Limeira, para descansar, passar a noite e pedir uma pizza, minha esposa ficou no Hotel para descansar enquanto eu e minhas duas meninas fomos ao paraíso das massas. A caçula inventou de pedir uma deliciosa pizza de “escarola”, que havia comido com algumas amigas. Acreditei que fosse um ingrediente gostoso, visto a baixinha ser exigente. Eis que nos chega uma pizza verde, com um vegetal pegajoso e intragável: a tal de escarola – perguntei para muita gente e 8 em 10 não sabem que se trata de um vegetal.
Não conseguimos degustar a tal pizza e caímos em risos compulsivos, para espanto dos garçons que nos imaginaram um tipo “goiano” de loucos. Pedem a pizza, não comem e ficam rindo? O que isso significa? Foi um mico familiar coletivo, mas muito bem aproveitado. Ave!