Línguas incontroláveis
Se há uma coisa que eu detesto é conversar com pessoas que falam demais e não nos deixam falar. Quando estou falando com alguém assim, eu nunca consigo terminar uma frase e chego a esquecer o que eu pretendia dizer. Penso que isso atrapalha a comunicação e deixa as pessoas que não conseguem falar frustradas. No final, elas perderam a chance de comunicar uma boa ideia ou de contar algo interessante e divertido. Sabemos que há pessoas que, por natureza, falam mais do que as outras e que, com frequência, elas se empolgam e começam a falar muito e, ainda por cima, rápido e alto.
Quem é tímido, fala baixo ou devagar é sempre interrompido, engole a raiva e tenta reiniciar várias vezes o que quer dizer, sem sucesso. Realmente, isso nos frustra porque pensamos que os tagarelas não se importam com o que temos a dizer. Provavelmente, eles não o fazem por mal mas, por desatenção e falta de paciência para com o fato de outros não falarem tão rápido quanto eles, acabam tomando toda a conversa.
Se há algo que me frustra é quando estou no meio de gente conversando. Eu chego a tentar começar uma frase tantas vezes que perco a conta, enquanto os demais ficam falando o tempo todo ao mesmo tempo e eu tento dizer:Mas é que... Antes do que, já sou interrompida e penso que ninguém está interessado no que pretendo dizer. Ouço que sou calada demais, falo baixo e devagar. Se essas características me fazem ser elogiada como uma pessoa muito educada, não me fazem ter vez numa roda de conversa, a não ser que os outros participantes saibam ouvir.
Lamentavelmente, muitos esquecem que, para que a conversa seja produtiva, tem que se saber ouvir e, como resultado, em vez de diálogos, temos monólogos, no qual uma parte fala ininterruptamente e a outra não consegue dizer nada.