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                    CRÔNICA  DE UMA  VIAGEM.


Nosso projeto de ida ao Ceará era conhecer Jericoacoara e a Serra de Guaramiranga. Chegamos a Jeri no   dia  sete de setembro, após cinco horas de viagem.No percurso, paisagens desoladoras, conseqüência da seca que assola o estado e   restaurantes simples com as comidas típicas: galinha caipira, panelada, buchada, tapioca e sucos  de cajá, graviola, caju...O calor sufocante é compensado quando  aparecem as dunas de Jeri, com imensos paredões de areia alvíssima, cuidadosamente  dispostas ou ainda com  pequenas montanhas de areia, formando cones. Uma visão deslumbrante. Jeri fica no município de Jijoca e foi descoberta pelos mochileiros.De Jijoca até  lá só de buguy ou de caminhioneta 4 x 4. Se você for a Fortaleza, pesquise preços...Na Avenida Beira Mar, empresas fazem o transfer até Jeri, a preços que variam de acordo com o tipo de condução  contratada. Nós fizemos tudo pela internete, através da pousada onde ficamos hospedados, mas já percebi que pagamos muito mais do que deveríamos.Jeri é diferente de tudo o que já conheço.As ruas  conservam a areia da praia, não há calçamento e a rede elétrica é subterrânea, exigência dos nativos para que a companhia   elétrica não derrubasse as árvores. Muitas lojas e até restaurantes tem o piso na própria areia.Cada proprietário é responsável por colocar  na porta de casa ou de seu estabelecimento comercial,  as lâmpadas  que iluminam as ruas. Casas dos nativos, muito simples, mas as pousadas e restaurantes são muito bonitos, com muitas plantas  na decoração. A maioria desses estabelecimentos pertence a italianos, argentinos e portugueses.A principal praia de Jeri é a Praia da Frente, mas há outras, como Tatajuba e Preá.Quando você chega a Jeri, são oferecidos dois  passeios, um para o lado leste e outro para o oeste.Ambos são imperdíveis, com suas lagoas de águas verdes, transparentes e mornas, como  Paraiso,   Lagoa Azul e Lagoa Torta, esta já no município de Camocim. No percurso, dunas e mais dunas, até parece o deserto do Saara, alem dos mangues com sua vegetação exótica. No passeio para a Lagoa Torta, está incluído a visita aos cavalos marinhos. Há uma grande quantidade de jumentos soltos pelas praias. São animais abandonados e quase selvagens, muito magros por causa da fome.Os passeios ficam em torno de noventa reais por pessoa. Há restaurantes para todos os bolsos. Nos restaurantes onde os bugueyros levam, o serviço é caro e ruim. A noite,  como não tenho hábito de jantar, tomei um caldo deliciosos na Palhoça do Caldo.O bugueyro recomendou o Restaurante Tamarindo, muito bom. Imperdivel é o passeio até a Pedra Furada, aí você vai de charrete . A descida para a pedra é íngreme,quase tive um infarto na subida e o vento é muito forte, quase me derrubava.Coisa para quem ainda não chegou nos enta, mas há outros  caminhos,  nós é que não sabíamos. Não fomos ver o por do sol do alto das dunas, não deu tempo.
Em Guaramiranga, só passamos  para fazer fotos. Fomos para a casa de um conhecido nosso, no alto  de uma serra no  Maciço de Baturité,  município de Pacoti. Ficamos dois dias, sem internet, sem celular, sem TV. Valeu pela paisagem deslumbrante, embora já castigada pela seca. E valeu muito mais pela companhia dos amigos que nos hospedaram. Volto a dizer: este nosso Brasil é rico em diversidade cultural e geográfica.
Por fim, em Fortaleza  o encontro com Fernanda Xerez, Henrique Cesar, Mariah, Fátima Galdino, Sonia Nogueira, Chico Mesquita e Afonso Martini. Momento para guardar no cofre sagrado do coração.