A abrangência de leituras que o tema proporciona e as variantes que se apresentam me transportam ao passado, para chegar ao presente. Houve um tempo –  no passado e bem passado,  que idade avançada  era denodo ou referencial, de sabedoria e equilíbrio. O idoso era  admirado e querido    enciclopédia ambulante. Dessa forma  buscado e respeitado por todos, inclusive pelos jovens. Esses se achegavam a ele – ao idoso –, em busca do conhecimento sobre suas raízes  que deveriam ser preservadas.
          O ancião ensinava e repassava experiências, aconselhava. Era honrado. Hoje, há um total descaso concernente ao idoso. Desde o sistema até a família.
           Ao que contribuiu para o crscimento e desenvolvimento do país, com trabalho incansável, doando-lhe os melhores anos da   vida  resta,-lhe a aposentadoria vergonhosa, que não lhe permite comprar sequer os remédios que necessita, menos ainda, viver dignamente.
            Em busca por esta dignidade, algumas vezes é  conduzido ao laço  dos empréstimos, com a  aposentadoria de fome  procura  socorro para sua  sobrevivência financeira. Há  caminhos que parecem de vida, mas que são caminhos de morte
– empréstimos através dos agiotas legalizados e engravatados, acobertados e legalizados pelo sistema faminto: "Bancos amigos dos aposentados"  (...) ao que está se afogando até crocodilo serve de tronco .  Comprometimento do mísero salário, como se não lhe bastassem os impostos  vilões, verdadeiros cupins do bolso brasileiro.  Impostos, que  literalmente nos são impostos.      
             A enciclopédia viva de ontem se tornou  ultrapassado – nessa condição deixado para trás, inclusive pela própria família, que lhe nega o direito do convívio familiar; de ver crescer os netos,  à sua posteridade. Na velhice até a família lhe é negada.  Algumas vezes são internados  em “casas de repouso,” onde repousam em pranto silente, à espera do dia de visitas, em que ansiosos esperam ver os entes queridos que, aos poucos se distanciam, até desaparecerem deixando-os na mais completa  solidão, e assim terminam os seus dias.
 
 
EstherRogessi, Crônica:O IDOSO - HOJE
Recife, 19/09/12 05:h01min 



Recife, 19/09/12
05:h01min
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 19/09/2012
Reeditado em 25/05/2014
Código do texto: T3889344
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