CORRUPÇÃO E CARGA TRIBUTÁRIA

Em nosso país, há dois assuntos que são discutidos de forma parcial e equivocada, quais sejam, corrupção e carga tributária.

A primeira, por invocar apenas uma das faces da moeda, que é a atuação do corrupto, elemento odiado e achincalhado por praticamente todos os segmentos da sociedade. Todavia, a grande maioria esquece-se da máxima, de que para haver um corrupto, necessariamente há de existir o CORRUPTOR. Sem corruptor não há corrupto, daí que o combate a corrupção tem que passar obrigatoriamente pela condenação de ambos os atores dessa novela, que parece não ter fim. Há que se condenar também, empresários, lobistas e qualquer outro “cidadão” que faça uso de práticas de corrupção, para tirar vantagens pecuniárias em proveito próprio.

A discussão da carga tributária, sofre de mal similar. O que significa carga tributária alta? Absolutamente nada. O que realmente importa é a discussão do destino dado aos bilhões de reais arrecadados. Se houver uma prestação de serviços decentes nas áreas de educação, saúde e segurança, somente essa pratica, já anula grande parte da afirmação de “alta” carga. Há que se discutir com propriedade e profundidade a destinação dos recursos arrecadados, muitas vezes aplicados de forma equivocada e desperdiçados em projetos caros, eletoreiros, de interesse duvidoso e inútil. O estado tem que aplicar o dinheiro dos cidadãos, naquilo que prioritariamente é essencial para seu desenvolvimento( educação, saúde e segurança ) deixando à iniciativa privada a exploração de negócios, particularmente produção e serviços. Não cabe ao estado fazer negócios, cabe ao estado nortear, regulamentar e fiscalizar, evitando abusos e explorações indevidas, por parte dos agentes econômicos

Assim sendo, dificilmente sairemos da desigualdade social, se não partirmos para uma discussão e atitude séria, responsável e abrangente, sobre tão relevantes assuntos. Depende de nós.