MensaLula

Quando pensei que já tivesse visto -quase- de tudo no que se refere à orgia política que se instaura nesta assim chamada República, uma revista semanal de grande circulação no país traz na capa dessa última edição uma suposta entrevista do mensaleiro Marcos Valério sobre o ex-presidente Lula. Tudo bem, apesar do escândalo que isso causa nos meios políticos, principalmente na oposição ao PT, não fosse o fato de que não existe nenhuma entrevista na publicação.

E se você olhar para o calendário no canto inferior direito da tela do seu monitor, ou ainda no desktop do seu smartphone, percebe que estamos aos 17 dias do mês de setembro do ano de 2012 do calendário cristão. E caso não saiba ou apenas esteja esquecido, a data de votação para as eleições desse ano ocorrem em pleno 07 de outubro, a menos de um mês em que este texto é escrito.

E se, ainda, você tem televisão porém não tem tv por assinatura, fica refém, além de uma programação muitas vezes porca, medíocre e odiosa, de inúmeras propagandas de candidatos de todos os partidos. Os petistas recebem apoio de um Lula desfigurado de quando exercia poder na nação brasileira: sem barba e com uma voz muito mais grossa do que costumávamos ver em seus discursos com erros de concordância nominal.

Agora, com essa capa bombástica, a revista faz mais uma vez oposição. Lembram de quando ela derrubou o Collor? Pois é, de uns tempos pra cá a política viveu um marasmo que era abalado apenas pelos velhos problemas de sempre. Um desvio aqui, uma ponte superfaturada ali, e no fim das contas, entra ano e sai ano eleitoral é a patacoada é a mesma: candidatos sem propostas, dando sorriso falso em santinhos e/ou cavaletes, e muitas vezes embalados por jingles de hits do momento que não desgrudam de nossas cabeças.

Porém, o abalo se deu fortemente com o esquema do mensalão, que aliás está em votação. Ou não. Não sei, está, né? Quanto tempo mesmo que faz que ele começou a ser votado? Eu não lembro. Lembro que a primeira aparição do termo foi por volta de 7 anos atrás, algo do tipo. E agora? No começo falava-se dia e noite, noite e dia sobre esse júri que condenaria, ou não, o maior esquema de corrupção que este país já viu. Agora o tsunami passou e virou uma marolinha (nas palavras do ex-presidente, embora no caso fosse sobre a crise econômica mundial). Aliás, fazem até questão que eu, e você, e todo mundo, se esqueça de que houve uma mancha tão suja no passado da política nacional. Dessas que só o tempo naturalmente cura, ou simplesmente te faz prestar atenção em outro problema mais recente, embora não menos urgente.

Afinal, estamos em época de corrida eleitoral. É aquele período de dois meses em que tudo é perfeito, tudo será melhor ainda, os candidatos farão milagres e todos os problemas serão resolvidos em apenas quatro anos. É no que querem que você acredite.

Como visto em: http://blogapiazentin.blogspot.com.br/2012/09/mensalula.html