SANTO ANTONIO DE PÁDUA
nair lúcia de britto
Herdei a devoção que tenho por Santo Antonio de Pádua de minha mãe, que quantas vezes ia à Igreja, às terças-feiras, para rezar sua milagrosa trezena.
Ainda guardo comigo o livrinho de orações que lhe pertenceu. A edição é de 1959; foi impresso nas oficinas gráficas da Editora Vozes (Petrópolis – Estado do Rio de Janeiro.
A pequena obra está desgastada pelo tempo, as páginas amareladas. Mas não importa, eu abro esse livrinho e rezo com a mesma devoção que minha mãe rezava.
Santo Antonio é muito conhecido como santo casamenteiro; mas, na verdade são vários os seus atributos e milagres... Mamãe contava que este santo ajudava alguém a achar algum objeto perdido, desde que recorresse a ele, com a promessa de ajudar os pobres...
Posso garantir com toda a certeza do meu coração que isto é verdade, porque foram muitas às vezes que recorri a Santo Antonio, numa eventual perda... e sempre fui atendida.
Santo Antonio nasceu na ilustre família dos Bulhões, em Lisboa, no dia 15 de agosto de 1195. Seu nome de nascimento era Fernando; e mudou de nome quando entrou para o convento dos Cônegos Agostinhos, da sua cidade natal. Cada vez mais virtuoso ele passou, depois, para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra; onde como árvore plantada à beira da corrente das águas, cresceu gigantescamente na santidade.
Dia desses, saí a rua... a esmo.
Era uma tarde muito fria e estava chovendo. Vi uma mulher descalça, dormindo pesado sobre a calçada gelada. Compadeci-me... Quantas e quantas pessoas eu vejo, sem qualquer guarida, ao relento, nesses dias tão frios!
Que diria Santo Antonio, que tanto amava os pobres, diante desse quadro lastimável?!
Por isso, em nome de Santo Antonio, é que eu quero lembrar aos órgãos públicos que socorram os desabrigados, dando-lhes teto, comida; um tratamento médico para os doentes e viciados. Depois, criar meios de reconduzi-los ao mercado de trabalho.
Só o trabalho sério e honesto oferece ao homem dignidade e felicidade.
Eu bem que quis prestar ajuda àquela mulher...
Mas a quem recorrer? Se existe alguma prestação de serviços para ocasiões emergenciais, que o telefone seja divulgado e o cidadão, orientado.
"Ajude meus pobres! Quanto isto me alegra o coração... Não sei negar nenhuma graça àqueles que socorrem os outros por meu amor."
É o que diz a oração de Santo Antonio.