HOJE ACORDEI O SABIÁ...
Ainda noite, muito antes de o sabiá cantar, anunciando que o dia amanhecia, deitada na cama, os meus pensamentos a vagarem sem destino...
Levantei-me, tomei um copo de leite, me sentei enfrente dessa telinha e, comecei a passear, pelas diversas escrivaninhas dos amigos poetas desse recanto...
Ontem, recebi a visita de um novo amigo, poeta Néveo, e fui conhecer os seus textos.
Chamou-me a atenção o seu texto "Sabiá Laranjeira", onde ele declina magistralmente a sua origem interiorana, natural da cidade de Rio Claro – SP – na juventude, não imaginava morar em São Paulo, mas, lhe surgiu uma oportunidade de prestar um concurso na USP, na sua área de atuação, Filosofia, sendo aprovado, salário em dobro, não restou duvidas, veio morar na capital, aqui ele se casou e construiu a sua família.
Lendo a sua trajetória de vida, as suas conquistas, os seus hábitos, sua casa de esquina, com arvores, plantas, os sabiás a cantar, aos poucos fui me identificando com ele.
Moro nessa casa de esquina, com um jardim acanhado de espaço, mas com duas nesgas pequenas de terra (0,80x 3,50m/ 4.00), que me dão a satisfação de ter plantado nelas, roseiras, dracenas, um pé de limão, que foram os passarinhos que trouxeram a semente, ainda não deu frutos. Os meus famosos 5 pés de caquis todos juntinhos, faz 14 anos, que foram plantados, em um xaxim, pelo meu neto, Walter, lembro-me que foi logo após ao nascimento da sua irmã, Sarah. Colocamos o xaxim sobre o canteiro e as raízes se enraizaram no local , onde o meu cordel “CAQUIZEIROS”, como,por encanto, ganhou vida, seus caquis chocolates, bem docinhos, foram vivenciados em prosa, verso e sabor, por eles. Para ornamentar, por completo, o meu jardim tem plantado no portão o meu pé de manacá da serra, alguns o chamam de quaresmeira. Uma arvore altiva, quase o ano inteiro florida, ponto de referencia dessa rua nesse bairro.
Nesse devaneio voltei ao passado, das minhas viagens de ônibus e de bondes, para estudar ou passear. O bonde com seu peculiar blém-blém, passando pelos trilhos, enquanto eu admirava a paisagem, ora, os pássaros parados nos galhos das arvores, ora, em seus vôos vazantes. Adoro os pássaros!
Mas adiante, outro texto, "A Minha Nova Caneta Tinteiro", ele contando do presente dado a si mesmo, uma caneta tinteiro.
Novamente me identifiquei com o seu texto. Lembrei-me da caneta Parker 51, que tenho guardada, que ganhei do meu pai, quando conclui o curso ginasial. Nesse texto ele menciona o curso de caligrafia do Prof° De Franco. Esse ano quando a minha neta Sarah,me pediu, para que eu subscrevesse os seus convites de aniversario de 15 anos, a caligrafia impecável e famosa do curso do prof° de Franco, veio-me a mente. A minha letra sem o floreado especial dos profissionais calígrafos, é grande e bem legível.
Enquanto viajava, pelos textos dos diversos amigos poetas, o dia amanhecia e os sabiás, no galho próximo a minha janela estavam a cantar para mim...