O que não tem explicação, explicado está.
A senhora estranhou o olhar insistente do homem de cerca de 50 anos, mas continuou a escolher legumes, na barraca da feira.
O homem se aproximou e disse:
-Senhora, bom dia. Perdoa-me por olhá-la assim. É que a minha mãe faleceu quando eu nasci, e ao ver a senhora pensei: se ela se estivesse viva, a julgar pelas fotos que tenho dela e da minha avó, ela seria parecida com esta senhora.
Arrepiada e sem palavras, a senhora o olhou atentamente e viu lágrimas nos olhos do homem, que agora, olhava para o chão.
Num ato instintivo ela o abraçou e chorou com ele que bem poderia ser o seu filho natimorto.
De tempos em tempos ela conta esta história que parece lhe dar alívio.