A PROFECIA QUE DEU CERTO

Em 1559 a família real francesa celebrou dois casamentos no mesmo dia. Para comemorar o evento organizaram um torneio de “justas” (competição em que dois cavaleiros montados em cavalos combatiam). Ao pôr do sol, o rei Henrique II montou o seu cavalo para enfrentar o conde de Montgomery. A contenda terminou empatada, mas o rei insistiu em um novo ataque. A lança de Montgomery trespassou a viseira dourada do rei, penetrando-lhe o olho. O monarca morreu.

“Maldito seja o adivinho que predisse tão maleficamente e com total exatidão” alguém gritou em meio aos sussurros que se fazia após o trágico fim do rei. A identidade do homem contra quem foi dirigida a maldição era Michel Nostredame, ou Nostradamus. Desprezado e ridicularizado e, às vezes, temido. Após a morte do monarca o povo exigia que o profeta morresse na fogueira

A palavra profecia, de origem grega, significa “falar antes”. Nos tempos bíblicos, os profetas funcionavam como representantes diretos de um deus. Os profetas bíblicos serviam de conselheiros dos reis.

Michel de Nostredame era médico. Durante as epidemias de pragas que assolaram o sul da França, trabalhou incansavelmente no tratamento e cura dos acometidos pela doença. Também era escritor e isso facilitou que suas profecias fossem ambíguas e interpretadas de várias maneiras, de modo que nunca pareçam desatualizadas.

Após a profecia sobre a morte do rei Henrique II, Nostradamus se tornou o profeta mais conhecido da história. Durante seus sessenta e três anos publicou dez volumes de estrofes de quatro versos, ou quadras, proféticas num total de novecentos e quarenta e dois versos. O trigésimo quinto verso continha essa mensagem:

O jovem leão prevalecerá sobre o velho

Em campo de batalha num combate singular

Em jaula de ouro os olhos lhe trespassará

Duas feridas, e depois morrerá de cruel morte.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 15/09/2012
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