LEGÍTIMOS OU BADERNEIROS OS MOVIMENTOS SOCIAIS?
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Todo tipo de movimento social reivindicatório é, a princípio, justo e legítimo; desde que realizados com criatividade, e sem prejudicar aos outros, como aconteceu em SP com o completo fechamento o Rodo Anel, uma importante avenida que distribui todo o tráfego pesado da capital e por onde devem circular os caminhões que são proibidos de trafegar no centro da cidade antes das 9 horas da manhã! O movimento reivindicatório que parou SP queria chamar a atenção para a falta de moradia para os pobres!
Mas enquanto conviverem lado a lado à falta de planejamento habitacional, urbano e de saneamento com a miséria e a pobreza, sempre existirão outros movimentos sociais e pessoas que os apoiarão, por convicção ou só por interesse eleitoral. Com os movimentos reivindicatórios, novos protestos também serão registrados, causando prejuízos gerais à sociedade devido ao fechamento de ruas; também se registrarão mais invasões a propriedades públicas abandonadas ou particulares com novos despejos autorizados pela Justiça. Será sempre um círculo vicioso permanente: de um lado a necessidade dos carentes; do outro, o direito de posse e a ilegalidade das decisões e reintegrações de posso, geralmente realizadas com ou sem violência social e até físicas.
Os movimentos sociais reivindicatórios precisam encontrar e se voltar para formas mais criativas de protestos, sem prejudicar a terceiros. Um desses movimentos reivindicatório ocorreu em SP, com a colocação de uma carruagem no alto da ponte espraiada, uma forma de protesto bem humorado e inteligente realizado por um solitário artista plástico, incomodando as autoridades, mas não prejudicando a ninguém. Esse protesto era contra a lentidão do tráfego nas ruas paulistanas.
Mas esses protestos que fecham avenidas movimentadas, queimando pneus, tocando fogo em lixo, móveis velhos só para chamar à atenção as causas que defendem, começam a prejudicar e irritar a outras pessoas também. Todos os movimentos sociais reivindicatórios, em tese são legítimos, mas precisam ser pensadas outras formas mais inteligentes de protestar, repassando suas reivindicações à sociedade e ao Estado, mas sem prejudicar a outras pessoas da mesma sociedade.
Os pobres não têm culpa por reivindicar uma coisa que lhes foi retirado com a Revolução Industrial no século XIX e prosseguiu ao longo da história, com a exclusão dessa classe do convívio social e também da sociedade por vários motivos e razões, como um todo e o Estado Social que se formou desde então, não está sendo capaz de suprir as necessidades dos excluídos.
Dessa forma, não lhes restou alternativa para ser ouvido pelo Poder Público senão através da organização em movimentos sociais reivindicatórios até que o Estado Social resolva seus problemas e lute e os incluía dentro do chamado “bem estar social”,oferecendo a todos o bem comum, objeto fim das sociedades que cumpra seu real papel social de oferecer moradia digna aos desvalidos no passado e que, agora, apenas se reproduziram pela continuidade da falta de educação, advindo dessa falha estrutural todos os outros problemas hoje existentes na sociedade de consumo atual, onde mais vale “o ter individual do que o ser coletivo”. Aonde vamos parar?
Protestos sociais sim; os apoiarei sempre. Mas baderna em nome de uma causa, protestos que prejudiquem o direito de outras pessoas sou e serei sempre contra, mesmo que tenham o fim legítimo de reivindicar terras, moradias. Para tudo deve ter um limite de bom senso, mesmo quando pareça não existir nenhum!