Descartável pra mim.
Estou em um momento que áreas da minha vida me sufocam. Por que a maioria das pessoas teimam em ser tão iguais? Vejo que quem é diferente nunca esteve tão sozinho. Minha zona de conforto nunca me deixou tão desconfortável, minha mente insiste na hora da mudança. É hora de se desfazer. “Desde então, sou tomado de desprezo profundo por todo mundo que adere a maiorias – mesmo que eventualmente (quase nunca) legítimas. E de uma admiração única por quem ousa enfrentar a unanimidade”*. As palavras de Nassif nunca soaram tão perfeitas pra mim como agora. Analiso a melhor forma de me distanciar de você, e irei fazer isso de uma forma que me traga menos problemas – pra mim. Não dá mais pra suportar, estou cada vez parecido com aqueles que crítico, que se aconchegam com as migalhas que ganham, esperando dos outros uma postura que possa mudar a minha vida. Isso não vai mais acontecer, “eles olham apenas para o próprio rabo” – pensa um eu decepcionado. “Mude, está na hora”, agora um eu analítico entra em cena.
Minha mudança começa aos poucos, já me movimento – e isso é um bom sinal – nos bastidores apenas. Sorrateiro, devagar, minha mente cria estratégias, piso em solos diferentes, experimento outros conhecimentos. Isso é importante, meus conhecimentos andavam meio atrofiados, está na hora de expandir a mente. Nunca li, conversei ou me incomodei tanto quanto agora.
Você já não é mais o que pareceu ser há 3 ou 4 anos, suas vantagens divulgadas a plenos pulmões parecem para mim mais do mesmo. Pessoas que já estiveram com você agradecem por um dia ter te deixado. Eles puderam. Por que eu não posso? Pois já não tenho interesse em continuar com você. Sua vestimenta azul e branca já me enoja e me encontro com você todos os dias por pura conveniência – mas isso já tem prazo pra acabar. Como disse, eu ajo aos poucos, mais cedo ou mais tarde abrirei mão de você.
Você é tão absurdamente egocêntrica que não percebe o quanto todo mundo já não te suporta. No auge do seu egoísmo não sente que ninguém mais te aguenta. No ápice de sua cegueira não se toca que existem tantas outras opções disponíveis e muito melhor que você. Mas não te culpo por isso, pois você foi criada assim, com o status de ser a melhor entre as melhores e a sua vaidade simplesmente lhe bloqueia a mente. Uma pena, você poderia oferecer mais, mas você já não é tudo o que divulgam.
Mas obrigado, pois foram todos esses defeitos que fizeram com que eu sentisse cada vez mais asco por você. Quero ver essa sua mania de grandeza quando eu lhe der as costas. E isso acontecerá quando você mais precisará de mim. Desejo ver sua cara, esse momento será impagável. E acredite, eu não mudarei de ideia, pois não sinto obrigação alguma em ser cortês com quem não me trata com cortesia.
No final, apenas verei quem sairá rindo.
*Texto retirado do livro "O jornalismo dos Anos 90", do jornalista Luis Nassif.
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