Quebra queixo.
A vida nos apronta surpresas,basta se mexer ou pensar para que algo aconteça...No meu caso resolvi remexer em fotos antigas,tentando organiza-las,fui mexer com o que estava quieto...Fotografias são perigosas,te faz feliz ou te arraza!
No meu caso,voltei aquela idade tão linda ao encontrar entre elas uma foto minha, estava banguela,me diverti muito ao lembrar do que aconteceu...
Claro que devemos com toda certeza viver intensamente o presente, mas isto não significa enterrar o passado e jogar uma pá de cal em cima. O nosso presente é simplesmente o prolongamento do passado, portanto...
Convém que as tristezas, traumas, desgostos devam ser lembrados o menos possível para que não nos tornemos sua vítima e os arrestemos pela vida a fora.
Mas e os bons momentos como aquele da foto?
Bons momentos como aquele, devem ser revividos com muita força, faz bem nos transportarmos a eles sempre que possível reviver esses tempos é muito gostoso. Eu costumo ter várias “fases”, e escrever sobre elas.
Algumas são apenas criação de minha fantasia,reflexão, experiência,observação,etc.
Outras são verdadeiramente vividas, como esta por exemplo.
Quem se lembra de um doce chamado quebra queixo, que era vendido em tabuleiros?
Até hoje não descobri do que era feito aquela “meleca” parecida com caramelo cheinha de coco ralado servido num quadradinho de papel.Ele grudava tanto no céu da boca,nos dentes,e principalmente no papel,o que nos obrigava a lambe-lo para aproveitar o restinho do doce que ficava nele.
Os vendedores cortavam os pedaços com uma espátula pequena, eu sempre pedia para ele me dar um “chorinho”( mais um pouco)como era sua freguesa mais assídua ele apenas ria e colocava mais um tantinho...Seu Zé armava seu tabuleiro sempre perto da escola,na calçada junto a grade do muro da escola, a criançada fazia fila para comprar aquela delicia que era recebida pelos vãos da grade,ou então esperavam ansiosas pela saída para ir “voando” comprar.
Seu concorrente vendia outro tipo de doce,branco e cor de rosa, era tão duro que precisava ser cortado com um martelinho, por isso se chamava “martelinho”, fico me perguntando que tipo de doce seria aquele tão gostoso, e que desapareceu,pensando bem acho que é o doce com que fazem hoje aqueles pirulitos enormes redondos e coloridos...O vendedor de algodão doce ainda existe,industrializado e colorido, mas o martelinho desapareceu e o quebra queixo raramente encontro...Que pena!
Foi num quebra queixo que “deixei” meu primeiro dente de leite!Tragédia, era o dente da frente (incisivo central)! O doce abriu uma janela no meu sorriso.
Fiquei surpresa quando vi o dente grudado no doce, imediatamente passei a língua pelo buraco que tinha acabado de abrir...Minha prima e fiel “escudeira” Sonia com quem estava jogando Cinco Marias ria de mim, de minha banguela;nem me incomodei ,estava feliz por que sabia que outros dentes mais bonitos que aquele viriam tomar seu lugar.
Pelo menos isso minha mãe dizia quando lhe contei que meu dente “balançava”.
Tirei o dente do doce, me lambuzei com o resto que sobrara e fui para casa levando a “preciosidade” embrulhada cuidadosamente no papel do doce,para depois joga-lo em cima do telhado e recitar com fé o versinho:
“Fada do dentão, leve este dente ruim e traga um bão”...
Nada melhor do que acreditar em fadas! Felizmente ela trouxe um grandão e bem bonito, todo dia eu olhava no espelho para acompanhar seu nascimento ele era lindo, bem branquinho cheio de “serrinhas”(segundo minha mãe!)...
Minha prima perdeu o dentinho dela com chiclets Adams,claro que o ritual foi o mesmo...Nunca gostei de chicletes, brigava com ela para que não mascasse aquela porcaria, mas ela,não ouvia meus argumentos,a chamava de boba por gastar dinheiro para comprar uma coisa que só serve para enganar as crianças, ele parece um doce,mas não é e quem masca parece vaca mascando sem parar essa borracha sem gosto;mas ela nem me dava ouvidos.Eu gastava meu rico dinheirinho com o quebra queixo e ela com chicletes,eu engordei e ela emagreceu!
Fico pensando, raramente se vê hoje em frente as escolas vendedores de balas e pipocas,com certeza é medida de prevenção,pois muitos vendem drogas como balas para viciar as crianças.Tenho pena das crianças de hoje,cercadas de perigos de todo tipo,drogas bala perdida,ladrões que levam mochila, tênis, boné,o que possuírem.
Coitados não tem liberdade, o medo os acompanha...
Nunca mais vi nestes locais um vendedor de quebra queixo.
Felizmente vivi num “tempo de paz”, que maravilha poder comprar doces pelos vãos da grade do muro do colégio. Como bem diz a música, a gente era feliz e não sabia...
Vou sair agora mesmo em busca de um vendedor de quebra queixo e seu tabuleiro, comprar um pedaço enorme para matar as saudades de seu sabor.
Sei que sentirei a mágica que tem este doce,capaz de me transportar ao passado, aos meus seis aninhos...
Fui!
M.H.P.M.
A vida nos apronta surpresas,basta se mexer ou pensar para que algo aconteça...No meu caso resolvi remexer em fotos antigas,tentando organiza-las,fui mexer com o que estava quieto...Fotografias são perigosas,te faz feliz ou te arraza!
No meu caso,voltei aquela idade tão linda ao encontrar entre elas uma foto minha, estava banguela,me diverti muito ao lembrar do que aconteceu...
Claro que devemos com toda certeza viver intensamente o presente, mas isto não significa enterrar o passado e jogar uma pá de cal em cima. O nosso presente é simplesmente o prolongamento do passado, portanto...
Convém que as tristezas, traumas, desgostos devam ser lembrados o menos possível para que não nos tornemos sua vítima e os arrestemos pela vida a fora.
Mas e os bons momentos como aquele da foto?
Bons momentos como aquele, devem ser revividos com muita força, faz bem nos transportarmos a eles sempre que possível reviver esses tempos é muito gostoso. Eu costumo ter várias “fases”, e escrever sobre elas.
Algumas são apenas criação de minha fantasia,reflexão, experiência,observação,etc.
Outras são verdadeiramente vividas, como esta por exemplo.
Quem se lembra de um doce chamado quebra queixo, que era vendido em tabuleiros?
Até hoje não descobri do que era feito aquela “meleca” parecida com caramelo cheinha de coco ralado servido num quadradinho de papel.Ele grudava tanto no céu da boca,nos dentes,e principalmente no papel,o que nos obrigava a lambe-lo para aproveitar o restinho do doce que ficava nele.
Os vendedores cortavam os pedaços com uma espátula pequena, eu sempre pedia para ele me dar um “chorinho”( mais um pouco)como era sua freguesa mais assídua ele apenas ria e colocava mais um tantinho...Seu Zé armava seu tabuleiro sempre perto da escola,na calçada junto a grade do muro da escola, a criançada fazia fila para comprar aquela delicia que era recebida pelos vãos da grade,ou então esperavam ansiosas pela saída para ir “voando” comprar.
Seu concorrente vendia outro tipo de doce,branco e cor de rosa, era tão duro que precisava ser cortado com um martelinho, por isso se chamava “martelinho”, fico me perguntando que tipo de doce seria aquele tão gostoso, e que desapareceu,pensando bem acho que é o doce com que fazem hoje aqueles pirulitos enormes redondos e coloridos...O vendedor de algodão doce ainda existe,industrializado e colorido, mas o martelinho desapareceu e o quebra queixo raramente encontro...Que pena!
Foi num quebra queixo que “deixei” meu primeiro dente de leite!Tragédia, era o dente da frente (incisivo central)! O doce abriu uma janela no meu sorriso.
Fiquei surpresa quando vi o dente grudado no doce, imediatamente passei a língua pelo buraco que tinha acabado de abrir...Minha prima e fiel “escudeira” Sonia com quem estava jogando Cinco Marias ria de mim, de minha banguela;nem me incomodei ,estava feliz por que sabia que outros dentes mais bonitos que aquele viriam tomar seu lugar.
Pelo menos isso minha mãe dizia quando lhe contei que meu dente “balançava”.
Tirei o dente do doce, me lambuzei com o resto que sobrara e fui para casa levando a “preciosidade” embrulhada cuidadosamente no papel do doce,para depois joga-lo em cima do telhado e recitar com fé o versinho:
“Fada do dentão, leve este dente ruim e traga um bão”...
Nada melhor do que acreditar em fadas! Felizmente ela trouxe um grandão e bem bonito, todo dia eu olhava no espelho para acompanhar seu nascimento ele era lindo, bem branquinho cheio de “serrinhas”(segundo minha mãe!)...
Minha prima perdeu o dentinho dela com chiclets Adams,claro que o ritual foi o mesmo...Nunca gostei de chicletes, brigava com ela para que não mascasse aquela porcaria, mas ela,não ouvia meus argumentos,a chamava de boba por gastar dinheiro para comprar uma coisa que só serve para enganar as crianças, ele parece um doce,mas não é e quem masca parece vaca mascando sem parar essa borracha sem gosto;mas ela nem me dava ouvidos.Eu gastava meu rico dinheirinho com o quebra queixo e ela com chicletes,eu engordei e ela emagreceu!
Fico pensando, raramente se vê hoje em frente as escolas vendedores de balas e pipocas,com certeza é medida de prevenção,pois muitos vendem drogas como balas para viciar as crianças.Tenho pena das crianças de hoje,cercadas de perigos de todo tipo,drogas bala perdida,ladrões que levam mochila, tênis, boné,o que possuírem.
Coitados não tem liberdade, o medo os acompanha...
Nunca mais vi nestes locais um vendedor de quebra queixo.
Felizmente vivi num “tempo de paz”, que maravilha poder comprar doces pelos vãos da grade do muro do colégio. Como bem diz a música, a gente era feliz e não sabia...
Vou sair agora mesmo em busca de um vendedor de quebra queixo e seu tabuleiro, comprar um pedaço enorme para matar as saudades de seu sabor.
Sei que sentirei a mágica que tem este doce,capaz de me transportar ao passado, aos meus seis aninhos...
Fui!
M.H.P.M.