SOBRENATURAL......

Moro em uma casa espaçosa, projetada por arquiteto amigo. Nela há um escritório onde tinha que abrigar meus livros e trazer da casa da minha mãe, ainda viva, a densa biblioteca de meu pai. O escritório projetado fica na parte de cima, único cômodo do segundo andar,muito grande, cem metros quadrados, e aberto com pé direito alto, com acesso por uma das salas e girau que olha para a sala da frente pouco frequentada.

Por segurança o corredor que liga aos quartos tem porta fechada e isolada do resto da casa. Faz muitos anos, ainda pequenos meus filhos, minha mulher dizia que ouvia um barulho forte vindo do alto, do escritório, todos os dias.

Não dava importância. No escritório, além de livros de meu pai, próximo a dois mil, hoje muitos doados, outros objetos dele juntos aos meus, muitos, e a cadeira de balanço, relíquia, entre outras, onde ficava a ler e eu e minha irmã, pequenos, disputávamos o colo dele.

Havia, lá, também, dois pilões de socar café de fazendas antigas que me deram funcionários de Cachoeiras de Macacú, comarca onde funcionava na época com trinta anos de idade, novo ainda.

Uma bela noite acordei com minha mulher falando sobre o barulho. Dormindo ainda, embora de pé, diante de sua insistência, me dirigi até a porta que abre para as salas e quando cheguei perto da porta, minha mulher disse, "está ouvindo?", foi então que acordei.

Um imenso barulho vinha de cima, como se estivessem rolando os dois pilões pelo assoalho. Não abri mais a porta. As janelas do escritório debruçam no telhado da varanda lateral. Para mim foram abertas de alguma forma, e quem estava alí não se importava com o barulho, estavam para qualquer coisa.

Pensei de pronto, mataram os cachorros, dois cães de guarda violentos e treinados, que a qualquer coisa estouravam em latidos diferentes, presentes pessoas. Voltei ao quarto e apanhei a arma que tem mais ação e abri a janela do quarto dos fundos. Chamei os cachorros e vieram tranquilos. Não entendi nada. Pulei para o quintal pela janela, olhei para o telhado da varanda de acesso ao escritório e nada de estranho. Dei a volta em toda a casa e no quintal. Nada....

Voltei pela janela e entrei de novo e abri a porta do corredor me dirigindo para a porta que leva para o escritório.

Quando subi o primeiro degrau o tal arrepio na nuca e em todo o corpo aconteceu e logo veio ao meu pensamento com enorme força. É MEU PAI..

NÃO SEI EXPLICAR. COMO VAMOS EXPLICAR ESSES CONTATOS....E QUAL A RAZÃO. NUNCA MAIS SE OUVIRAM OS BARULHOS. ELE QUERIA MARCAR SUA PRESENÇA? NADA SEI SOBRE ISSO, SÓ SEI QUE ACONTECE...

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 13/09/2012
Reeditado em 13/09/2012
Código do texto: T3879632
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