A Lenda da Chave Mestra - Capítulo 1 -De Uma Lenda à Profecia

“Devaneio e escuridão

De volta assolarão o Novo Reino

Da Chave Mestra deve-se libertar o poder novamente

Para profanar aqueles cujos corações são descrentes

Da mais profunda noite eles se fortalecem

Esperando o sinal para que regressem.

Do crepúsculo magnífico à aurora maldita

Deve-se lutar para que a raça não seja extinta

A Grande Rainha nada mais pode fazer

Então novos guerreiros devem se erguer

A chave ficará em mãos da verdadeira Princesa que será guardada pelo Guardião Alado

E no dia que ler isto, lerá o recado:

"Da aura misteriosa você entenderá o seu poder

Para entendê-lo, basta ser você

Se for a princesa, um dia entenderá o infinito

E dele você poderá fazer o Novo Reino renascer, ou perecer."

Os quatro artefatos com os poderes aurais têm que ser reunidos

Para destrancar o grande templo e assim renascendo novamente o poder infinito

A Maldita Majestade aparecerá e irá confrontar nesta maldição para renascer seu mestre

Um forte exército e várias ordens irão se formar em todas as regiões.

Chegaste o tempo de grandes rebeliões demoníacas

E todas as pessoas perceberão que estas terras não são paradisíacas

Ao súdito covarde que fica em cima do casulo, é lhe dado a ordem para que abra as portas das fornalhas infernais.

E a liberdade é dada aos seres das profundezas

Chegaste à hora do Grande Rei retornar

Para então a luta final travar.

Dos leais, a esperança

Dos maléficos, a vingança

Com o horror das marcas que serão deixadas no duelo

As portas infernais serão o próximo paradeiro

Os sete ciclos deverão passar

Cada um com pecados que todos já ouvirão falar

A Porta do Paraíso deverá ser encontrada

Para que o Novo Reino volte a ser sua morada

De alguma forma terão de retornar ao seu lar

E a luta que antes foi perdida deverão continuar

O resultado só o infinito fará

Da morte ou vida

Da ascensão ou renascimento

Só quem sobreviver a este trágico destino verá.”

...

Sophie Alistair tinha dezoito anos de idade, e aparentemente vivia uma vida normal. Escola, deveres de casa, ajudar sua mãe com as tarefas domésticas e tudo que uma garota de dezoito anos pode fazer.

Morava em uma cidade pequena chamada Nondland, e estudava em uma faculdade chamada Hower High. Uma faculdade também normal, professores irritantes, garotos se achando valentões com outros a ponto de trancá-los no armário onde colocavam seus livros e também conhecia algumas outras garotas, que as considerava como amigas, eram elas: Lena Reisenberg, uma garota mimada, filha do prefeito da cidade de Nondland, ela também tinha dezoito anos de idade, era morena e possuía cabelos cacheados ruivos, tinha os olhos um pouco grandes, porém, com um olhar gentil e dócil, ao invés das outras garotas mimadas que havia em sua faculdade, cujo ao olhar para ela, pareciam que estavam lhe jogando pedras. Outra garota do grupo era Annabely Kieling, a mais rabugenta das suas amigas, não podia posar um mosquito em seu braço, que já era o suficiente para ela reclamar o dia inteiro, era um ano mais velha do que Sophie, tendo dezenove anos de idade, ela era caucasiana, tinha cabelos negros e lisos e olhos com tonalidade preta com um estilo debochado, porém,ela era uma boa pessoa.A penúltima garota do grupo era Alice Grings,a garota mais nerd da classe,talvez a mais inteligente de todo o ensino médio,suas notas não caíam de dez,tirando a de educação física,pois ela não praticava esportes e achava que era algo sem valor,também tinha dezenove anos de idade.Ela usava um óculos com armação no estilo esportivo.Tinha cabelos lisos e loiros,quase chegando ao tom branco,olhos com um tom de azul quase cinza e vivia com um olhar frio e analisador,cada vez que ela olhava alguém,parecia que ela estudava todo o funcionar do corpo da pessoa.E por última,Sophie ,uma garota pouco popular assim como as antes descritas,tenho cabelo ondulado loiro,olhos azuis e sempre mostrando animação.

Ela estava junto com suas melhores amigas conversando em uma sala de aula vazia, sentadas todas umas próximas as outras. As jovens usavam uma camisa de manga branca e uma calça jeans azul marinho, tradicional uniforme.

– Nosso último dia de aula aqui, caramba, eu realmente sentirei saudades dessa escola. – disse Lena que estava sentada em sua cadeira, olhando para o céu azul que se amostrava pela janela aberta do local.

– Verdade, nós três nos conhecemos aqui e as nossas melhores histórias foram feitas aqui. Eu vou sentir muita falta deste lugar. – Sophie concordou com a amiga.

– Do que vocês estão falando? Vocês já se esqueceram que vamos para a mesma faculdade? Lá com certeza nós iremos curtir muito mais do que aqui. Agora nós somos adultas não se esqueçam disso meninas. – Anne retrucou como sempre, ela estava sentada na cadeira ao lado de Lena, rabiscando algum desenho qualquer.

– Concordo com Anne. Nós ainda temos muitas coisas pela frente, não podemos simplesmente nos apegar somente ao que vivemos aqui. – Alice completou sempre se mostrando séria.

– Bem, vendo desta forma vocês duas estão realmente certas. Mas ainda sim eu sentirei saudades dos velhos tempos de colegial. –Sophie suspirou, apertando o pingente em formato de chave de seu colar. O presente havia sido dado por seus pais na época do colegial.

– Nossa! Da forma que você fala Sophie, até parece que faz anos que saímos da escola. – Lena comentou sorrindo.

– Ela tem razão. – e Anna também começou a sorrir, um fato bem raro de acontecer.

– Deixando isso de lado, o que vocês pretendem vestir amanhã? –Lena falou parando de contemplar o céu, olhando para suas amigas

– Hum, sim. Amanhã será o passeio de despedida que a nossa classe resolveu fazer... Já tinha me esquecido! O que vou vestir! –Sophie perguntou com a voz alterada, para ela não ter algo bonita pra usar em alguma ocasião especial, seria como estar em um pesadelo.

– Sério, eu não estou tão empolgada com isso. –Annabely murmurou terminando um desenho de um smile invocado na mesa.

– Mas por que não Anna? – Sophie perguntou fazendo uma expressão de leve tristeza.

– Eu não sei por que, mas estou com um mau pressentimento desse passeio. –Ela suspirou, como se o seu pensamento estivesse tentando resgatar algo. Talvez fosse um dejavú.

– Você está preocupada sem motivos Anna, não acontecerá nada. – Respondeu Lena, calmamente. – Todos nós somos maiores de idade e somos muito responsáveis.

– Bem, neste ponto eu concordo com a Lena, apesar de eu não confiar em muitas das pessoas desta classe. De qualquer forma eu acho que será bom irmos neste passeio. O Sr. Burnley aceitou nos acompanhar e será algo como uma expedição cultural já que a Floresta de Gaia tem muitas coisas interessantes, além de ser um local extremamente pacifico.

– Esse passeio será demais! – Sophie gritou animada enquanto erguia os braços pro ar. Espreguiçando-se.

– Agora eu me lembro... Você não é do tipo que sai muito não é mesmo Sophie? –Alice perguntou, sempre com o seu olhar analisador.

– Sim, sim... – Sophie respondeu fazendo uma cara engraçada de chorona – Meus pais são muito protetores, eles nunca gostaram da idéia deu me afastar muito de Nondland.

– Em outras palavras, será a primeira vez de Sophie fora da cidade. –Annabely falou, ela rabiscava outro desenho em sua cadeira, parecia uma caveira.

– E como melhores amigas dela, nós três também teremos que acompanhá-la. –

– Já que esse é o caso, então não tenho escolha... Eu também irei acompanhá-las! – Gritou Anne deixando o ar de receio de lado.

– Vocês quatro ai... – uma voz masculina chamou a atenção das amigas para a porta da classe. – Quanto tempo mais vocês irão ficar ai? O pessoal está reunido lá na biblioteca organizando as coisas e discutindo sobre o passeio de amanhã.

–Desculpe-nos, Yan, nós acabamos nos esquecendo da reunião. – Sophie se desculpou levantando-se e parando na porta de madeira jacarandá da sala, esperando suas amigas.

As amigas acompanharam-na. Passaram pelos amplos corredores do colégio. Sophie via vários alunos, alguns novos, outros antigos, todos animados com o fim de ano. Ela pôde escutar os resquícios de algumas conversas, algo sobre festas de fim de ano, e até viagens para praia.

Várias horas se passaram naquela reunião que jamais acabava. Muitas informações e dicas para serem seguidas.

...

Na manhã seguinte, as quatro amigas estavam terminando os preparativos para partir.

– Bom... Vocês já terminaram? O ônibus já deve estar nos esperando. – Alice disse saindo a frente das outras garotas do vestiário.

– Sim, agora estamos todas prontas! –Sophie falou em nome de suas amigas, saindo ao lado das mesmas em direção ao ônibus.

As quatro não foram às últimas a embarcar no ônibus, alguns outros alunos se atrasaram, mas sem demora, os dois ônibus finalmente partiram. O primeiro a sair foi o ônibus que tinha como representante a Sra. Sanders e por segundo, o qual estava às quatro amigas, o Sr. Burnley. No decorrer da ida, aconteceu sempre o que geralmente acontece em viagens com vários jovens: as cantorias que todo o passeio tem, a gritaria que sempre acontece ao passar por um túnel e também alguns estalos, que talvez pudessem ser beijos.

Depois de uma hora e meia no ônibus em direção a floresta, finalmente chegaram à entrada da floresta.

A entrada era por uma serra, na qual se podia ver toda a floresta daquela altura, viam-se várias árvores, de todos os tamanhos e tipos, da mais alta até a mais baixa, da que possuía muitas folhas até a que era seca, algumas frutíferas e outras não. Olhando para baixo, podia-se ver um lago, mas a altura da serra fazia parecer que esse lago fosse uma poça d'água. Olhando para a direita e ao extremo horizonte, podia-se ver uma cachoeira, as águas deviam ser cristalinas, pois era possível perceber um brilho que nem de uma lâmpada vindo daquela direção.

– Que lugar lindo! – Sophie exclamou estupefata com a beleza daquele local.

– É uma pena não ter animais em uma floresta tão linda como essa, talvez os humanos um dia tomem consciência do que eles fazem por ganância. – Falou Lena, que estava sentada ao lado de Sophie, com um olhar triste.

Após alguns minutos, o ônibus descera da serra que esta adentrando a uma pequena trilha que ia direto para a mata fechada da floresta.

Os dois ônibus pararam na trilha, e então o professor Burnley, o professor de educação física, animadamente alertou:

–Vamos pessoal, esse é o nosso lugar! – Ele disse à turma, um pouco antes de descer do ônibus e ficar de frente a porta esperando. – Não esqueçam seus pertences.

Burnley foi o responsável pela idéia do passeio e devido a uma votação que a turma fizera para escolher os professores que os iriam acompanhar, ele foi escolhido na mesma hora por todos da classe, pois além dele ter dado a idéia, ele também era considerado o melhor professor da escola inteira, nenhum aluno havia reclamado dele antes. Ele sempre foi bem humorado, e ao ser notificado da decisão, demonstrou um belo sorriso e aceitou na mesma hora ir com seus alunos.

A turma com toda animação, saiu rapidamente do ônibus, mas certificando-se que não havia esquecido nada.

Os alunos do primeiro ônibus já haviam saído e esperavam os alunos do segundo que desciam do ônibus, contemplando todo o local.

Após uns vinte minutos caminhando adentro da mata, eles finalmente chegaram a uma clareira espaçosa entre as árvores, parecia que já tinha sido projetada especialmente para um acampamento.

– Pronto, agora vocês já podem começar a montar suas barracas, caso precisem de ajuda não hesitem em falar comigo. Ah, nós iremos começar a explorar a floresta às nove horas, então até lá se divirtam, só não se afastem muito daqui. – Falou Sr. Burnley, retirando sua mochila de acampamento das costas.

Sophie e suas amigas montaram uma barraca espaçosa o suficiente para quatro pessoas de cor azul, em um local um pouco mais afastado dos outros, por aconselhamento de Alice. Montada a barraca e após arrumar as coisas, as amigas resolveram se deitar.

– Estou ficando entediada, e olha que o dia mal começou. – Anne disse após alguns minutos, absorta em pensamentos, enquanto olhava fixamente para os feixes luminosos do Sol que passava pela as copas das árvores.

– O que vocês acham de sairmos para explorarmos a floresta? – Alice falou com um olhar animado que jamais demonstrara antes.

– Mas isso não seria perigoso? – Sophie perguntou preocupada. – E se nos perdermos?

– Não se preocupe com isso, esqueceu que por aqui não tem perigo algum? Está bem cedo e eu sempre ando com um GPS, não iremos nos perder. – Alice respondeu levantando-se de onde estava deitada e em seguida pegando sua mochila da cor azul turquesa.

– Mas o Sr. Burnley disse para não nos afastarmos muito, como é que vamos sair daqui, hein? –Sophie perguntou, ainda não gostando da idéia.

– Por que você acha que eu decidi que montássemos a barraca aqui? –Alice respondeu mostrando um sorriso desdenhoso.

– Eu vou! – disse Anna, levantando rapidamente.

– Eu também! – concordou Lena, se apoiando em Anna para se levantar.

– Está certo, também irei. – Sophie disse ainda hesitante.

Aproveitaram o momento em que Sr. Burnley estava distraído com outros alunos arrumando o resto das barracas e saíram do local do acampamento, adentrando a mata fechada da floresta.

As garotas andaram por aproximadamente quarenta minutos,elas contemplavam cada centímetro do local,enquanto se desviavam de cipós e ervas daninhas.Sophie parou de andar subitamente,olhando para uma rocha em formato oval,com vários desenhos lapidados em sua parede.

–Ei garotas, o que é aquilo? –Perguntou apontando em direção a misteriosa rocha. –Já viram alguma pedra daquele tamanho?

–Não pode ser o que estou pensando. –Falou Alice, um pouco antes de se afastar rapidamente em direção à pedra. –Eu pensei que ele não existia... –

Sophie e suas amigas se entreolharam confusas, depois seguiram Alice.

Pararam em frente à rocha, olhando-a espantadamente

–Então este lugar é real. –Alice concluiu perplexamente.

–Do que você está falando? –Indagou Annabely, olhando ironicamente para a rocha, como se tivesse pensando que era apenas uma rocha comum.

–Estamos em lugar que os povos antigos consideravam um lugar místico, chamado Templo Daemon. Esses povos contavam que antigamente, Nondland era um reino governado por uma rainha chamada Lucy, que tinha uma filha recém nascida. –Ela começou a andar de um lado para o outro com a mão no queixo, pensando profundamente no que estava contando - Um dia, de uma forma que os antigos não sabiam contar, demônios invadiram o reino e passaram por todos os guardas de Lucy até chegar à sala do trono, onde eles a encontraram junto com um homem chamado Adamanto Reithfor. Ela então entregou sua filha à Adamanto, junto com um pingente que ela usava, em formato de chave. O rapaz, depois de muito discutir com a rainha naquela hora, fugiu com sua filha pelos fundos do castelo, sendo perseguido por cinco demônios enfurecidos... –Alice disse como se fosse um oráculo fazendo uma profecia.

–Conte mais. –Lena falou abismada com a história.

–A lenda diz que Adamanto lutou até esgotar suas forças para proteger a princesa, mas os demônios não paravam de vir, então ele a enrolou em sua capa, formando uma espécie de cesta, e a colocou em um rio, esperando que ela se salvasse. Desde então não se fala mais em Adamanto e a princesa.

–E tem mais algo que você deva contar sobre essa lenda, até que está ficando interessante. –Falou Annabely, surpresa com tal complexidade da lenda.

–Bom, lembram-se do pingente que eu disse?A lenda fala sobre uma chave, chamada a Chave do Infinito, basicamente uma chave que protegia o mundo de demônios, como esses que atacaram a rainha, emanando uma corrente de energia que exterminava qualquer ser maligno que tentasse invadir nosso mundo. O ataque ao reino aconteceu devido ao enfraquecimento do poder dessa chave, na qual devia ser recarregada em outro templo, chamado Templo Kingdom, como se lá estivesse algo que a recarregaria para trazer o equilíbrio aos dois mundos novamente, o mundo dos demônios e o mundo humano. –Disse Alice, ajeitando seus óculos que estavam caindo no momento.

–E caso essa chave não fosse recarregada? –Sophie perguntou, agora imaginando todas as cenas que Alice descrevia.

–Bom, a lenda também fala da raça de demônios chamada de Raça Demian, tecnicamente, os demônios que atacaram a rainha eram Demians,como eu disse,são dois mundos, a lenda fala como se a chave ainda estivesse entre nós hoje, séculos depois. Se ela está entre nós, os Demians também estão, esperando apenas o enfraquecimento dela para atacar a humanidade. Eles são comandados por um grande demônio chamado Astaroth, que a lenda diz que ele foi aprisionado nas profundezas do planeta pela Rainha Lucy, então a fraqueza da chave, seria a porta principal para ele renascer.

–E esse Templo Kingdom, se existisse, nós teríamos alguma idéia de onde ele se localizaria? –Indaguei, adorando a lenda.

–Me deixa explicar um pouco sobre o Templo Kingdom, teve uma parte da história dele que eu não citei. Na lenda, não mostra a localização, mas fala que para ter acesso a entrada, é necessário juntar quatro artefatos míticos, que fariam abrir os portões do templo, agora não sei dizer a localização.

–Sophie, será que essa é a tal chave? –Lena perguntou de súbito, com os olhos arregalados, apontando para um pingente que Sophie sempre trazia consigo.

–Claro que não, isso é só uma coincidência. –Ela respondeu calmamente, pois aquilo era só uma mera lenda contada por um povo antigo.

Enquanto as garotas continuavam a perguntar sobre a lenda, Sophie viajou em seus pensamentos. Viajou para o dia em que ganhou o tal pingente de seus pais.

Ela tinha nove anos e estava em sua humilde casa de madeira nos arredores de Nondland. Era noite e uma tempestade despencava fortemente do lado de fora. O barulho ensurdecedor de trovões surgiu a cada um minuto e ribombavam no local, fora os fortes flashs dos raios. O vento soprava fortemente e podia-se escutar os farfalhar de folhas correndo por todo o arredor da casa.

Em certa hora, a pequena Sophie olhava para a janela quando outro flash de raio piscou, mas dessa vez, nos pequenos segundos que se sucederam depois do clarão, Sophie pôde ver uma rápida silhueta piscar de acordo com a luz.Ela não sabia quem era,mas só pode identificar a silhueta de uma pessoa com uma longa capa esvoaçando no vento castigador do lado de fora.

No exato momento que viu tal aparição, Sophie gritou de um modo que ecoou em toda a casa. Seus pais irromperam rapidamente na porta de seu quarto, achando que estivesse acontecendo algo grave.

O pai de Sophie, Robert Alistair, um homem de quarenta e três anos que possuía poucos cabelos e olhos pretos como se fossem jabuticabas entrou no recinto correndo e se aproximou de Sophie, acolhendo-a no colo e abraçando-a.

A mãe chegou logo depois. Catherine Alistair tinha trinta e nove anos, era uma mulher loira com cabelos encaracolados, seus olhos eram azuis beirando à tonalidade cinza.

Sophie contendo suas lágrimas de terror, contou a seus pais sobre o que acabara de ver.

O pai que estava abraçado com a garota escutou calmamente a história e tirou um pequeno colar que tinha um pingente em formato de uma chave dourada.

–Tenha calma princesa, use este colar, ele irá te proteger de todo mal que há neste mundo. –O homem falou mostrando um sorriso brando e acolhedor.

–Pessoal, corram aqui! –Lena gritou ansiosa, o que tirou Sophie de seu transe temporal.

Após elas se juntarem, Lena apontou para uma entrada contemplando a mesma devido aos galhos e cipós de arvores que estavam na frente da abertura, deixando-a camuflada.

–Vamos entrar? –Sophie perguntou hesitante.

–Devemos não, nós vamos entrar. –Respondeu Lena, já passando pela entrada do Templo Daemon.

Então, Sophie e as outras garotas entraram logo depois de Lena. Elas estavam pasmas, pareciam ter viajado no tempo para uma idade antiga. Estátuas feitas em pedra de guerreiros, várias teias de aranhas espalhadas por todo o local. Apesar da escuridão que devia ser, dava pra enxergar em todo o local, devido aos feixes de luz do Sol que passava pelo teto do templo, assim deixando um clima mais misterioso. Também repararam que havia várias escritas na parede, mas não dava para entendê-las. Eram talvez do antigo povo da região. Era um cenário surreal para as garotas, Sophie andava por todo o local olhando-o extasiadamente. Ela parou ao bater com seu joelho em uma pedra.

–Filho da... –Mas o xingamento parou em sua boca ao olhar no que tinha batido.

Uma mesa de pedra estendia-se por onde ela andava. A mesa brilhava um pouco com o excesso de luz de Sol que chegava nela, como se o astro rei quisesse mostrar algo antes nunca visto. Em cima da mesa, um pergaminho velho estava enrolado e amarrado.

–Garotas, venham aqui, eu achei algo! –Sophie gritou podendo escutar o eco de sua voz por todo o templo.

As suas amigas que estavam perplexas com o cenário digno de histórias em quadrinhos foram até ela, quando ela apontou para o pergaminho. Alice deu um passo à frente das outras, chegando perto do mesmo e abrindo-o.

Depois de algum tempo olhando-o, Sophie notou que ela havia ficado nervosa, suava frio e suas pernas tremiam.

–O que foi Alice, o que é esse pergaminho? –Perguntou ficando preocupada com o estado que minha amiga havia ficado ao abri-lo.

–Isso é um mapa... –Ela se interrompeu trêmula.

–Mapa para o que? –Indagou Annabely, confusa.

–Para achar os quatro artefatos míticos. –Concluiu ela, tremulando a voz.

Por um instante, todas ficaram chocadas. Como uma lenda poderia estar se tornando realidade?

...

Longe do Templo Daemon, em um local obscuro do planeta, uma mulher autoritária de longos cabelos prateados comemorava.

–Finalmente a encontramos! –Ela falou sentada em um trono dourado. Atrás do trono, dava pra ver sete outros iguais, cada um com sete sombras sentadas.

–Depois de tantos séculos - Sibilou uma pequena sombra, sentada um pouco atrás, ao lado direito da mulher.

–Então está na hora! Chega de nos escondermos. Sayuri! –A mulher gritou com seus olhos brilhando em um tom vermelho ofuscante. Ela mostrava um sorriso amplo e maléfico.

...

–Espere aí... Vamos levar esse “mapa” para o acampamento, vamos esfriar nossa cabeça e pensarmos melhor sobre isso, é muita informação para um dia só. –Sophie falou indo em direção à saída, sua mente estava completamente vertiginosa. Estavam diante do passado sendo reconstruído em seu tempo.

-Sim. –As amigas responderam em uníssono um pouco antes de seguirem-na. Na volta ao acampamento ficou um silêncio perturbador, nenhuma delas falava nada, podia-se apenas escutar o vento que agora estava mais forte, passando pela floresta velozmente.

–Acho que vai chover... –Sophie falou tentando quebrar o silêncio, mas as cenas do templo ainda voltavam em sua mente.

–Tenho certeza que vai. –Murmurou Annabely apontando para o céu.

O céu que antes estava azul e com o Sol brilhando fortemente, agora estava escurecido. O astro rei já havia sumido perante as nuvens negras e o vento soprava cada vez mais forte, esvoaçando seus cabelos.

Após uns vinte minutos de caminhada de volta, ou seja, a metade do caminho que elas tinham feito antes, Sophie notou uma forma passando rapidamente entre os arbustos. Definitivamente não era uma forma humana. A garota ficou nervosa e pediu para suas amigas andarem mais depressa.

–Por quê? Algo te incomoda Sophie? – Lena perguntou andando calmamente.

–Eu juro que vi algo passando entre perto de nós. – Ela respondeu visivelmente amedrontada.

–Acho que a lenda não fez muito bem para você. –Annabely ironizou.

Elas estavam passando por uma campina cercada de arbustos, quando Sophie escutou um som estranho. Ela não sabia dizer o que era, o som parecia um rugido, só que extremamente agudo, parecendo o som que faz em alguns show quando os vocalistas pisam no cabo de seu microfone.

–Alguém mais escutou esse som, vocês sabem o que pode ser? –Ela falou parando de andar, olhando para os lados.

–Não é nada, deve ser apenas o vento passando pelas árvores, afinal, está ventando muito. –Annabely disse continuando seu caminho.

Novamente, o som estranho começou a ecoar pelos arbustos, como se alguém ou algo estivesse se aproximando.

–Tem algo aqui! –Sophie exclamou ao mesmo tempo em que começou a ficar trêmula.

–Annabely, volte para cá agora. –Lena gritou autoritariamente.

–Mas não é possível que haja algum animal selvagem por aqui, a Floresta de Gaia sempre teve a fama de nunca haver relatos sobre isso. –Alice falou, sempre analisando os fatos.

–Pode ser que as coisas tenham mudado por aqui. –Disse Annabely, juntando-se as amigas, agora com medo.

Enquanto elas olhavam em todas as direções para saber da onde viera o estranho som, um arbusto começou a mover-se em sua frente, como se algum animal estivesse preparado para dar o bote em uma presa.

Quando Sophie ia dar idéias do que poderia ser. Ela ficou de frente com a visão mais aterrorizadora que poderia ter visto.

...

Dois homens encapuzados corriam agilmente pulando por cima dos galhos das árvores.

–Você escutou não foi? –Um homem de capuz preto falou seriamente, pulando galho a galho ao lado de um homem encapuzado de cor cinza.

–Quem não escutaria... Mas veja pelo lado bom, achamos nosso objetivo.

Eles apressaram ainda mais seus pulos, indo em direção ao som que foi emitido alguns segundos antes.

As duas pessoas usavam armas antigas. O homem de capuz cinza tinha um arco e uma aljava com flechas nas costas, e o encapuzado de preto tinha uma espada embainhada em sua cintura.

...

Sophie nunca tinha visto nada como o que estava vendo agora, um estranho ser surgiu dos arbustos. O ser era quadrúpede, tinha a pele grossa acinzentada e com várias rachaduras vermelhas, possuía grandes garras e dentes afiados. Ele olhava ferozmente para as garotas trincando seus dentes.

–Eu nunca ouvi falar de um animal desses em toda a minha vida. –Exclamou Alice, concertando seus óculos.

–Não estamos em horário de análises Alice. –Falou Lena, olhando para a amiga.

–Olhe, nós já estamos perto do acampamento, quando eu contar até três nós correremos para lá ok? –Sugeriu Annabely

–Certo. –Elas responderam juntas.

–Um... Dois... –Annabely começou.

Sophie e suas amigas ainda olhavam a estranha criatura, que tinha o olhar de que queria queimá-la vivas, assim como na horrenda época da inquisição das bruxas.

–Três! –Annabely gritou.

Elas começaram a correr, e o ser estranho ao perceber a agitação, começou a persergui-las rapidamente.

–Precisamos nos separar! –Sophie sugeriu correndo sem olhar para trás.

Ao escutarem-na, as garotas foram uma para cada lado, e a criatura ficou no encalço de Sophie.

Ela passou por vários riachos, várias campinas, até que chegou ao topo de uma montanha e ficando de frente a um abismo. Ao olhar para baixo, Sophie sentiu uma forte vertigem, dava pra ver praticamente toda a floresta do ponto onde ela estava. O ser ao vê-la encurralada, começou a se aproximar sorrateiramente, como se quisesse dar um único bote. E então ele foi em direção à Sophie e pulou de uma forma rápida e agressiva, preparada para abocanhar sua presa. Sophie abraçou seu pingente e fechou os olhos instintivamente. Mas passaram-se alguns segundos e ela não sentiu nada,ao contrário,escutava gritos de agonia vindo da criatura.

Ela abriu os olhos e vislumbrou uma cena um tanto confusa. A fera estava em sua frente com uma cratera em uma de suas patas. Ao ser ferida, o monstro recuou e sumiu entre as grandes árvores.

Depois do grande susto, Sophie começou a vagar sem rumo pela floresta, ficando de olhos atentos às arvores, pois aquela criatura ainda estava lá, apenas esperando uma brecha para atacar novamente.

Ela estava completamente perdida, andou por várias horas. Não havia ninguém, nem sinal do acampamento e nem sinal de suas amigas. Então, por estar cansada, sentou em um tronco de arvore que estava caído e ficou pensando no que tinha acontecido com aquela fera na hora que ela me atacou.

Ela estava absorta em seus pensamentos, quando sentiu algo quente agarrar seu ombro. Ela olhou para trás assustada,quando reparou que era a mão do Sr.Burnley, e que estava fazendo seis horas que ela havia sumido do acampamento, as árvores de onde ela estava não permitiam que a garota visse o céu devido a sua altura e largura, então ela havia perdido completamente a noção das horas.

–Vamos Sophie, suas amigas estão preocupadas com você, elas falaram que você havia se perdido. –Disse Sr.Burnley, calmo como sempre.

As amigas de Sophie falaram que ela havia se perdido. Então ela achou melhor não falar sobre o que tinha ocorrido, o templo... O mapa... A criatura, uma história para ilustrar algum conto de terror não iria ser bem vista pelos outros campistas. Após mais alguns minutos, ao chegar ao acampamento, a garota encontrou suas amigas sentadas num local isolado dos outros alunos.

–Ainda bem que você não está ferida. –Disse Lena, suspirando de alívio.

–E a criatura? –Perguntou Alice, pensativa.

–Ela ainda está por aí, ela fugiu de mim. –Sophie respondeu, tentando rever o que realmente havia ocorrido.

–Como assim? –Todas exclamaram juntas, estupefatas.

–Eu não sei explicar, algo aconteceu quando ela me atacou e...

Mas a garota foi interrompida pela a mesma freqüência sonora aguda e ensurdecedora.

–Não pode ser. –Sophie falou olhando ao redor, suas mãos estavam trêmulas.

Enquanto disse isso, a criatura surgiu por trás das garotas em um arbusto e pulou em direção as mesmas.

–Ah! –Annabely gritou colocando seus braços na frente do rosto, tentando defender-se inutilmente.

Mas no instante que a criatura ia encostá-la com suas garras, uma flecha passou zunindo rapidamente entre as arvores e acertou a criatura na cabeça, pregando-a num tronco. Da criatura começou a sair um liquido roxo e viscoso, o sangue Demian. Mas logo após alguns segundos agonizando, a fera desintegrou-se em um pó vermelho sangue que saiu voando pelo vento que agora estava muito mais forte e violento.

–Pessoal, precisamos cancelar esse passeio, está vindo uma tempestade muito forte, será perigoso se ficarmos aqui, vamos voltar para Nondland, juntem suas coisas e vão para o ônibus. –Alertou Sr.Burnley, ajudando os alunos a se arrumarem.

...

Próximo às garotas, porém ocultos, os dois homens encapuzados vigiavam-nas de cima de uma árvore alta, talvez de uns cinco metros de altura.

–Essa foi por pouco... –Disse o homem de capuz acinzentado voltando a respirar normalmente. Gastara toda sua concentração possível mirando aquele monstro.

–Realmente... Se chegássemos um pouco depois, teria sido o fim de tudo. De nosso objetivo... –Falou o homem de capuz preto, parecia ter ficado alterado com a cena que presenciara também. O objetivo de toda sua vida tinha ficado em jogo e ele quase falhara com isso, a sorte é que seu fiel amigo sempre o acompanhara. –Bom, vamos indo. Ainda não terminamos, aliás, nós só começamos. –Concluiu, descendo habilidosamente pendurando-se nos galhos de árvore, seguido de seu amigo.

...

Depois de arrumar os equipamentos e entrar no ônibus, Sophie teve a sensação que o tempo conspirava a seu favor –ou não - pois havia esperado apenas isso para começar a chover fortemente.

O ônibus arrancou em direção a saída da floresta que era no lado oposto da serra de entrada, a garota sentia-se aliviada por não precisar ir até a aquela altura novamente. Na estrada de volta, não se podia ver nada a não ser o farol dos outros carros. Ela olhava para fora através dos vidros embaçados. Desde pequena Sophie sempre adorou olhar a chuva. A infância da garota já ia voltar à tona quando o clarão de um raio iluminou um escampado e ela notou duas pessoas encapuzadas e paradas diante do ônibus, como se quisessem saber para onde ele iria. O que mais impressionou Sophie, é que um dos encapuzados lhe era familiar... Eis que aconteceu um novo clarão e as duas pessoas desapareceram num piscar de olhos. Preciso descansar um pouco. Já passei a ver coisas que não existem.

Ela se recostou ao banco do ônibus, apenas esperando à hora da chegada na cidade.

Após algumas horas no ônibus com todos em silêncio, finalmente entraram na cidade de Nondland. As garotas achavam que não havia mais como uma cena ser pior do que daquela criatura, mas se enganaram....

...

Os dois estranhos homens agora se aproximavam rapidamente da cidade, pilotando duas motos nas cores de suas capas. Eu sou um ladrão, pensava o rapaz de capuz cinza. É por um motivo nobre que estamos fazendo isso, o destino deste mundo depende disso, a voz de seu amigo que estava emparelhado com ele ressoava em sua mente.

As motos aceleravam cada vez mais em direção à entrada na cidade,quando os dois frearam bruscamente e sincronizadamente,olhando aquela cena. Mas que diabos...

...

Sophie teve de sufocar um grito de puro pavor. A cena era sem dúvida horrorosa. Várias casas em chamas, pessoas gritando pelas ruas com várias criaturas pavorosas nas quais nunca havia sido visto antes as atacando. Policiais tentavam alvejá-las, mas as balas ricocheteavam e atingiam outro alvo. Todos os alunos grudaram-se nas janelas do ônibus para ver o caos total que estava à cidade, enquanto Lena foi em direção ao motorista.

–Ei, abra essa porta, eu quero sair e ver o que está acontecendo. –Ordenou ela, impaciente.

–De jeito nenhum, olha como está lá fora. –Retrucou o motorista.

Na hora que Lena ia agarrar o motorista pela camisa, e talvez usar a ordem de Meu pai é o prefeito, abra agora!Sr. Burnley a interrompeu.

–Pode deixá-la sair. Abra a porta. –Ordenou seriamente.

–Mas senhor..

–É uma ordem. –O professor finalizou totalmente frio.

–Tudo bem. –O motorista concluiu apertando um botão, fazendo abrir a porta do ônibus.

–Sr. Burnley? –Lena perguntou talvez querendo saber por que ele a deixara sair do ônibus, sabendo o inferno que estava lá fora.

–Está tudo bem, adeus Lena. –Ele respondeu tocando o ombro dela, querendo confortá-la.

Sophie e suas amigas saíram correndo do ônibus, confusas por esse Adeus do professor. Os outros alunos também preferiram ficar com ele dentro do veículo.

...

Dentro do ônibus, Sr.Burnley suspirava aliviado, olhando para todos os alunos.

–Nosso trabalho está feito, não está? –Perguntou o motorista, sua voz áspera, porém calma.

–Sim,já fizemos,podemos voltar... –Ele respondeu indo em direção ao resto de alunos que haviam deixado as janelas e sentado calmamente em seus bancos. –Bom pessoal, adorei o que vocês fizeram, elas nunca vão notar... –Ele consultou seu relógio.

...

Sophie havia descido do ônibus e estava apavorada com o cenário ao seu redor. Ela realmente não queria viver para presenciar aquilo, pessoas agonizando e sendo atacadas pelas criaturas, os policiais que ainda não sabiam o que fazer contra elas. No exato momento em que elas se afastaram do ônibus, uma bola chamejante lançada por uma criatura parecida com uma gárgula foi em direção a elas.

–Abaixem! –Ela gritou.

Todas se abaixaram por instinto, logo a bola flamejante atingiu o ônibus em cheio, explodindo-o e jogando ela e suas amigas a alguns metros de distância, deixando-as feridas, podia-se ver sangue escorrendo no braço de Lena, e no rosto de Alice, seus óculos agora estavam rachados.

Enquanto elas tentavam absorver toda aquela informação, tudo que passaram, a perda do Sr.Burnley e vários outros amigos, um som estranho começou a ecoar pela cidade, era um som forte, parecido com o som de um motor.

–Ei, vocês estão escutando isso? –Annabely perguntou, franzindo as sombracelhas.

–Eu estou. Que som é esse? –Sophie afirmou, e ao mesmo tempo perguntou confusa.

–Não sei, mas... Parecem motos! –Lena concluiu, arregalando seus olhos.

Quando ela acabou de falar isso. Uma moto passou entre as chamas de uma casa. O piloto que usava uma roupa longa preta e com um longo capuz, dirigia com apenas uma mão e com a outra ele empunhava uma espada bravamente, se aproximando dos monstros.

–Quem...? –Perguntou Alice.

–Eu a vi quando estávamos saindo da floresta, mas ela estava acompanhada de outra, e eu também achei que era algo da minha imaginação. –Sophie interrompeu antes que ela pudesse terminar de perguntar.

Enquanto a moto ia a sua direção, um grupo de monstros cercou-as. Sophie não sabia o que pensar, só conseguia ver várias cenas que passou na infância, eu vou morrer...

Até que a moto se aproximou e o piloto retalhou os monstros habilidosamente com sua espada longa e afiada. Após liquidar todas as feras, o estranho pegou impulso e pulou do veículo, jogando-o em direção a um monstro que passara correndo por ali. Logo ele apontou o dedo para o alto, fazendo um sinal.

Depois disso, uma flecha passou velozmente em direção a moto, acertando-a no tanque de gasolina e explodindo-a, fazendo voar várias gotas daquele liquido roxo e viscoso, e um grito ecoou animadamente por aquele catastrófico cenário. –Esse já foi!

–Nossa. –Sophie exclamou impressionada e suja com o ‘’sangue’’ monstruoso.

A pessoa de capuz preto virou-se e veio em direção às garotas, logo atrás veio uma pessoa que usava um capuz cinza, aproximando-se delas.

–O que será que eles querem conosco? –Alice perguntou assustada, seu peito ofegava.

As duas pessoas aproximaram-se e ficaram lado a lado de frente para Sophie.

–O que vocês querem? –Ela perguntou com a sua voz falhando.

–Princesa Sophie... –Os dois disseram juntos, se agachando perante a uma espantada Sophie, como se tivessem ensaiado isso por dias.

–Quem são vocês? –Ela perguntou com um ar desconfiado.

Os estranhos encapuzados levantaram-se.

–Venham conosco. Nós explicaremos tudo, mas antes precisamos sair desse inferno. –Falou a voz de um garoto que vinha do capuz preto.

–Devemos ir? –Ela perguntou se virando para as garotas.

–Bom, tecnicamente nós não temos para onde ir,e eles nos salvaram,acho que podemos confiar neles. Só estou preocupada com nossos pais... –Alice falou com um olhar cabisbaixo.

–Essa garota é bem esperta. –Disse a voz masculina e animada que vinha do capuz cinza.

–E seus pais estão bem, os guerreiros do antigo reino os protegerão. –Afirmou o garoto de capuz preto.

–Guerreiros do antigo reino? –Perguntei.

–Depois explicaremos tudo. –Disse novamente o garoto que usava a roupa preta.

–Mas vocês têm apenas uma moto, o que farão para carregar quatro garotas em apenas um moto? –Annabely indagou ironicamente.

–Estamos em uma cidade, você acha que não há outra motos inteiras por aqui? –Disse o rapaz de capuz cinza que já estava sentado em sua moto, apontando para outra moto que estava na esquina daquela rua.

Após o rapaz falar isso, o garoto de capuz preto foi até ela e abriu uma parte da mesma. Fez uma ligação entre dois fios, e a moto começou a funcionar.

Ele subiu na moto e aproximou-se delas novamente.

–E então, vocês vêm ou não? –Ele perguntou, sua voz soava séria.

Após isso, Sophie e as garotas se entreolharam e fizeram um sinal positivo com a cabeça. Subiram na moto, Alice e Sophie na moto do rapaz de preto. Annabely e Lena na moto do rapaz de cinza.

As motos estavam lado a lado percorrendo o local caótico. Várias casas ainda estavam em chamas. Porém, por todo lado havia várias pessoas combatendo os monstros, enquanto bombeiros e policias faziam seu trabalho resgatando vítimas e apagando incêndios. O vento forte e quente fazia tanto as capas dos garotos quanto os cabelos da garota bruxulear fortemente.

–Para onde estamos indo? –Anna perguntou na garupa de uma das motos, ainda estava desconfiada sobre aqueles rapazes.

–Para uma vila bem pequena num local que vocês já conhecem muito bem, a Floresta de Gaia, - O rapaz respondeu calmamente.

–E que vila é essa?

–O nome dela é Vila Mirt. –O rapaz concluiu acelerando ainda mais sua moto.

Já havia anoitecido quando elas entraram na floresta novamente, seguindo a mesma trilha de seu fatídico acampamento, porém, passaram por uma campina que ninguém havia reparado antes.

Depois da campina, passaram por um arco de madeira que levava direto à um túnel longo,onde podia-se ver apenas a luz do luar indicando a saída do mesmo ao longe.Ao sair,pararam diante à um grande portão de madeira,cujo havia duas torres de pedra em cada extremidade.

Dois homens robustos surgiram nas aberturas da torres, ao reparar as pessoas que haviam acabado de chegar, eles sumiram rapidamente. Mas poucos segundos depois, escutando um barulho de fechadura sendo destrancada, o portão se abriu revelando uma estranha vila.

As casas eram feitas com algum tipo de bambu com o telhado feito apenas de folhas grandes, e também se podia ver várias pessoas circulando pelos caminhos de areia circundados por vários trechos de grama bem podada. Mas grande parte de tais pessoas portavam armas antigas, como espadas ou arco e flechas. O que fez a voz do homem ressoar novamente na mente de Sophie. Os guerreiros do antigo reino os protegerão...

As garotas andaram poucos segundos até entrarem em uma pequena casa de bambu. No interior da casa -apesar do museu ecológico que parecia ao lado de fora- reparava-se que havia tudo que uma casa normal poderia ter, com exceção de eletrodomésticos, mas intrigava as garotas o fato de que todos os móveis da casa eram feitos com madeiras de árvores recém cortadas e com folhas das mesmas. Era como se elas estivessem fazendo uma viagem ao tempo de uma hora para outra.

Os garotos haviam entrado à frente das garotas, retirando seus capuzes e revelando suas identidades. O rapaz que antes usava o capuz preto tinha cabelo crespo e preto, sua pele clara se destacava diante de seus olhos castanhos escuros. O outro rapaz tinha pele morena, olhos castanhos claros e cabelos também negros, porém lisos.

–Sentem-se e sintam-se a vontade. –Disse o rapaz bem humorado que antes usava o capuz cinza apontando para um sofá feito de folhas.

Enquanto isso o outro garoto voltava da cozinha com alguns copos que pareciam ter sido moldados com argila.

–Bebam a água e se acalmem. –Disse o rapaz que antes usava o capuz preto, entregando os estranhos copos a nós. –Vocês têm muitas informações para entender ainda.

Ainda mais? Sophie pensou bebendo a refrescante água gelada.

–Então... Quem são vocês? –Lena perguntou dando uma golada na água. –Eu sou Ryan Falth, filho de um dos generais sobreviventes do último ataque Demian à Rainha Lucy - Respondeu o rapaz que há um pouco tempo antes usava um capuz cinza e portava um arco e várias flechas.

–Então a lenda era verdade? –Sophie perguntou com os pensamentos à todo vapor.Como seria possível essa história? Ela preferia que fosse alguma “pegadinha” de algum programa de televisão, mas as pessoas que estavam diante de si não demonstravam estar de brincadeira.

–A história que contam por aí não é uma lenda e sim uma profecia. Os Demians começaram a retornar, a Chave do Infinito está perdendo suas forças novamente. –Ele respondeu olhando seriamente para a garota.

Por um instante, Sophie sentiu uma forte vertigem, pois de um dia pro outro ela deixara de ser a filha de um casal que morava na área rural de Nondland para uma princesa portadora de uma chave que podia defender o mundo de seres das trevas.

–E quanto mais sua chave enfraquecer, mais demians de vários níveis de força aparecerão. –Ele acrescentou, sentando-se em uma pequena poltrona – também de folhas- e inclinando-se, cruzando as mãos e levando-a à boca,pensativo.

–Ei, e você quem é? –Annabely perguntou ao rapaz que ainda não havia falado nada.

O rapaz ouviu a pergunta da garota e se apressou para sair de casa, desaparecendo na noite densa da Vila Mirt.

–Que mal educado. –Murmurou Annabely.

– O que há com ele? –Sophie perguntou após acompanhar a saída do garoto.

–Ele é o filho de Adamanto Reithfor, o guardião que se sacrificou para salvar você, princesa. Por isso, ele foi encarregado de reencontrá-la e ajudá-la a recuperar o poder da chave. Nossos pais foram muito amigos enquanto ainda estavam vivos e eles sempre colocavam a segurança da Rainha em primeiro lugar, então nos deixaram essa missão. – Ryan explicou um pouco antes de suspirar levemente relembrando seu pai.

–Entendo - Ela respondeu em um tom baixo, quase um sussurro.

–E aonde ele foi?–Alice perguntou mudando de posição no sofá, curiosa.

–Ele passa algumas noites no Monte da Lua, onde ele deve tentar imaginar como era o seu pai sabe... Eles nunca se conheceram. –Ryan falou, seu olhar era tristonho.

–Eu preciso ir falar com ele. –Sophie falou levantando-se subitamente e indo em direção à porta

–Não!Pode ser perigoso para você. –Annabely protestou.

–Não tem problema, a nossa vila é num local oculto da floresta e para ter ainda mais proteção, temos muralhas e torres de guarda em todos os arredores da vila, não há risco algum de ela sofrer um ataque Demian. –Ryan argumentou perdendo a expressão de tristeza e mostrando um sorriso.

Então Sophie girou nos calcanhares e logo saiu do local.

–Bom... Ryan, eu tenho algumas dúvidas para tirar com você... –Alice falou olhando Ryan, seu sorriso era amplo. Mais uma chance dela aprender sobre algum assunto.

...

Sophie havia saído da casa. Do lado de fora, as trilhas eram iluminadas pela luz que emanava de tochas fincadas ao chão.

As pessoas que andavam pelo local antes deviam estar em suas respectivas casas, dormindo calmamente e se aquecendo da noite fria que caía sobre a vila.

A garota foi seguindo a trilha de areia até chegar a uma parte que se elevava deixando o terreno íngreme.

Ao olhar para cima, ela entendeu do porque do nome ser “Montanha da Lua”.

O astro celeste brilhava em um tom prateado iluminando o caminho até o topo. Sophie ia subindo e contemplando a visão daquele gigante circula prateado de frente para ela, como se pudesse ser tocado. O céu estava limpo e nele várias estrelas brilhavam tanto um tom ainda mais mágico naquele local.

Sophie percebeu ao estar chegando ao fim de seu caminho, que no topo do monte, beirando um precipício, estava sentada uma pessoa balançando suas pernas e olhando para aquele lindo luar,a pessoa que ela logo reconheceu como o garoto que acabara de abandonar a casa.

...

–Me responda Ryan... –Alice iniciou.

–O que? –Ele perguntou olhando para a garota.

–Percebemos que tudo aqui nesta vila é muito arcaico, quase uma idade antiga. Como vocês conseguem pilotar motos? –Ela perguntou franzindo as sombracelhas.

–Bem, dezoito anos se passaram desde aquela época, para tomar conta da princesa, tivemos que nos adaptar ao mundo atual. Nós só não ficamos andando pelas cidades, porque as outras pessoas estranhariam devido ao fato de nós usarmos armas arcaicas também. –Ele respondeu calmamente e de modo descontraído.

–E porque vocês usam essas armas? –Lena perguntou apontando para o arco e a aljava cheia de flechas que estava colocada acima de uma mesa.

–Essas armas,assim como a chave,são as únicas que podem destruir os Demians–Ele concluiu.

–Espera aí! –Anna exclamou do nada, fazendo alguns presentes pularem de susto –Você falou que só suas armas e a chave podem destruí-los, então quer dizer que nenhuma arma de fogo do mundo atual irá nem se quer machucá-los? Então como armas arcaicas como essa podem destruí-los? –Ela perguntou com uma expressão carrancuda e com um olhar incrédulo.

–As armas de fogo do mundo atual não irão nem se quer arranhá-los. Nós só podemos atingí-los devido a um sábio mago do antigo reino.Um pouco antes do grande ataque Demian à rainha, ele abençoou as armas dos nossos pais com um feitiço, para assim eles conseguirem ganhar tempo até a rainha recarregar a chave e destruí-los completamente. –Explicou ele. –Com o tempo, herdamos as armas abençoadas de nossos pais. –Concluiu.

–Eu também queria saber mais sobre Astaroth. –Alice disse com seus olhos brilhando de excitação.

–Astaroth é atualmente o ser mais temido do mundo, pelo menos para quem o conhece. Uns cem anos antes de Sophie nascer, nosso império se envolveu numa guerra aparentemente impossível. Durante quarenta anos, nós sofremos intensos ataques e nossa população caiu pela metade. Sem esperanças de reerguer seu império, Astaroth, o rei vigente na época, recorreu a um tipo de magia negra muito perigosa que era conhecida como Demnia. Sabe-se muito pouco sobre isso, mas o fato é que nós reerguemos e conseguimos deter os adversários. Alguns anos depois, o rei foi consumido pela magia que até então ele controlava. Ao perceber que estava adoecendo, ele deixou sua filha Lucy comandar o império, até que um dia ele sucumbiu totalmente à magia e se tornou por inteiro o Rei dos Demônios. A rainha Lucy não hesitou em reunir seu exército para exterminar seu próprio pai, mas os poderes demoníacos de Astaroth eram demais para simples humanos, então ela convocou uma velha maga da Vila Mirt para fazer uma barreira e exilar o Rei dos Demônios para um local que até hoje é desconhecido pelos humanos. Mas ele ainda está vivo, e é nosso dever detê-lo. –Ryan explicou calmamente, fazendo algumas pausas para não perder partes da história.

–O rei dos demônios é o avô de Sophie? –As amigas exclamaram em uníssono.

...

Sophie se aproximou de Rock e sentou-se ao seu lado. Contemplando a esplêndida vista aérea da floresta, fora a Lua que parecia estar ainda mais próxima dela.

Rock estava balançava suas pernas perdido em seus pensamentos, olhando para baixo daquela altura vertiginosa.

Olá- Ela falou serenamente com o rapaz enquanto uma brisa fria esvoaçava seus cabelos loiros lentamente.

–Olá – Rock respondeu friamente ainda encarando as trevas que permaneciam debaixo do abismo.

–O que você está fazendo aqui fora? Está muito frio. –Ela falou sem jeito, tentando quebrar o gelo.

–Estou só pensando na covardia do meu pai. –Ele respondeu angustiado após dar um suspiro.

–Porque diz isso? –Sophie perguntou entristecida por tamanha tristeza do rapaz.

–A Rainha Lucy morreu por causa dele. Ao invés de defendê-la– Ele disse agora olhando nos olhos da garota. –Ele fugiu. Nada disso estaria acontecendo se ele tivesse realmente protegido-a.

–Olha, mas pelo o que eu saiba, ele fugiu para me salvar. Ele apenas seguiu ordens da rainha, ela devia saber o que estava fazendo. E eu serei eternamente grata por ele ter me salvado. Sem o seu ato de coragem, eu não estaria aqui agora falando com você. –Ela respondeu mantendo um sorriso simpático.

–Talvez você tenha razão. –Ele falou olhando para o horizonte.

–Só mais uma coisa. –Sophie falou segurando o braço do rapaz.

–O que? –Ele perguntou virando-se novamente para ela, sua voz agora era mais calma e animada.

–Eu sempre tenho razão. –Ela respondeu alegremente, abafando uma risadinha.

O rapaz retribuiu o sorriso e abraçou a garota carinhosamente. Frio, cadê você? Martelou uma voz alegre na mente da princesa

–Agora vamos voltar para a casa. –Ela disse levantando-se e esticando seus músculos.

–Certo. –Ele confirmou também levantando e ficando de pé ao seu lado.

–A propósito, qual é seu nome? –Ela perguntou curiosa, pois havia conversado com um estranho, o animado, mas nem sabia o seu nome.

–Meu nome é Rock Reithfor. –Falou ele, sorrindo de um modo que não havia sorrido antes.

...

Alice tirava de sua mochila o mapa que ela pegara dentro do Templo Daemon quando Sophie irrompeu pela porta com o garoto ao seu lado.

–Peço desculpas por tudo pessoal... Eu estava confuso e precisando refletir um pouco... Meu nome é Rock Reithfor e eu sou o guardião da Princesa Sophie.

Passaram-se alguns minutos com conversas descontraídas, os que antes estavam presentes passaram as informações sobre a profecia para Sophie, que recebeu a informação com um pequeno choque, ao saber que uma criatura maléfica era seu avô.

–A conversa está boa, mas acho que precisamos recarregar uma chave sabiam? –Ryan falou sorrindo em direção às garotas.

Sophie olhou firmemente para o mapa que estava nas mãos de Alice, refletindo no que a esperava naquela insana jornada.

–Exatamente Ryan, e precisamos correr atrás dos artefatos míticos o mais rápido que possível. –Rock respondeu animado, seu tom de voz jovial e calmo demonstrava um que de confiança. – Não há tempo a perder, quem está comigo? –Rock estendeu sua mão no ar.

–Eu estou dentro! –Ryan gritou subitamente batendo forte com a mão por cima à de Rock.

–Como a nova guardiã da Chave do Infinito e como princesa, é minha obrigação contribuir. –Sophie falou calmamente juntando sua mão às dos rapazes.

–Eu tenho ficado entediada todos os dias mesmos. –Lena falou levando uma das mãos na boca, bocejando enquanto juntava sua mão com as outras.

–Bom... Eu ainda acho que essa história de lenda é tudo mentira e que vocês todos são doidos. –Annabely murmurou olhando em volta com uma expressão desafiadora. –Mas eu pago para ver esta. –E assim junto sua mão.

–Milhões de informações novas para mim, além de que vocês não são nada sem a minha inteligência. Claro que eu estou nessa. –Alice disse rindo por fim, colocando sua mão por cima das outras.

–Então sairemos amanhã antes do amanhecer. Vocês podem descansar a vontade aqui. –Ryan falou com a sua voz firme. –Pela princesa, e pelo destino de todo o mundo! –Ele gritou seguido dos outros, que logo separaram suas mãos.

...

A madrugada reinava enquanto os jovens dormiam profundamente. Mas ao contrário daquela tranquilidade, bem longe do local, algumas pessoas estavam fazendo seus serviços.

Parados em cima de uma grande pedra e longe do alcance de visão dos guardas das torres, um misterioso trio com grandes armas brancas vigiava o local.

– Então eles estão com a Chave do Infinito, certo? – Disse um homem de cabelos arrepiados e olhos com uma expressão maligna, sua voz era grave e ele portava uma enorme foice negra em suas mãos. Ele usava uma jaqueta roxa e uma calça preta; nos pés, um coturno como se fosse de um soldado.

– É só dizer quando vamos atacar. Isso vai ser fácil. – Disse outro homem misterioso. Aparentemente mais jovem, seus cabelos eram lisos e chegava até a cintura, sua expressão facial era de puro desdém. Ele usava um longo sobretudo roxo com escrituras estranhas em cor preta,duas bainhas ficavam penduradas em suas costas. O homem desembainhou dois sabres de cor preta e girou-os habilidosamente com as mãos.

– Você sempre querendo desobedecer às normas, não é Kanon? Não podemos atacar. – Falou uma mulher de longos cabelos encaracolados e ruivos, a cor da pele dela não dava para distinguir, pois estava sendo iluminada por uma luz ofuscante azul que emanava de sua espada.

– E você sempre querendo ser a certinha, não é Sayuri? – Falou o homem chamado Kanon, guardando os sabres negros que girava entre as mãos em suas respectivas bainhas.

– Calem-se os dois, precisamos voltar. Nossa missão acabou. – Disse secamente o misterioso homem que portava a foice.

–Eles não perdem por esperar... Isto é só o começo. – Disse a mulher chamada Sayuri, a luz que sua espada emitia passou de um azul brando para um forte vermelho. –É só o começo...

O misterioso trio desapareceu no ar.

Drake L
Enviado por Drake L em 12/09/2012
Código do texto: T3878626
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