BEM-ME-QUER, MAL-ME-QUER... - Mini crônica (BVIW)
Bem- me-quer, mal-me-quer... As pétalas daquelas flores amarelas em profusão nos campos, iam sendo desfolhadas uma a uma. Eu as conhecia como "maria-mole", uma espécie de margarida silvestre. O coração, aos saltos, acompanhava e o rítmo aumentava à medida que a florzinha desnudava. O amor platônico dos meus 12 anos aspirava uma resposta positiva e a flor era a companheira discreta que mantinha meu segredo. Se desse mal-me-quer , o desfolhar de mais flores continuava, ininterruptamente, até acertar o bem-me-quer. Quando a última pétala dava o resultado esperado, a alegria era nublada pela dúvida. Minha cabecinha dava um nó! Afinal o bem-me-quer resultara da insistência e o tapete amarelado no chão atestava isso. Eu não poderia me contentar com aquela dúvida! Mais uma flor em minha mão e a ladainha recomeçava: bem-me-quer, mal-me-quer! Até hoje não consegui saber se ele me queria ou não...