Xuxa, Neymar e Poesia
Prometi que nunca mais escreveria sobre a Xuxa. Voltei atrás. Não me controlo. Sou viciado em escrever sobre assuntos de interesse público. Meus preferidos são a Xuxa, o Michel Teló, o Neymar, políticos de direita, racistas, conservadores, contrários às cotas e outros tantos. É mais forte que eu. Sou a Caras intelectualizada. Quando vejo estou imbuído nas linhas dos meus pobres textos. A Xuxa pintou o cabelo de acaju e de gorja levou 2 milhões. Bagatela! Eu por dois milhões não moveria uma palha. Nem mesmo cantaria Garota de Ipanema no Criança Esperança com um vestido minúsculo. Muito menos namoraria o Pelé. Tom Jobim deve ter se revirado no caixão. A Xuxa Pediu dinheiro no Criança Esperança e levou uma tintura pro cabelo. A Xuxa é a nova Tom Jobim. A Xuxa é poesia abstrata. A Xuxa é poesia muda, silenciosa. A Xuxa é poesia que não existe. Voto na Xuxa para vereadora de São José dos Ausentes. A Xuxa é o Brasil Acaju. Poucos brasileiros conhecem Manoel de Barros.
O Neymar fez um golzinho na China e dançou Macarena. Pra mim todas as danças reboladeiras são Macarenas. Ele usava um topete metido e um bigodinho de quinta. Desliguei a televisão para vomitar à vontade.