Visita inesperada...

Barulho na gaiola do canário do reino. Rufino cria canário do reino desde muito jovem. Criação sem fundo comercial. “Gosto de ouvi-los cantar! Não vendo, não. São como filhos!”

Prepare o seu coração Prás coisas Que eu vou contar Eu venho lá do sertão... Aprendi a dizer não Ver a morte sem chorar E a morte, o destino, tudo... Na televisão por assinatura o programa sobre os festivais do passado mostra uma das vencedoras. Jair Rodrigues canta Disparada. Os olhos de Firmino ficam rasos d’água... “Eita, época repleta de talentos...!”

Alvoroço, corrida, susto... “Gato! Deve ter gato assustando meus canários!”

Perna pra quem tem. Pena pra ser salva...

Silêncio! Tudo calmo... De repente, bater de asas. “Como você entrou ... está com fome? Está assustando o meu canário repetidor. Como você esta magro. Com certeza é fujão. Quem pode ser o seu dono?”

Ficou ali admirando o bicho. Parado! Pensando! A fome muda os hábitos... arrefece o gênio difícil... afrouxa o medo... calmo.

Tui,tui,tui,tui,tui,tui...

Ele foi embora e voltava ao sentir fome. Sua fome o faz cantar mais bonito, ainda! Tui,tui,tui,tui,tui,tui...

Gaiola de porta aberta para ele. Livre no seu ir e vir. Belo exemplar de papa-capim!